O sétimo campeonato do mundo de artes marciais realiza-se nas Caldas da Rainha, tal como no último ano. De 5 a 9 de Abril são esperados seis mil atletas de mais de meia centena de países dos diferentes continentes. Prevê-se que o impacto económico suba dos 400 mil euros (2016) para o meio milhão. Além disso, as Caldas tornou-se a sede da federação portuguesa e do projecto olímpico mundial, que pretende incluir esta modalidade nos Jogos Olímpicos.

O Campeonato do Mundo de Artes Marciais regressa às Caldas entre os dias 5 e 9 de Abril e a organização espera que traga seis mil atletas à cidade termal. Em competição estarão 35 especialidades, que incluem por exemplo o Kempo, o Kajukenbo ou MMA.
Estima-se que o impacto económico da feira, com hotéis e restaurantes cheios, se situe perto do meio milhão de euros (mais cem mil euros do que em 2016).
No dia 6 de Abril realiza-se uma gala de homenagem a todos os dirigentes e aos melhores atletas do mundo no Salão Milénio. Entre os dias 7 e 9 de Abril, os cerca de seis mil atletas irão competir, sendo que é no sábado à noite que se realiza a gala profissional, onde serão entregues os títulos profissionais. É também nesta noite que se realiza o demo show, um espectáculo de demonstração das especialidades.
Durante estes três dias realizam-se ainda 30 seminários com os dirigentes mundiais das modalidades e a feira internacional de cultura e desporto, que contará com actuações de ranchos folclóricos e músicos e com apresentação de modalidades por parte de um ginásio que patrocina o evento. Há também espaço no pavilhão para divulgação de empresas locais, stands de gastronomia e institucionais.
Uma das novidades é que “as competições criativas serão no palco”. Toda a arbitragem é profissional.
Bruno Rebelo salientou que o evento que só é possível porque “a Câmara das Caldas deu um apoio incondicional” e porque os “patrocinadores locais deram a base para crescermos ainda mais”.
O mentor da iniciativa revelou ainda que o atentado em Inglaterra fechou várias fronteiras. “Fico contente se tivermos os 6000 mil atletas de 54 países, porque muitas embaixadas na Ásia não deixaram os atletas vir”, afirmou.
Abílio Camacho, presidente de União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro e presidente da Expoeste, afirmou que o evento “é uma mais-valia para a cidade e para o seu desenvolvimento” e garantiu que a Expoeste e a União de Freguesias vão “colaborar no que puderem”.
Já Alberto Pereira, vereador da Câmara das Caldas com o pelouro do Desporto, mostrou a sua satisfação pelo lançamento de “um dos maiores eventos jamais realizado nas Caldas” e disse que a iniciativa “coloca a cidade no mapa nacional”.
O autarca destacou “a espectacularidade das exibições” e mostrou a sua indignação com as dificuldades burocráticas com os vistos que impediram a vinda de mais atletas. “É uma situação que deverá ser analisada pelo Governo, porque é uma limitação da vinda de atletas de grande craveira”, apontou, pedindo à “Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros que a avaliação dos pedidos de entrada no nosso país sejam mais céleres e melhor analisados”.
Notou a existência de outros grandes eventos desportivos na cidade e chamou a atenção para o campeonato de pentatlo moderno de qualificação para os Jogos Olímpicos.
Defendeu que o evento traz mais valias ao nível desportivo, do turismo e económico, com a “hotelaria e restaurantes cheios”.
Afirmou também que “o primeiro ano foi de aprendizagem para todos” e que “a Câmara tem a obrigação, além do gosto, de colaborar com estes eventos”.
A autarquia concede um apoio financeiro de 30 mil euros, mais as questões logísticas, tal como no último ano. “A Câmara não falhou em nada”, salientou Bruno Rebelo.
Quando questionado acerca do orçamento disse que “é superior ao do último ano”, mas não revelou o montante.
Federação nacional e projecto olímpico mundial sedeados nas Caldas
O projecto mundial para incluir o kempo nos Jogos Olímpicos irá ficar sedeado… nas Caldas. Daí que o programa deste ano comece a 5 de Abril, com uma reunião de todas as federações para criar oficialmente a união mundial de sport kempo, que é o projecto olímpico. Irá ficar sedeado nas Caldas, em local ainda a definir. “Será a primeira sede de um projecto olímpico mundial em Portugal”, realçou o caldense Bruno Rebelo, da World All-Styles Championship Federation, que organiza o evento.
“Escolhemos Caldas porque nos recebeu muito bem, todos os países gostaram do enquadramento e de como a Câmara nos recebeu”, contou, revelando que a decisão foi aprovada por unanimidade dos 114 países que compõem a união mundial.
No dia em que decorreu a conferência de imprensa, já durante a tarde, a federação nacional, que junta 350 clubes, mudou estatutos de Souselas (Coimbra), para as Caldas.
As duas federações (nacional e mundial) ficam sedeadas na Expoeste e ambas são lideradas por Bruno Rebelo. “Vai trazer muito dinheiro para as Caldas”, afirmou.
A modalidade já existe desde 1997 na cidade termal, “mas um projecto olímpico, com subsídios, permite aos miúdos treinar à borla como acontece noutros países da organização”. Actualmente existem, segundo Bruno Rebelo, cerca de 500 atletas no concelho.
Alberto Pereira destacou que “Caldas tem duas federações olímpicas: badminton e pentatlo moderno” e que este não é um projecto a curto prazo. “Tudo teremos que fazer para que a federação mundial consiga concretizar o projecto de vir a participar nos JO”.
Traçou as semelhanças com o badminton e disse que “no futuro poderemos vir a ter uma colaboração ainda maior”, referindo-se a uma “sede com outras condições” e locais para a prática desportiva.
Bruno Rebelo esclareceu que “como Expoeste não tem Centro de Alto Rendimento”, vão treinar no Pavilhão Rainha D. Leonor e noutros pavilhões do concelho.
Também entrou recentemente na Câmara o projecto para trazer os dois campeonatos nacionais (tradicional e desportivo) para esta cidade. “é mais despesa para a autarquia, mas traz mais pessoas, porque qualquer evento nacional nosso traz pelo menos 800 pessoas”.






























