Sporting das Caldas venceu a primeira batalha

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O Sporting das Caldas colocou-se em vantagem no primeiro jogo da final da I Divisão com o Castêlo da Maia. Empurrados por um público fantástico, os caldenses fizeram um grande jogo e venceram na negra. Estar nesta final é já um feito assinalável para a equipa das Caldas, que já se tinha antes intrometido na final four da Taça de Portugal. Toda a gente queria uma vitória caldense, mas por certo que nenhum dos mais de 500 espectadores pediam mais que empenho aos caldenses. Empenho que foi correspondido e premiado. No primeiro set os maiatos confirmaram o favoritismo, assente na classificação das primeiras fases e também nos dois confrontos anteriores entre as duas equipas, ambos com vitórias do Castêlo por 1-3 e 3-0. Os maiatos chegaram a ter uma vantagem de seis pontos que os caldenses recuperaram para dois. Um bloco de Cveticanin bloco e um remate fora acabaram por estragar a recuperação aos caldenses, mas estava revelado que o Sp. Caldas podia pelo menos discutir o encontro, mantendo a concentração e o empenho. Confiança reforçada com uma excelente entrada no segundo set, com um parcial de 4-1 que os caldenses geriram com competência, excepção feita a uma altura em que os maiatos chegaram a empatar, mas que foi ultrapassada ainda antes do segundo tempo técnico. O mais louco, e também o mais importante dos sets, como haveria de sublinhar Júlio Reis, foi o terceiro. Três erros não forçados dos caldenses e dois blocos do Castêlo levaram a um início a 0-5, que levou Júlio Reis a parar o encontro. Ainda que reacção da equipa não tenha sido imediata, permitiu quebrar o ímpeto aos maiatos. A margem foi encolhendo e esticando, mas depois dos 5-9 os caldenses responderam com um parcial de 11-4 que lhe dava vantagem ao segundo tempo técnico, com Calaça e Kiká a vestirem o fato de heróis na reviravolta. Os caldenses reverteram mesmo a desvantagem de cinco pontos para uma vantagem igual, mas ainda não estava acabado. O Castêlo recuperou na ponta final do set e chegou a colocar-se na frente. O Sp. Caldas teve que salvar dois pontos de set, teve depois os dois seguintes, acabando mesmo por confirmar o triunfo no parcial. Depois de uma grande vitória, os caldenses tiveram um set desastroso. O Castêlo conseguiu uma vantagem de 1-6, que obrigou novamente Júlio Reis a forçar uma reacção da equipa, que desta vez não surgiu. Com o avolumar do marcador os caldenses começaram a pensar na negra, cedendo o set por 14-25. A estratégia funcionou. Calaça fez os dois primeiros pontos da negra, o que contribuiu para quebrar uma importante barreira psicológica. A vantagem chegou aos quatro pontos, o que num set decidido aos 15 é muito importante. E aí o apoio das bancadas revelou-se fundamental, com vaias monumentais sempre que serviam os visitantes e um apoio magnífico quando a bola era dos caldenses. De nada serviu a aproximação na fase final do set, depois dos caldenses chegarem ao 10-5. O Sp. das Caldas teve quatro pontos de set e ao terceiro carimbaram a vitória com uma falta na rede dos visitantes. Seguem-se dois jogos na Maia, no sábado e no domingo, e a certeza de que a final só ficará já decidida caso os caldenses vençam as duas partidas.
SP. CALDAS 3 
NUNO PEREIRA, IVO RODRIGUES, MIGUEL AGAPITO (L), LUÍS MOREIRA, CALAÇA, KIKÁ, JOSÉ JARDIM, LUCA, AFONSO REIS, RUBEN PAZ (L), ANDRÉ ALMEIDA, RUBEN SANTOS TREINADOR: JÚLIO REIS
 
CASTÊLO MAIA 2 GIL PEREIRA (L), JOSÉ NEVES, BERNARDO MARTINS, FILIP CVETICANIN, FLÁVIO CRUZ, MANUEL SILVA, HÉLIO SANCHEZ, GUSTAVO FIGUEIREDO, JOSÉ GOMES, DIOGO SALVADOR, LOURENÇO MARTINS, JOÃO NEVES TREINADOR: RUI PEDRO SILVA PARCIAIS: 22-25, 25-20, 28-26, 14-25 E 15-13
 
2016-04-22 Primeira.inddLuis Moreira, jogador do SCC 
Adeptos fizeram-nos transcender
 Ganhar 3-2 ao Castêlo da Maia é muito bom. Tínhamos o objectivo de ganhar, por que resultado fosse. A equipa está motivada e esta vitória é uma mais-valia para nos lançarmos nos dois próximos jogos que temos em casa do Castêlo e vamos mais bem preparados para esses desafios. É uma modalidade bastante emotiva, um jogo a 3-2 traz isso ainda mais, tivemos só um set em que estivemos apagados, concentrámo-nos logo na negra e vencemos. Quero agradecer a esta massa associativa que esteve connosco, é um marco histórico para o clube e também para nós atletas, a possibilidade sermos campeões da I Divisão, os adeptos foram fantásticos no apoio e fizeram-nos transcender ainda mais. Vamos com outro acreditar para esses dois jogos, o Castêlo serve muito bem e pode criar-nos mais dificuldades em casa deles, vamos festejar e trabalhar para estar bem nesses jogos.
Júlio Reis, treinador do SCC 
Terceiro set foi fundamental 
É um enorme prazer ver o pavilhão no estado em que estava, é uma enorme satisfação e faz parte do nosso objectivo, mexer com as pessoas. Demonstrámos ter equipas iguais, eles jogam com o estatuto, que nós ainda não temos, mas que vamos atingir com jogos como este. Foi um jogo muito discutido, muito jogado tacticamente, mas saímos vitoriosos e acho que merecemos. Penso que o terceiro set é fundamental. A perder 5-0 estava quase a dar o set como perdido, a verdade é que acreditámos todos que era possível, chegámos ao 15-16 e a partir daí tudo era possível. Foi preciso ter coragem para mexer na equipa, conseguimos vencer. Perdemos o quarto set mas no quinto ganhámos a vantagem e nunca mais a perdemos. Fomos consistentes, as grandes equipas fazem-se de vitórias e nós queremos ser uma grande equipa. Queremos ser campeões, sabemos que é difícil, mas vamos pelo menos criar o máximo de dificuldade à equipa adversária.
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