À 25ª ronda o Caldas quebrou o enguiço e juntou duas vitórias seguidas no campeonato. O hat-trick de Hugo Neto e a expulsão arrancada a Miguel Artur com o resultado em 1-1 foram decisivos.

Nas últimas semanas temos referido que a equipa do Caldas tem estado em crescendo e, embora Hugo Neto se tenha exibido a grande nível, é preciso salientar que esse registo do camisola 7 foi seguido de muito perto por toda a equipa. Numa tarde em que assinalou o Dia Internacional da Mulher com entradas gratuitas e uma bela moldura humana nas bancadas, o conjunto alvinegro fez tudo bem e só por curtos minutos houve hipótese de o resultado ser outro que não o triunfo do Caldas.
O Fátima até começou melhor nos primeiros minutos, mas foi o Caldas que se adiantou no marcador. Decorria o minuto 10 quando André Santos solicitou Farinha com um passe comprido, o extremo, rei das assistências dos alvinegros, tocou para Hugo Neto que entrava de trás no espaço entre os centrais e rematou colocado para o fundo da rede.
O golo fez a formação caldense crescer, baseada numa estrutura muito eficaz na ocupação dos espaços, que depois abria caminho ao libertar das capacidades técnicas dos homens da frente. Hugo Neto sempre no centro das atenções, mas com Bernardo Rodrigues a dar também pinceladas artísticas ao futebol ofensivo do Caldas.
O Fátima resistiu a uma fase entusiasmante do Caldas e chegou ao empate num pontapé de canto. O gigante Adelaja chegou de cabeça onde mais ninguém chegaria…
Mas o Caldas queria mais que o empate neste jogo. Uma arrancada de Juvenal pela direita acabou com o lateral no chão com contacto com Agyri, mas o árbitro considerou simulação. Bem diferente aconteceu dois minutos depois. Cascão recuperou uma bola na defesa, deu-a a Bernardo que lançou Hugo Neto no ataque. Miguel Artur teve que recorrer à falta já perto e foi expulso, mas não conseguiu evitar o golo, porque o avançado alvinegro marcou de livre.
Era ouro sobre azul para o Caldas, que saía para o intervalo em vantagem no marcador e numérica.
Na segunda parte o que se viu foi um Caldas inteligente. O Fátima reordenou-se num 3-5-1, o Caldas deu-lhe bola mas de uma forma que conseguia controlar no plano defensivo e lançar em velocidade os seus avançados, quer na alas, quer no corredor central. As oportunidades foram várias, mas o marcador só voltou a funcionar ao minuto 78. Num movimento de pressão colectiva no ataque Simões recuperou a bola e numa jogada ao primeiro toque com Leandro serviu Hugo Neto para um hat-trick que fugia aos jogadores do Caldas há três anos e meio. O último alvinegro a fazer três golos num jogo foi Diego Zaporo, à segunda jornada da época 2015/16.

MELHOR DO CALDAS
HUGO NETO 5
Caldas FátimaO hat-trick com que selou a vitória do Caldas era suficiente para ter que ser considerado o homem do jogo, mesmo que não tivesse feito mais nada. Só que fez. Do início ao fim do jogo foi um tormento para a linha recuada do Fátima, procurando de forma incessante abrir linhas de passe para que lhe servissem a velocidade, o que resultou até na expulsão ao defensor do Fátima. E ainda juntou um conjunto de pormenores técnicos deliciosos.

ANDRÉ SANTOS, JOGADOR DO CALDAS
Expulsão foi a chave
Caldas Fátima Entrámos mal no jogo, levámos algum tempo a acertar. Marcámos e depois quando acertámos sofremos o golo, o que é um contrassenso. Acho que o momento do jogo é a expulsão, ficamos em vantagem numérica e o Hugo fez golo no livre. Na segunda parte foi gerir sem desequilibrar. Não queríamos ser apanhados em contra-pé porque o Fátima só poderia chegar ao golo em bola parada ou numa jogada de contra-ataque. É a primeira vez que ganhamos duas vezes seguidas e estamos confiantes. A época passada foi para esquecer com as lesões, esta está a correr um pouco melhor e estou cá para ajudar.

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JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
O Hugo esteve eficaz
As duas equipas procuraram a vitória, mesmo com estratégias diferentes. Tivemos a felicidade de fazer golo num dos primeiros lances de ataque. Sofremos o empate num lance em que sabíamos que eles eram fortes. Depois reagimos bem, construímos várias oportunidades em penetrações dos nossos jogadores mais rápidos e tivemos a felicidade do Hugo estar eficaz, mas ele trabalha para isso e mereceu este hat-trick. Ainda não tínhamos conseguido duas vitórias consecutivas, acabamos por fazê-lo e não alargamos a margem para a linha de água. Foi o jogo que conseguimos juntar a eficiência da parte ofensiva com a defensiva.

ANDRÉ LUÍS, TREINADOR DO FÁTIMA
Não estivemos num dia bom
Não entrámos bem no jogo e depois nunca nos encontramos. Mesmo assim chegamos ao empate e naquele momento o jogo tinha que ir empatado para o intervalo. Acredito que numa segunda parte de 11 para 11 íamos dar uma resposta melhor do que demos na primeira. Na segunda parte queríamos levar o 2-1 até aos últimos minutos para depois nalgum lance de bola parada poder chegar ao empate, mas não estivemos num dia bom.

Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Paulo Barradas, AF Setúbal
Assistentes: Joaquim Gato e André Duque
CALDAS 3
Luís Paulo [4]; Juvenal [4] (Passos [2] 85’), Militão 4, Gaio [4] e Cascão [4]; Paulo Inácio [4], André Santos [4] e Simões [4]; Bernardo [4] (Leandro [3] 71’), Hugo Neto [5] e Farinha [4] (Ednilson [3] 68’)
Não utilizados: Guilherme, Januário, Passuco, Rafael Silveira
Treinador: José Vala
FÁTIMA 1
Aydhan; Miguel Pereira, Jefferson, Miguel Artur e Thomas Agyri (Andrey Yago 58’); Mauro Andrade e Balú; Zé Miguel, Fred (Miguel Miguel 80’) e João Vítor; Abraham Adelaja (Lucas Abreu 90’+1)
Não utilizados: João Sardinha, Diogo Oliveira, Magique
Treinador: André Luís
Ao intervalo: 2-1
Marcadores: Hugo Neto (10’, 45’+1 e 76’) e Abraham Adelaja (36’)
Disciplina: amarelo a Juvenal (42’), Frederico Oliveira (44’), André Santos (75’), Zé Miguel (75’). Vermelho directo a Miguel Artur (44’)
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