No passado dia 14 de Junho o Pavilhão Rainha D. Leonor voltou a vestir-se de gala para mais um Festival de Ginástica Internacional das Caldas da Rainha, organizado pelo Acrotramp Clube das Caldas. Este ano o espectáculo levado a cabo pelas várias classes do clube foi um ciclo geracional fechado. No início, duas crianças de quatro anos chegam ao clube. Fazem todo o seu percurso de aprendizagem no clube e na escola e terminam, já adultos e pais, a levar os filhos à primeira aula no clube.
Foi assim a primeira parte do espectáculo, durante a qual as várias classes de formação do clube evoluíram no praticável, como é hábito com uma banda sonora bem escolhida e actual e um refinado jogo de luzes. Este ano o cenário teve como novidade a inclusão de um ecrã LED onde, ao mesmo tempo que os atletas evoluíam no praticável, ia passando imagens que completavam o quadro.
Stélio Lage explicou que este tema foi escolhido porque é uma situação que já acontece no clube. “Temos atletas que chegaram aqui miúdos, fizeram o seu percurso e hoje temos cá os filhos deles, é um ciclo que se renova. Temos vários casos assim e decidimos recriar isso”, explicou.
Este é, de resto, um fenómeno que ajuda a perceber a longevidade do clube, que no próximo ano fará o seu 30º sarau. O próprio Stélio Lage já leva quatro décadas de trabalho com ginastas nas Caldas e 44 anos de carreira de professor de educação física. “Muitas gerações de ginastas que já passaram por mim”, acrescenta.
A última classe do clube a actuar, a de competição, completou o ciclo educativo dos jovens, com o ensino superior e, para o assinalar, terminou com a actuação da tuna da ESAD. “Tê-los cá foi muito engraçado e a festa foi muito gira”, observa Stélio Lage.
Após a actuação dos atletas da casa foi a vez dos convidados tomarem o palco. Este ano a segunda parte foi um pouco mais curta que o habitual, o que se explica com a proximidade de datas importantes para os atletas de alta competição atingirem o apuramento para o Campeonato do Mundo e para os Jogos Olímpicos. Houve duas actuações do Ateneu de Leiria em ginástica acrobática, às quais se junto uma outra do Benfica. Também actuou o grupo Pop Out, da Escola Vocacional de Dança das Caldas da Rainha. Pelo meio foi a vez dos atletas dos trampolins arrancarem momentos de grande qualidade técnica e muitas palmas ao público que lotou a capacidade do pavilhão. Além de atletas nacionais, o evento contou com ginastas de Espanha, Inglaterra e Azerbaijão.
O técnico da equipa azeri Adyl Guseynzade comentou que já conhece Portugal e as equipas portuguesas há 25 anos, mas foi a primeira vez que veio às Caldas e ficou encantado, não só com o que visitou na região, como com o próprio espectáculo. “Foi incrível, com tantos espectadores, foi tudo muito bom. O clube tem tido um grande desenvolvimento nos últimos 10 anos. Tem muitos jovens, campeões experientes, o futuro da ginástica dos trampolins está garantido, é hoje um clube de topo”, afirmou.
Stélio Lage já pensa na edição do próximo ano e pretende voltar ao formato de dois dias, um deles dedicado por inteiro aos escalões do clube e o outro aos convidados. Porém alerta que só o pode fazer com maior envolvimento da autarquia e de patrocinadores. “Queremos ter aqui campeões da Europa e do Mundo, mas sai caro e precisamos de apoios para o conseguir”, observou.

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