No Campo da Mata o Caldas fez um verdadeiro recital à chuva e João Tarzan foi um dos protagonistas, com vários momentos em que mostrou os seus dotes técnicos | Joel Ribeiro
Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Rui Mendes, AF Santarém
Assistentes: Afonso Silveira e Adriano Sousa
CALDAS 1
Luís Paulo [4]; Cascão [4], Militão (C) [4], Rony [4] e Clemente [4] (Marcelo [2] 65’); Paulo Inácio [4] e Odair [4]; Januário [4] (Farinha [2] 74’), Felipe Ryan [4] (André Santos [1] 86’) e João Tarzan [4]; Pedro Emanuel [4]
Não utilizados: Natalino, Rui Almeida, Bé, Cruz
Treinador: José Vala
TORREENSE 0
Hidalgo; David Rosa, Fábio Santos (C), Igor Cartaxo (André Matos 87’) e Burguette (Guilherme 85’); Serifo e Tiago Esgaio; Rui Batalha, Diego Zílio (Tomás Jorge 56’) e Leandro Morais; Hélio Vaz
Não utilizados: Marcelo, Mingxuan, Bruno Teles, Tiago Baltazar
Treinador: Rui Narciso
Ao intervalo: 1-0
Marcador: Januário (4’)
Disciplina: amarelo a Rony (49’), Pedro Emanuel (83’), Luís Paulo (85’), Tomás Jorge (89’), Fábio Santos (90’+2)
A vitória do Caldas sobre o Torreense no derby do Oeste, quatro dias após o jogo nas Aves (ver páginas centrais), aumentou a margem do Caldas para a linha de despromoção. O cansaço não fez os caldenses descerem o nível, pelo contrário, realizaram contra o Torreense uma das melhores exibições da época e o resultado podia ter sido bem mais dilatado.
José Vala apresentou praticamente o mesmo 11 que entrou nas Aves, Januário foi a única novidade por troca com Cruz, e o Caldas começou muito bem o jogo. E foi justamente Januário a culminar um bom lance do Caldas e a fazer cedo uma vantagem que se revelou preciosa. Após a cobrança de uma falta na direita, Ryan fez um cruzamento perfeito para o extremo entrar e finalizar ao segundo poste, deixando Hidalgo ‘pregado’ ao relvado.
O golo foi crucial na aproximação do Caldas ao jogo, uma vez que permitiu aos alvinegros assumirem uma postura de grande controlo no seu meio-campo defensivo, partindo com velocidade e eficiência para o contra-ataque. João Tarzan, Felipe Ryan e Pedro Emanuel, apoiados por toda a estrutura da equipa, causavam o pânico da defensiva torriense cada vez que se aproximavam da baliza contrária. E tanto durante o restante da primeira parte, como na maioria da segunda, foram várias as ocasiões que podiam ter ditado um resultado bem mais expressivo.
No total os caldenses totalizaram cerca de 20 remates perigosos, oito deles enquadrados com o golo, embora apenas tenha realmente colocado os adeptos em êxtase. A juntar a esta objectividade ofensiva, os atacantes caldenses brindaram ainda os adeptos com vários lances de recorte técnico muito acima da média deste campeonato, com João Tarzan e Felipe Ryan em especial destaque neste campo.
Contudo, por volta de metade do segundo tempo os efeitos do jogo a meio da semana começaram a causar alguns efeitos. O Torreense acabou o jogo a pressionar e a vantagem curta também acabou por acrescentar emoção ao jogo. Em dois lances protagonizados por Leandro, Luís Paulo mostrou novamente a sua boa forma.
De lamentar neste triunfo apenas a lesão de Clemente, que terminou assim de forma infeliz o seu 100º jogo pela equipa principal do Caldas.
MELHOR DO CALDAS Felipe Ryan 4
Num protagonismo dividido com João Tarzan que fez tantas vezes delirar os adeptos do Caldas, fez a diferença ter sido do jovem brasileiro o passe para o golo de Januário. Foi também dos mais insistentes no remate, o que fez sempre com perigo, embora não tenha conseguido marcar.
| J.R.
Felipe Ryan, jogador do Caldas Grande vitória
Foi uma grande vitória. Estávamos cansados mas tentámos que não se notasse dentro do campo, unimos as nossas forças e conseguimos uma vitória importante perante os nossos adeptos. Conseguimos marcar cedo, juntámos as nossas linhas para defender bem, mas conseguimos ter bola e criar muitas situações. Com mais eficácia podíamos ter feito dois ou três golos. Acho que foi um jogo positivo de toda a equipa. Os colegas incentivam-me a rematar, tive espaço e arrisquei, a bola não quis entrar mas é continuar que ela há-de entrar.
José Vala, treinador do Caldas Fomos melhores
Fomos melhores durante toda a partida, o Torreense teve mais bola numa ou outra fase, mas em controlo, qualidade de jogo e oportunidades fomos superiores e merecemos a vitória. Viemos de momentos muito bons de viver mas difíceis também, tivemos jogadores com défices físicos mas não se notou. Penso que com mais duas vitórias ficaremos mais tranquilos.
Rui Narciso, treinador do Torreense Não entrámos bem
Não entrámos bem, sofremos golo numa jogada típica do Caldas que não defendemos bem. Estivemos aquém das nossas capacidades e o Caldas teve uma dinâmica forte. Podíamos ter chegado ao empate e o Caldas ao 2-0, mas acho que o Caldas é um vencedor justo. J.R.