
Empresa que produz queijos frescos e curados de vaca e de cabra é um dos rostos de um programa nacional de promoção da produção nacional. A queijaria Flor do Vale, que abriu em 2014 no Valado de Santa Quitéria, e vinha com um ritmo de crescimento
anual entre os 25 e os 30%, já sentiu quebras de produção e das vendas na ordem dos 30%, muito em parte devido ao encerramento do sector da restauração. A empresa encerrou 2019 com um volume de negócios próximo dos 1,3 milhões de euros.
A empresa alfeizerense Flor do Vale é uma das protagonistas da campanha de promoção da plataforma online “Alimente quem o alimenta” (em alimentequemoalimenta.pt), promovida pelo Ministério da Agricultura como forma de apoio à produção local e nacional.
Neste portal os consumidores podem encontrar as empresas próximas da sua área de residência que fazem parte desta rede, assim como as formas de adquirir os seus produtos.
No filme com cerca de 90 segundos, a empresa que tem sede no Valado de Santa Quitéria, freguesia de Alfeizerão, faz a apresentação dos seus produtos.
“Fomos convidados pela Direção Geral de Veterinária a fazer o vídeo para alertar os consumidores para o consumo do que é de produção nacional e local”, conta Jorge Silva gerente da empresa, à Gazeta das Caldas.
QUEBRAS ACENTUADAS
Nesta fase, apesar do vídeo estar a ter “muitas visualizações”, o empresário ainda não consegue medir o impacto desta acção de promoção.
O que consegue medir são as quebras da empresa nas vendas desde que foi decretado o estado de emergência no país devido à pandemia de Covid-19.
“No mês de Março tivemos quebras na ordem dos 30% na queijaria”, refere Jorge Silva. Na primeira metade de Abril a quebra não se intensificou, pelo que são esperados números idênticos.
É uma “quebra acentuada” que se deve, sobretudo, ao encerramento dos estabelecimentos da restauração, que constituía uma parte significativa dos clientes.
Além da quebra nas vendas, a empresa corre o risco de perder o produto que tinha em stock para responder à procura normal. “Apesar de não serem queijos com prazos de duração curta, há alteração características, fica mais seco, que tornam mais difícil a sua comercialização, vai acabar por ser produto perdido”, realça Jorge Silva.
Na venda directa ao público o empresário não observa uma queda tão pronunciada. Mesmo assim, “são número significativos”, afirma, além de se notar um padrão de consumo muito mais irregular.
Jorge Silva antevê, por isso, que são tempos difíceis os que aí vêm.
A empresa, que abriu a queijaria em 2014, mantinha um crescimento na ordem dos 25 a 30% ao ano na facturação, que no ano passado ficou próxima dos 1,3 milhões de euros. Também nos postos de trabalho a Flor do Vale vinha em crescendo, garantindo emprego a 12 pessoas só na queijaria, mais cinco na exploração pecuária.
A empresa começou com uma exploração de bovinos, que actualmente conta com 500 animais, 220 dos quais em produção contínua, da qual 40% do leite é transformado pela própria empresa e o restante é vendido a outras empresas.
Mais recentemente, a empresa iniciou a produção de leite de cabra, com uma exploração que conta com 180 animais e cujo leite é totalmente transformado nos queijos Flor do Vale.
Aos queijos, frescos e curados, de vaca e de cabra, a empresa juntou, recentemente, um novo produto, com o início da comercialização de leite do dia, pasteurizado.
“É um leite com características diferentes do leite de prateleira UHT, porque conserva mais nutrientes”, explica Jorge Silva. Este produto pode ser encontrados em mercearias e no supermercado E. Leclerc das Caldas da Rainha.
Além de estar em crescimento, a empresa vem igualmente de um processo de investimento em modernização e bem-estar animal. No ano passado, a Flor do Vale investiu cerca de 600 mil euros num sistema de ordenha voluntária, que a dotou dos meios mais avançados que existem nesta área actualmente.

































