Os pelicanos vão agora ao Tondela, da 1.ª Liga, na quarta eliminatória, num jogo agendado para dentro de um mês
O Caldas apurou-se este domingo para a quarta eliminatória da Taça de Portugal, com Pepo a apontar o único golo da partida com o Mirandela, ao minuto 62.
Apesar da diferença de escalão — o Caldas milita na Liga 3 e o Mirandela no Campeonato de Portugal —, o jogo foi disputado olhos no olhos, com as duas equipas a alternarem momentos de domínio e a mostrarem grande organização defensiva, embora o Caldas com mais presença no ataque, fruto sobretudo das iniciativas de João Tarzan.
O Caldas entrou melhor e deu o primeiro sinal de perigo logo aos cinco minutos, com Matheus Palmério a obrigar o guarda-redes Vítor a uma defesa atenta após jogada pela direita, na qual já antes o guardião tinha impedido João Tarzan de visar a baliza.
O Mirandela respondeu com transições rápidas, sobretudo através de Lucca e Pimentel, que aos 42 minutos ameaçou a baliza de Duarte Almeida, fazendo a rede abanar, mas pelo lado de fora. Os adeptos visitantes foram mesmo iludidos, chegando a gritar golo.
O intervalo chegou com o 0–0 no marcador. Na segunda parte, o Caldas entrou determinado a resolver. Aos 49 minutos, Pepo testou os reflexos de Vítor num livre direto, mas o guardião defendeu.
O golo acabaria por surgir aos 62 minutos, numa jogada trabalhada pela esquerda: Pipo cruzou, Duarte Maneta apareceu ao segundo poste e, de cabeça, assistiu Pepo, que, também de cabeça, empurrou para o fundo das redes, com a bola a bater ainda na barra.
O Mirandela procurou crescer e conseguiu ter bola no meio campo de um Caldas virado para aproveitar as transições, mas foi mesmo a equipa visitante que teve a melhor ocasião de golo, aos 82 minutos, quando Braima e atirou para uma boa defesa de Duarte Almeida, com a bola ainda a sobrar para Vergueira, que, na recarga, rematou por cima, desperdiçando a melhor oportunidade da sua equipa para chegar ao empate.
José Vala: “Vitória justa num jogo de respeito e paciência”
O treinador do Caldas, José Vala, mostrou-se satisfeito com a exibição da sua equipa e com a passagem à fase seguinte da Taça de Portugal.
“Sabíamos que ia ser um jogo muito difícil. O Mirandela está na mesma posição da Série A em que o Tirsense estava quando nos visitou o ano passado, e isso serviu para alertar os jogadores para a qualidade que há no Campeonato de Portugal”, explicou o técnico.
Para José Vala, a chave do triunfo esteve na atitude e na maturidade tática do Caldas.
“Tivemos respeito pelo adversário, mas também qualidade com bola. Fomos pacientes, circulámos bem e criámos as nossas oportunidades. Mantivemos a baliza protegida e explorámos bem os espaços”, analisou.
O treinador sublinhou que, apesar da diferença de escalão, o jogo foi de grande equilíbrio e exigiu inteligência estratégica.
“Hoje em dia, todas as equipas se estudam. Sabíamos como o Mirandela defendia e tentámos criar algo diferente na segunda parte, com o Clemente a vir mais para o meio campo para ser mais um elemento de ligação com o ataque, e acabou por ter influência nesse aspeto. Resultou, porque conseguimos controlar melhor o jogo”, revelou.
Com o foco já apontado à próxima eliminatória — frente ao Tondela, da Primeira Liga —, o treinador promete manter a ambição.
“Vai ser um prémio para todos. É uma eliminatória em que o adversário tem mais a perder e nós só temos a ganhar. Vamos encarar o jogo com ambição e desfrutar”, afirmou.
O técnico terminou lembrando que a prioridade continua a ser o campeonato.
“Temos agora um jogo muito difícil com o Atlético de Albergaria. Estamos a preparar-nos bem e queremos manter a liderança na Liga 3”, concluiu.
Rafael Pinheiro: “Fomos competentes e dignificámos o nome do Mirandela”
O treinador do Mirandela, Rafael Pinheiro, saiu das Caldas com um sentimento agridoce: orgulho pela exibição da sua equipa e frustração por um resultado que, acredita, não espelhou o equilíbrio do jogo.
“Foi um jogo muito equilibrado, podia ter caído para qualquer lado. Eles foram mais felizes e marcaram um golo, que acabou por decidir tudo”, resumiu o técnico no final do encontro.
Apesar da eliminação, Rafael Pinheiro destacou a postura dos seus jogadores frente ao líder da Liga 3.
“Não fomos nada inferiores ao primeiro classificado. Dividimos claramente as oportunidades de golo e dignificámos a nossa cidade e o nosso clube”, afirmou.
O treinador reconheceu que a eficácia foi o ponto decisivo.
“Chegámos várias vezes ao último terço, mas faltou sermos eficazes. Quem quer ganhar tem de marcar pelo menos um golo”, disse, lembrando que já ao intervalo tinha alertado os jogadores para a necessidade de concretizar as oportunidades criadas.
Ainda assim, o técnico acredita que o encontro reforçou a confiança da equipa.
“Estamos a crescer. Os últimos jogos mostram isso. Vamos trabalhar sobre os aspetos positivos e tentar, rapidamente, subir na tabela classificativa da nossa série”, concluiu, mantendo o foco na longa caminhada do Campeonato de Portugal.































