As clínicas dentárias obtiveram autorização do Governo para reabrir impondo várias restrições. Os responsáveis queixam-se da falta de apoios ao sector também dos preços inflacionados dos materiais de protecção, que são obrigatórios para pacientes e equipas.
A Clinica Dentária da Avenida reabriu recentemente, apesar de ter feito urgências durante o confinamento. Segundo o responsável, o dentista Bryan Ferreira, as restrições agora impostas pelo governo são “suficientes”, recordando que há muito que lidam com pacientes com outras doenças e, por isso, as clínicas já seguem “um protocolo de desinfecção e esterilização muito rigoroso”. Em relação aos apoios governamentais, considera serem “muito insuficientes”, mesmo tratando-se de “uma das áreas que mais sofreu financeiramente”.
Na opinião do empresário, o governo deveria ter trabalhado mais no fornecimento de EPI às clínicas que foi residual. No que toca aos apoios financeiros nos próximos meses em que vão trabalhar a cerca de 50% do volume, “são quase nulos” e, como tal, não sabem “até que ponto” não será necessário dispensar alguma das assistentes.
O dentista explica que, agora, só assiste um paciente por hora e que cada médico usa dois gabinetes, de modo a que um fique em repouso entre pacientes. “A qualidade dos tratamentos não é afectada, mas quase não conseguimos dar resposta a todos os pedidos de assistência e temos tentado dar prioridade aos casos mais urgentes”, referiu o médico, que gostaria de não ter encerrado durante a pandemia. O dentista recorda que o uso de máscaras cirúrgicas obrigatórias e a redução do número de pacientes “resultaram muito bem noutros países”, onde não fecharam as clínicas.
Por seu turno, a Clínica Saúde Oral reabriu esta semana e, segundo Angelina Venâncio e Mário Rui, responsáveis do espaço, as medidas impostas “são as possíveis e adequadas à realidade”. Segundo o higienista oral, em virtude dos números da pandemia e dos riscos inerentes, “foi bom seguir o plano de contingência proposto pelo governo”. A clínica esteve de prevenção e foram “resolvendo os casos urgentes que surgiram”. O responsável garante que terá as condições de segurança exigidas quando reabrir.
“Não temos o stock que gostaríamos, pois os valores dos materiais estão a preços ‘escandalosos’, mas é a famosa lei do mercado e as medidas para proteger os contribuintes é muito tímida”. E exemplificam: uma caixa das máscaras “que custava 3 euros em Janeiro, custa agora 40!”. Logo os stocks terão que ser reabastecidos “mais devagar e com uma gestão mais cuidadosa”.
A saúde oral em Portugal é feita por privados e por isso o Estado “deveria ter tido cuidado em ajudar o sector a ter os materiais necessários para tratar as pessoas com segurança”. Angelina Venâncio e Mário Rui confirmaram que há falta de materiais e o que há “está caríssimo!”. Com a reabertura das clínicas poderá “haver novamente rotura de stocks”. Teme-se que em relação às medidas impostas que haja “clínicas que não vão cumprir (algo perigosos para todos) ou decidam fechar portas ou que os preços tenham de ser ajustados”, rematam.
“Deveríamos ter esperado mais tempo para reabrir”, diz dentista
A Clínica Masson reabriu a 4 de Maio e segundo a dentista Marietta Masson as medidas impostas são “as apropriadas para o momento”. No entanto, a incerteza em relação ao comportamento deste novo vírus e o alarme social que este tem gerado “podem favorecer a adopção de medidas mais restritivas e levar a implementação de protocolos que, no futuro, se podem revelar desapropriados”.
Para a responsável, a reabertura das clínicas não deveria ter sido já: “devíamos ter esperado mais tempo até ver a evolução da pandemia”.
A responsável garante que a equipa que dirige está treinada para garantir a protecção e segurança dos profissionais de saúde oral e dos pacientes, tendo inclusivamente sido elaborado um Manual de Procedimentos. Marietta Masson diz que possui um bom stock de máscaras, que já que são utilizados regularmente pela equipa da clinica. Questionada se havia falta e materiais para a clínica trabalhar, a respons
