António Saraiva foi o primeiro de 22 jogadores a representar Caldas e Benfica, e até alinhou na eliminatória de 1961/62 pelos encarnados.
João Silva e Marcelo Marquês foram os jogadores que apontaram os golos do Caldas na vitória sobre o Sp. Covilhã, que apurou os alvinegros para a terceira eliminatória da Taça de Portugal. Mas os dois jogadores, ambos com 24 anos, têm mais em comum. Ambos representaram o Benfica nos escalões de formação, sendo os últimos membros de um grupo restrito de 22 jogadores (correndo o óbvio risco de deixar alguns de fora) que alinharam pela equipa principal do Caldas e que passaram, igualmente, pelos encarnados, seja na equipa principal ou nos escalões de formação.
António Saraiva foi o jogador que alinhou de forma mais notória por Caldas e Benfica. O médio chegou ao Caldas na temporada 1956/57, para jogar as três últimas temporadas dos alvinegros na 1ª Divisão nacional. Trocou o Caldas pelo Benfica em 1959/60, onde ficou quatro temporadas. Como jogador do Caldas, alinhou nos seis jogos contra o Benfica. Pelos encarnados, jogou contra o pelicano a partida no Campo da Mata, da primeira mão da Taça de 61/62. Nessa temporada, o Caldas tinha Carapinha nas suas fileiras, vindo dos juniores do clube da Luz.
No Caldas da 1ª Divisão há mais dois jogadores que representaram o Benfica, na equipa de reservas: o defesa Rogério e o avançado Romeu. Ambos terminaram a ligação aos alvinegros em 1960/61.
O senhor que se seguiu foi Vasco Oliveira, que apesar de ter feito praticamente toda a carreira no Caldas, chegou a jogar durante seis meses pelos juniores do Benfica. Percurso idêntico teve Américo, que ingressou no Caldas em 1963/64 após passagem pelos juniores encarnados.
Na década de 1970, Delfim Alves fez percurso idêntico ao de Romeu e Rogério. Chegou à equipa principal do Caldas em 1974/75 após cumprir uma época nos juniores do Benfica. Delfim cumpriu quatro temporadas no Caldas, em duas passagens. O nazareno partilhou o balneário do Caldas com Antoninho, em 1975/76, médio que em 1969/70 integrou o plantel principal do Benfica.
Na década de 1980, encontramos mais dois jogadores para este “plantel”. Os avançados José Domingos e António Ruas jogaram pelo Caldas, respetivamente, em 1985/86 e 86/87, ambos na fase final da carreira. O segundo tinha alinhado pelas reservas do Benfica, enquanto José Domingos integrou o plantel principal das águias durante duas temporadas. Depois de representar o Caldas como jogador, foi ainda treinador dos alvinegros.
Chegamos à década de 1990, quando o guarda-redes Nuno Santos assinou pelo Caldas, por empréstimo do V. Setúbal, na época 1991/92. O guardião chegou ao Benfica no final da década e cumpriu duas temporadas no clube da Luz, onde cumpriu dois jogos, tornando-se o último a jogar pelas equipas principais de Caldas e Benfica.
Os restantes 10 jogadores, jogaram na equipa principal do Caldas, e nos escalões de formação do Benfica, entre os quais se incluem João Silva e Marcelo Marquês, integram o plantel atual.
Neste grupo, o médio Joel Alves (2001/02 e 2002/03), o guardião Ricardo Campos (2004/05 e 2010/11 e 11/12) e o lateral André Santos (2014/15 a 2021/22) foram os que tiveram maior sucesso de pelicano ao peito. Do lote fazem, ainda, parte, Helder Costa (2002/03), Tiago Rodrigues (2003/04), Filipe Correia (2007/08), Hugo Neto (2018/19 e 2019/20), Marcelo Santos (2015/16 a 2020/21) e ainda Matheus Palmério (2018/19). Este último foi o único a representar, primeiro, a equipa principal do Caldas, onde se estreou ainda júnior de primeiro ano, para se transferir depois para os juniores do Benfica.
Três treinadores
Aos 19 jogadores, juntam-se também três treinadores que representaram Caldas e Benfica.
Destes três, o que dirá mais aos adeptos do Caldas é Jaime Graça, que esteve no comando técnico dos pelicanos durante quatro temporadas, entre 1988/89 e 1991/92. Representou o Benfica como jogador, em 1966/67 e 1974/75. Depois do Caldas, ainda voltou ao Benfica, onde foi coordenador técnico.
Jaime Graça foi sucedido no Caldas por Francisco Vital, que ficou por duas temporadas e esteve muito perto de subir os alvinegros à 2ª Liga (1992/93). Repartiu a formação por Caldas e Benfica. Jogou na equipa principal dos encarnados na temporada de 1980/81.
Outro ex-técnico do Caldas que representou o Benfica foi José Rachão. O treinador comandou os pelicanos na temporada de 1984/85 e tinha jogado pelo Benfica nos juniores e na equipa de reservas, esta última na época 1971/72. E foi diante do Benfica que o penichense conquistou a Taça de Portugal em 2004/05, como treinador do V. Setúbal (2-1).































