Ex-libris da cidade, a Praça da Fruta é um dos raros mercados de ar livre no país

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Praça da República é um verdadeiro postal da cidade das Caldas

A Praça da República, vulgarmente conhecida por Praça da Fruta, mantém há quase dois séculos a funcionar um dos únicos mercados diários de ar livre do país. As cores, variedade de produtos à venda e originalidade do local, faz com que este mercado centenário seja um ex-libris e cartão de visita da cidade. Este é também o ganhã pão de mais de uma centena de vendedores, que abastece a cidade, e arredores, com frutas e legumes. A pandemia obrigou ao fecho e à “transferência” de uma das marcas da cidade para a Expoeste.

Passagem obrigatória dos turistas que visitam a cidade e de políticos em campanha, a Praça da Fruta é também sítio de abastecimento de produtos frescos, flores e cerâmica e o ganha pão de mais de uma centena de vendedores que ali se deslocam, faça chuva ou faça sol, durante todo o ano. Um dos únicos mercados de ar livre em Portugal, apenas não funciona dois dias por ano: no Natal e no Ano Novo.
O tabuleiro de calçada portuguesa negra e branca está por estes meses vazio. O risco de contágio provocado pela pandemia da covid-19, ditou o encerramento do mercado a 16 de Março e a Câmara das Caldas ainda não prevê uma data para o regresso dos vendedores, que entretanto estão a escoar os seus produtos na Expoeste, onde foi simulada uma nova Praça da Fruta.
“O regresso à Praça da República obrigaria actualmente a manter regras de distanciamento social, o que implicaria reduzir o número de vendedores para aumentar os espaços dos corredores e entre os próprios vendedores. Além de que as estruturas são fixadas ao solo”, explica o presidente da Câmara, Tinta Ferreira.
O autarca acrescenta que a redução do número de vendedores não lhe parece uma “medida adequada ao tão necessário escoamento da produção agrícola e disponibilidade de produtos alimentares tão necessária nesta fase difícil”.
O mercado, tal como o conhecemos hoje, com as tendas e bancas uniformizadas e lugares compradas em hasta pública, resulta de uma intervenção iniciada em 2014, de substituição do tabuleiro da Praça. Esta obra, que duraria mais de um ano, levou a que praça a transferir-se para o parque de estacionamento atrás do Chafariz das Cinco Bicas.

Terá sido a rainha D. Leonor a oferecer a Praça do Rossio aos produtores agrícolas para ali venderem os seus produtos

OFERTA DA RAINHA

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Um ex-libris das Caldas da Rainha, terá sido a própria fundadora da cidade, a rainha D. Leonor a oferecer a Praça do Rossio aos produtores agrícolas para ali venderem os seus produtos, no século XV. No livro Terras de Água é referido que “nos fins de Quatrocentros”, o novo Rossio, actual Praça da República, era muito frequentado por lavradores e mesteirais. “Era agora o terreiro principal do burgo, palco da azáfama comercial, com casas “de sobrado”, boas “moradas”, a Igreja de S. Sebastião aberta ao culto, a que acorriam das Caldas e arredores as gentes ligadas à vida dos campos, e mais tarde, em 1591, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. No Hospital, havia mesmo espaço reservado aos lavradores”, refere a obra.
O mesmo livro, escrito por diversos historiadores e investigadores locais, dá nota que o comércio desenvolvido no Rossio da Vila atraía a si produtores das zonas circundantes para venderem os seus produtos.

 

MERCADO ABRE-SE A NOVOS PRODUTOS

Este era o cenário da Praça da Fruta antes da pandemia

Desde então, diariamente, as bancas são montadas de madrugada e os vendedores expõem uma variedade e diversidade crescente de produtos. Se, por um lado deixou de ser possível comercializar animais, o mercado também se abriu a produtos com certificação biológica, sabonetes artesanais ou mesmo sumos naturais.
O dina

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