Ainda a propósito da pandemia

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    Cristina Teotónio

    É completamente impossível nesta fase, em que a nossa principal preocupação continua a ser a pandemia, não voltar ao assunto…
    Após o Estado de Emergência, passamos a Estado de Calamidade. Assistimos agora a um progressivo “desconfinamento” com a todas as possíveis consequências.
    O mundo, as instituições, as pessoas de um modo geral não estavam preparadas para uma ocorrência desta dimensão. Não existem estratégias seguras; vários modelos em estudo e implementados com base na evolução nos vários países afetados, permitirão delinear planos, mas existem variáveis, como características locais, culturais e de comportamento que podem comprometer a segurança dos mesmos.
    Comparar esta a outras pandemias a que o mundo assistiu terá um valor quiçá muito duvidoso. Felizmente os desenvolvimentos tecnológicos e científicos têm permitido uma rápida divulgação do conhecimento e da abordagem global, num esforço mundial conjunto.
    No entanto, toda a informação tem de ser encarada com um espírito crítico, sem demasiado alarmismo, mas também sem otimismo exagerado. Afinal continuamos a lutar contra um inimigo cujo comportamento tem ainda muito de desconhecido e com armas muito experimentais.
    Diria que o agente da pandemia veio para ficar e que passaremos da fase de pandemia à fase de aprender a conviver com mais um agente de doença. O percurso entre estas fases é ainda indeterminado exigindo uma contínua adaptação ditada pela evolução da situação. Efetivamente as nossas vidas têm de continuar integrando agora a Covid!
    Em relação a Portugal, é inegável que a “lenta evolução” permitiu aos cuidados de saúde um ajustamento, mas temo que, sem uma consciencialização global da nossa população, as novas vagas de doença sejam mais complicadas de gerir.
    Apelo, pois, ao bom senso de todos no acatar das regras básicas de “como conviver com o Covid”, inserindo-as no nosso quotidiano, mantendo sempre um espirito de alerta e a não “baixar a guarda”. Não poderemos facilitar ou deitaremos a perder todo o esforço conjunto desenvolvido até ao momento.
    Um apelo ainda à necessidade de uma utilização racional do recurso aos cuidados de saúde, evitando a rutura do sistema; afinal a doença aguda e os acidentes continuam a ocorrer. De um modo geral, com um menor número de profissionais (alguns de nós também adoecem!), as instituições de saúde tiveram de se adaptar e desenvolver uma duplicação de respostas adequadas a patologia Covid e não Covid.
    De certo, JUNTOS SEREMOS MAIS FORTES!

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