A espreitar o quinto lugar

O Caldas venceu o Santa Iria e, apesar de manter o nono lugar, ficou a dois pontos do quinto. Os pelicanos marcaram cedo, responderam ao golo do empate do Santa Iria e controlaram a segunda parte.

Mais três pontos é tudo o que o Caldas precisa para não ficar dependente de terceiros na questão da manutenção, mas a vitória frente ao Santa Iria, e a conjugação dos restantes resultados, colocaram os alvinegros a olhar para cima, à espreita de um quinto lugar que está curtinho a dois pontos de distância.
Para chegar lá os pelicanos têm que defrontar U. Leiria e Vilafranquense, mas nos restantes três encontros há dois adversários directos (Sintrense e Torreense) e o já despromovido Mação. Os restantes adversários por esta luta, que envolve seis clubes, também não têm calendário fácil, pelo que a batalha promete animação até ao final do campeonato.
No lançamento da partida com o Santa Iria, o Caldas viu-se a braços com várias limitações no plantel. O jogo na Anadia custou aos alvinegros os laterais Cascão e Passos. Ambos saíram lesionados, juntando-se no “estaleiro” a Juvenal. José Vala teve que trocar vários jogadores de posição para compor a equipa. André Santos foi a escolha lógica para a direita (posição para a qual chegou referenciado ao Caldas na época 2014/15), mas obrigou a trocar Leandro da ala para o meio e Januário entrou para essa vaga. Na esquerda, Farinha foi a escolha para lateral. Na frente de ataque, José Vala optou por um avançado mais fixo, chamando Rafael Silveira ao onze por troca com Ednilson.
Apesar das mexidas, o Caldas entrou com uma atitude fortemente ofensiva, travada na fase inicial pela frequência com que os avançados foram caindo na armadilha do fora-de-jogo. Mas ao quarto de hora o golo chegou. Na sobra de um pontapé de canto, Bernardo captou a bola à entrada da área e atirou colocado para o fundo da malha. À 24ª partida com a camisola do Caldas, o médio ofensivo estreou-se a marcar, confirmando o bom momento que atravessa.
Também de bola parada respondeu o Santa Iria, chegando ao empate com uma cabeçada certeira do central Hugo. Mas a reacção do Caldas foi pronta. Numa jogada que arrancou por Januário à direita, Leandro levou a bola para a área e assistiu o cabeceamento certeiro de Rafael Silveira. O artilheiro pôs fim a oito presenças na equipa sem marcar.
O Caldas atacava bem, com jogadas pelos flancos e a bola a surgir com frequência na zona de finalização, mas o jogo parecia partido e o Santa Iria também esteve perto de marcar num lance idêntico ao do seu golo, mas que terminou com a bola na barra.
Na segunda parte, o golo de Militão, novamente na sequência de um canto, deu tranquilidade para gerir o resultado. Foi o quinto golo do central com a camisola do Caldas e o segundo feito ao Santa Iria esta época. Até ao fim as transições dos alvinegros – ateadas com a entrada de Ednilson, podiam ter feito crescer os números da vitória. E José Vala teve tempo para estrear o jovem Matheus, médio promissor de apenas 17 anos.

MELHOR DO CALDAS
ANDRÉ SANTOS 4

Viu dois dos seus pontapés de canto resultarem em golo, mas nem foi por aí que se destacou. Regressado à direita, mostrou-se como peixe na água, emprestando grande dinâmica ao corredor e tirando uma série de cruzamentos sempre muito perigosos. Mais comedido na segunda parte, foi um dos garantes da robustez defensiva.

MATHEUS, JOGADOR DO CALDAS
Aprendo muito aqui

A equipa esteve muito bem, com uma posse de bola muito boa, vencemos e agora é trabalhar para o próximo jogo. Depois da derrota na semana passada mostrámos bom futebol e são mais três pontos. Estrear-me foi muito bom, ainda para mais para o lugar do Simões, que é um jogador com muita qualidade. É muito bom treinar com eles [equipa sénior], aprendo muito e quero continuar a aprender. Estamos a fazer uma boa época nos juniores, a tentar subir para o Nacional, e o facto de estarmos bem no juniores influência para virmos treinar à equipa principal.

JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
Ambição

Entrámos bem no jogo, conseguimos anular os aspectos defensivos fortes do Santa Iria e chegámos ao intervalo a vencer com justiça. Na segunda parte o Santa iria arriscou um bocadinho mais, obrigou-nos a baixar, mas penso que tivemos as coisas controladas com o 3-1. Temos o quinto lugar a dois pontos e temos que ter essa ambição, vamos à procura no próximo jogo de ultrapassar um dos adversários que estão à nossa frente. O Matheus treina connosco desde o início da época, é júnior de primeiro ano e tem muita qualidade, como têm outros daquela equipa, está a ser bom para ele e estamos felizes com a estreia.

ANDRÉ TOMAZ, TREINADOR DO S. IRIA
Não fomos agressivos

O Caldas esteve por cima do jogo. Ao intervalo disse que o resultado era uma sorte para nós. Não fomos agressivos sobre os jogadores mais técnicos do Caldas. Na segunda parte viemos de cara lavada, pressionámos mais a construção do Caldas, mas aquele golo muito cedo deitouw por terra as nossas ambições.

Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Luís Reforço, AF Setúbal
Assistentes: Luís Vaz e Mauro Santos
CALDAS 3
Luís Paulo [3]; André Santos [4], Militão (C) [4], Gaio [3] e Farinha [3]; Paulo Inácio [4], Simões [4] (Matheus [1] 90’) e Leandro [3] (Marcelo [2] 66’); Januário [3], Rafael Silveira [3] e Bernardo [3] (Ednilson [3] 75’)
Não utilizados: Guilherme Querido, Rui Almeida, Passuco, Paixão
Treinador: José Vala
SANTA IRIA 1
Paulinho; André Grilo (Bitó 71’), Vilela, Ildefonso e Denil Carreira; Aguilar (Ivo Rosa 45’) e Tiago; Pedro Nunes (Maurício 45’), Tomás e Flecha (C); João Costa
Não utilizados: João Louro, Bruno Pais, David Lourenço, João Moreira
Treinador: André Tomaz
Ao intervalo: 2-1
Marcadores: Bernardo Rodrigues (15’), Denil (27’), Rafael Silveira (31’) e Militão (54’)
Amarelos a Vilela (12’), Simões (45’), João Costa (68’), Hugo (88’)