O Caldas voltou de Vila Franca de Xira com a derrota mais pesada da época. Os alvinegros dividiram a primeira parte, não resistiram aos dois golos sofridos no arranque da segunda.
Golo foi marcado nos dias que o antecederam pela actualidade na equipa do Vilafranquense, com ameaças de greve ao jogo devido a salários em atraso, rescisões, a intervenção do sindicato e a resolução dos problemas por parte da SAD no final da semana.
Apesar das dificuldades pelas quais tem passado desde o início do ano, o Vilafranquense mantinha-se como um candidato a disputar a subida e foi a confirmar esse estatuto que entrou em jogo. Com uma estrutura de três centrais e um jogo muito fluído pelas alas, o Vilafranquense chegou rapidamente à vantagem. Corria o minuto oito quando uma bola chega à área, China assiste de cabeça João Vieira, que domina no peito de costas para a baliza e remata em rotação, vencendo a oposição de Militão. Um gesto técnico que confirma as credenciais do avançado recrutado a meio da época à U. Leiria.
Com o golo a surgir tão cedo, o Vilafranquense tirou um pouco o pé do acelerador e pagou o preço. O Caldas tinha mais para dar do que os ribatejanos estariam à espera. A resposta foi pronta, mas Leandro não conseguiu direccionar da melhor forma a assistência de Hugo Neto. Mas o mesmo não aconteceu quando, num lance bem desenhado à direita, Bernardo assistiu de forma perfeita a cabeça de Farinha ao segundo poste, estava feito o empate e com o Caldas a conseguir controlar o jogo quase sempre longe da sua baliza. Excepção apenas num remate de Ragner que obrigou Luís Paulo à defesa da tarde, e a outro de Marco Grilo novamente com o guardião a superar a prova.
O empate ao intervalo era justo. Mas a segunda parte foi um novo recomeço para o Vilafranquense, que voltou a marcar muito cedo. João Vieira e Militão voltaram a ter confronto, tal como no lance do primeiro golo, mas desta vez o avançado tentava a assistência numa jogada à linha, o corte de Militão estava condenado a seguir para o fundo da rede.
Ao Caldas restava reagir como tinha feito na primeira parte, mas seis minutos depois nova jogada rápida pelos corredores deixou Tocantins em excelente posição para fazer o terceiro, e assim fez. José Vala reagiu com uma dupla substituição. Quem não reagiu foi a equipa.
O Caldas bem que tentou voltar a pegar no jogo e criar situações de incómodo para a baliza de Nelson Pinhão. Mas era o Vilafranquense que tinha muita facilidade para desmontar a equipa alvinegra. João Vieira e Luís Pinto fizeram a conta chegar aos cinco. O Caldas só no último lance do jogo esteve mesmo perto de voltar a marcar, Hugo Neto não conseguiu bater Nelson Pinhão.
Apesar das três derrotas consecutivas, com o desaire caseiro do Sertanense com o BC Branco, o Caldas continua a precisar de apenas um ponto nas duas jornadas para carimbar a manutenção.
MELHOR DO CALDAS
Bernardo Rodrigues 2
Num jogo que não foi de boa memória para os alvinegros, o jovem médio destacou-se pela jogada com que serviu Farinha para o golo que relançou o Caldas no jogo. Além desse lance, trabalhou bastante na tentativa de fazer chegar jogo ao ataque.
SIMÕES, JOGADOR DO CALDAS
Não fomos o Caldas
Fizemos uma boa primeira parte, em que o jogo teve uma intensidade muito grande. Sofremos o golo, o que podia ser complicado para nós, mas reagimos muito bem e chegámos ao empate. Na segunda parte não fomos o Caldas. Eles entraram muito melhor, marcaram dois golos e a partir daí o jogo quase que acabou. Quero dizer aos adeptos que isto não é o Caldas, e não será o que teremos nas duas jornadas que faltam. Vamos ser um Caldas forte, com ambição e vontade enorme para cumprir os objectivos mínimos da época, a manutenção, e terminar da melhor forma possível. Fazer 250 jogos é uma marca importante, mas é um dia triste para mim. Tenho vindo a trabalhar e o mister tem apostado em mim, é um ponto positivo, mas gosto de ver as coisas do ponto de vista colectivo e podia ter sido um ano melhor.
JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
Por água abaixo
Primeira parte bem conseguida. Reagimos bem ao golo e tivemos qualidade no nosso futebol. Na segunda parte sofremos dois golos rapidamente e houve um descontrolo. Se me propusessem terminar o jogo a seguir ao 3-1, eu aceitaria. Perdemos o controlo e sentiu-se ir tudo por água abaixo. Na tentativa de chegar ao ataque pusemos de lado tudo o que trabalhámos e a equipa ficou partida. Vamos fazer do jogo de Mação o jogo da época.
FILIPE MOREIRA, TREINADOR DA UDV
Espírito de campeão
Não foi um jogo nada fácil, sobretudo na primeira parte e por mérito do Caldas. Entrámos muito bem, marcámos, mas o Caldas criou problemas conseguiu amarrar o nosso jogo e numa transição rápida fez um golo de belo efeito. Na segunda parte entrámos fortíssimos e fizemos uma segunda parte fantástica, com espírito de campeão.































