
Sueco Jonas Andersson passou na região de visita aos amigos caldenses da modalidade
Jonas Andersson, tricampeão mundial da disciplina rainha do motonáutica, esteve de visita às Caldas da Rainha, onde reencontrou amigos ligados à F1H2O, entre os quais o caldense Luís Miguel Ribeiro, que até à época passada desempenhou o cargo de Diretor de Corrida da competição.
O piloto, que se mantém no topo da competição há mais de uma década e meia, recordou os seus primeiros momentos em Portugal com carinho especial. “Foi em Portimão que fiz a minha primeira corrida na Fórmula 1, em 2006. E ganhei o meu primeiro campeonato aqui, na Figueira da Foz. Portugal é um país importante para mim”, afirmou.
Jonas Andersson destacou o ambiente de amizade que o motiva a voltar. “Vim visitar os meus amigos da Fórmula 1. Eles fazem o seu trabalho bem, e tenho muito respeito por quem trabalha nesta área. Especialmente o Luís, que foi o ‘chefe dos chefes’”, brincou, referindo-se a Luís Miguel Ribeiro.
O sueco partilhou com a Gazeta das Caldas a sua paixão pela condução dos potentes barcos da F1H2O. “Conduzir um destes barcos é a melhor sensação do mundo. Trabalhamos nos motores, ajustamos tudo… É como um avião sobre a água, que nas curvas se comporta como um comboio. É uma mistura fantástica. Exige muito controlo, sensibilidade e uma leitura constante do vento, que não se vê, mas muda tudo”, explicou.
Com quase 20 anos de experiência, Andersson destacou ainda a imprevisibilidade da modalidade. “Não é como no automobilismo, em que a pista é sempre a mesma. Aqui, cada volta é diferente. Cada metro muda. Uma volta pode ser perfeita e na seguinte há uma onda enorme. A F1H2O é exigente e fascinante”, acrescentou.
Apesar dos títulos, o sueco lamenta que a modalidade não tenha maior reconhecimento público. “Nos anos 80 era mais visível. Agora não é fácil. Sou tricampeão mundial e não consigo viver só com o que ganho. Investimos tudo de novo no desporto. É uma pena, porque esta modalidade merecia mais.”
Luís Miguel Ribeiro, que nos últimos anos foi Diretor de Corrida das provas de F1H2O e vai agora assumir o papel de reformular a F2, fez questão de destacar o percurso singular do piloto sueco. “O Jonas é uma referência na motonáutica. É um ‘self-made man’. Começou nas classes mais baixas e foi subindo, sempre com muito trabalho. Muitas vezes compete com equipas que têm dez vezes mais orçamento e mesmo assim ganha. É a prova de que, quando se ama o que se faz, e se é persistente, consegue-se. Ele é o exemplo perfeito disso.”
Sobre o futuro, Jonas Andersson, que nos últimos campeonatos ganhou três e ficou em segundo nos outros dois mostrou-se confiante e ambicioso. “Espero conquistar o quarto título. Nunca tivemos material tão bom. Vai ser um campeonato muito difícil, com margens muito pequenas. Com apenas cinco corridas, não há espaço para erros. Mas estamos preparados”, afirmou.
A visita às Caldas da Rainha prolonga-se por alguns dias, durante os quais Jonas Andersson pretende explorar melhor a cidade e a região. “Ainda não vimos muito, quero conhecer mais da cidade”, concluiu. ■






























