A Semana do Zé Povinho

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tintaO Dr. Tinta Ferreira tem vindo a demarcar-se das atitudes do seu antecessor, apesar de, para muitos críticos, faltar-lhe ainda atitudes mais afirmativas e categóricas em relação ao passado.
Contudo, no que respeita ao Carnaval e às tolerâncias de ponto, tem vindo a alterar progressivamente as decisões anteriores, contrariando este ano a decisão do governo do seu partido, dando total tolerância de ponto ao pessoal camarário.
No ano passado havia só dado meia tolerância, ou seja, havia oferecido a tarde de terça-feira para os funcionários autárquicos irem gozar o Carnaval para outras terras.
Mas este ano, talvez imbuído da sua “nova dinâmica” (que foi palavra de ordem para a sua eleição), já se sentiu com coragem para oferecer o dia todo.
Contudo, a “nova dinâmica” ainda não foi total. O autarca não arriscou ir tão longe, ao ponto de apoiar o corso à terça-feira, como era tradição no Carnaval caldense. Cauteloso, manteve-o no sábado à noite e no domingo à tarde.
Apesar de tudo, faz mais do que o seu antecessor (que já se queixa que ele é mais bem tratado pelos jornais e pela oposição) e que antes sugeria dar tolerância desde que ninguém a pedisse.
Felizmente que no Carnaval ninguém leva a mal e com estas liberalidades até os caldenses esquecem os renovados e repetidos adiamentos do final das obras concelhias, cujos prazos nunca são aqueles que estavam indicados, chegando a duplicar os prazos das obras invocando razões que nem a razão conhece.
Zé Povinho, em nome dos funcionários da autarquia, bem como de muitos dos comerciantes e industriais que dão tolerância de ponto – apesar de tal ser mal visto pelo insensível Dr. Passos Coelho – felicita o Dr. Tinta Ferreira por esta medida e sugere-lhe que arrisque mais, se torne mais inovador e rompa com os hábitos antigos da sua autarquia.
Há coisas que já está a fazer, como lavar e limpar as ruas da cidade e as paredes com mais frequência, mas não basta. Tem que voltar a dar às Caldas da Rainha uma imagem de marca que a distinga a nível nacional.

O brilhministroo de que o ministro da Saúde, Dr. Paulo Macedo, tem vindo a beneficiar, está a empalidecer e nem as desculpas e justificações conseguem apagar o caos que está a inundar os serviços de urgência de muitos hospitais.
Nas últimas semanas os problemas têm-se multiplicado por todo o país e as medidas que se vão anunciando só geram mais incomodidade e dúvida quanto à eficiência com que os serviços estão a responder à procura de cuidados de saúde pelos cidadãos.
De um lado diz-se que nos últimos tempos se encerraram vários serviços e diminuiu-se a oferta em camas nos hospitais públicos; do outro, logo se vem dizer que vão abrir mais camas ou pedir ajuda à oferta privada para reforçar a oferta face ao pico de gripe que se antecipa (ou que já está a decorrer).
Por outro lado, diz-se que se reformaram nos últimos meses mais médicos do que era esperado, mas por outro não se abrem vagas suficientes para muitos serviços, entre os quais aqueles que podem integrar os serviços de urgência.
Noutro caso, reduzem-se os valores pagos aos médicos contratados para os serviços de urgência. Mas logo a seguir, e perante a falência dessa medida, logo se oferecem novos valores para tentar cativar mais médicos ou anuncia-se o recrutamento de médicos reformados.
Mas se a procura aumenta (naturalmente) neste período do ano, diz-se que afinal as temperaturas foram inferiores a outros anos, quando o mais certo é que este fenómeno aconteça todos os anos pela mesma altura.
Uma coisa que não se diz claramente é que com as medidas que têm sido tomadas, há uma desmotivação e desmoralização de muitos profissionais da saúde, sejam médicos ou enfermeiros, que sentem um fraco reconhecimento pelo trabalho que desenvolvem e pelas privações que sofrem.
Ainda agora soube-se que a ministra das Finanças vai aumentar os seus funcionários mais especializados, por considerar que  desempenham tarefas de alto valor para a prossecução dos objectivos do seu ministério (ou seja cobrar mais impostos), quando o pessoal da Saúde é responsável por um bem muito maior que é a saúde dos seus concidadãos.
Entre impostos de pessoas, a opção foi tomada: recolher mais impostos! Por isso, o ministro Paulo Macedo não consegue iludir a tragédia que se passa no Serviço Nacional de Saúde, que tem menos camas, menos médicos, menos enfermeiros, menos hospitais, menos eficiência, menos motivação e mobilização, não havendo uma palavra de solidariedade para com estes profissionais.
Caldas da Rainha, a nível do sistema de saúde, tem perdido muito nos últimos anos e não vislumbra uma inversão de tendência. O Dr. Paulo Macedo, que há dias esteve no hospital das Caldas, quase que veio na clandestinidade (o que foi mau sinal) e o que anunciou parece não estar para breve.
Por tudo isto, Zé Povinho lamenta este mau desempenho do responsável máximo da Saúde em Portugal.

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