Alcobaça para lá do Mosteiro que os monges de Cister deixaram

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Património da freguesia vai muito para além do incontornável Mosteiro

O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça foi classificado como património mundial pela Unesco em 1989 e tem a maior igreja do País. Grande chamariz da cidade, ali estão sepultados D. Pedro e D. Inês de Castro, sinónimo de uma grande história de amor que, séculos depois, continua a alimentar paixões. Mas Alcobaça, nomeadamente a cidade, tem muito mais para oferecer em termos patrimoniais, para além do monumento que os monges da Ordem de Cister ali edificaram.
Mas antes de iniciarmos a viagem por outros apontamentos históricos da freguesia, convém apreciar a capela barroca do Desterro, na cerca, desenhada em 1716 pelo Padre Frei Luís de São José, que fica bem próxima da sacristia.
A igreja de Nossa Senhora da Conceição é ponto obrigatório de paragem. Data de 1648, mas a construção primitiva será relativa a 1152, tudo indicando que foi ali que os primeiros monges de Cister se instalaram aquando da chegada a Alcobaça. É possível visitar o espaço, mas com marcação prévia.

Presença da ordem de Cister no território é marcante. Mas há muito mais para apreciar em Alcobaça e na Vestiaria, para além do Mosteiro

Sem necessidade de marcação, passe no que resta do castelo de Alcobaça, na subida para a Vestiaria, cuja origem remonta à ocupação árabe, não sem antes apreciar o memorial à família Vieira Natividade, mesmo em frente ao Mosteiro, que embeleza o Rossio.
Se for dado a museus, tem várias opções na cidade. Desde logo, o Museu Nacional do Vinho, mas também pode espreitar o Museu Raul da Bernarda, que reúne parte do espólio da fábrica de faianças Raul da Bernarda & Filhos, fundada em 1875, a mais antiga fábrica de faianças de Alcobaça e o legado etnográfico do Rancho Folclórico do Alcôa.
Já o Museu da Faiança de Alcobaça, que funciona no espaço da Galeria Conventual, tem a chancela do historiador Jorge Pereira de Sampaio, um cicerone de relevo para quem quer saber mais sobre a tradição cerâmica da região e não só.
Em Alcobaça, a arquitetura tem exemplares que vale a pena conhecer, nomeadamente os palacetes da Fonte Nova, da Rotunda da Avenida dos Combatentes da Grande Guerra e dos Paços do Concelho. São ícones de um tempo da força económica de algumas famílias proeminentes.

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E na Vestiaria…
A igreja matriz da Vestiaria, com um portal manuelino imponente, é outro ponto de visita obrigatório neste périplo pelos principais monumentos da União de Freguesias de Alcobaça e Vestiaria, sendo certo que a ligação entre as localidades é ancestral.
E também neste domínio, a presença dos monges é preponderante. Aliás, a Vestiaria começou por chamar-se Vila de São Bernardo, quando, em 1506, o abade do Mosteiro solicitou ao rei D. Manuel I para criar, no cume do monte em frente ao Mosteiro, um local onde se deixassem os criminosos e vagabundos…
Para terminar esta visita virtual por pontos de interesse, passemos em relance a identificação das 13 as vilas que faziam parte dos Coutos de Alcobaça: Alcobaça, Alfeizerão, Aljubarrota, Alvorninha, Cela, Cós, Évora de Alcobaça, Maiorga, Paredes da Vitória, Pederneira, Santa Catarina, São Martinho do Porto e Turquel. ■

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