Depois do fulgor ofensivo demonstrado com o Castelo Branco, o Caldas não conseguiu manter a bitola e empatou sem golos em Alcains. O controlo defensivo valeu quinto jogo seguido a pontuar.
O empate em Alcains coloca o Caldas, simultaneamente, na melhor sequência de jogos a pontuar (cinco) e na segunda pior série sem ganhar (os mesmos quatro jogos que entre as jornadas 6 e 9, mas então com dois empates e duas derrotas).
Após o empate caseiro a zeros com o Benfica e Castelo Branco, mas numa partida em que os alvinegros mostraram um apetite pela baliza adversária poucas vezes visto esta temporada, na viagem a Alcains penúltimo classificado e que acabou por cair para a cauda da tabela o que se esperava era o regresso às vitórias, dando continuidade ao bom momento da equipa.
No entanto, do outro lado estava uma equipa que, embora condicionada nas opções, tinha treinador novo e vontade de dar a volta a uma situação difícil e travar uma série de 10 jogos com nove derrotas e um empate.
No arranque da partida foi mesmo o Alcains que se conseguiu afirmar, conquistando dois pontapés de canto e um livre, que não levaram perigo à baliza de Luís Paulo. Com um sistema em 4-4-2 clássicos com os flancos bem fechados, o Alcains conseguia tirar a profundidade de jogo com que o Caldas tinha sido acutilante na jornada anterior.
Mas aos poucos os alvinegros foram ganhando ascendente no controlo de jogo a meio campo e de bola parada também começou a ameaçar. Mas foi ao minuto 38 que os alvinegros mais perto estiveram do golo. Passe mágico de Simões na zona central para Silveira, que em voo desviou de Fábio Mendes, mas a bola passou ao lado.
Respondeu o Alcains com o intervalo a chegar, jogada de Peter pela direita, o avançado conseguiu cruzar duas vezes com perigo, mas Militão e Luís Paulo resolveram.
Na segunda parte o Caldas melhorou a sua eficiência na zona de meio campo e continuou a controlar as operações. No entanto, chegada ao último terço de terreno o Alcains fechava bem os espaços e o Caldas tinha dificuldades em criar desequilíbrios, com Ednilson, que teve que ser assistido a meio do primeiro tempo, a denotar algumas dificuldades que o impediam de criar desequilíbrios.
Simões voltou a assumir papel de destaque na zona central, agora com um remate à entrada da área que obrigou Fábio Mendes a uma defesa a soco. O Alcains, ainda que mais retraído, respondeu novamente por Peter, que solicitou a entrada de cabeça de Fábio Sousa que atirou a bola a rasar o poste.
As substituições não conseguiram abanar com o jogo, com o Alcains a demonstrar-se satisfeito com o empate e a quebrar muito o ritmo com paragens. O Caldas só conseguiu voltar a criar perigo com a meia distância de Marcelo, para nova defesa vistosa de Fábio Mendes. Ainda houve mais 15 minutos de jogo até ao apito final, quase sempre com mais Caldas, mas sem verdadeiras oportunidades para desfazer o nulo.
MELHOR DO CALDAS
SIMÕES 3
Mais uma exibição a pautar o posicionamento da equipa e os ritmos de jogo ofensivo sempre com muita classe. Brilhou num passe para Silveira na melhor ocasião de golo da primeira parte, e obrigou, segunda, Fábio a uma defesa difícil num remate de longe, recurso que tem condições para usar mais vezes.
MARCELO, JOGADOR DO CALDAS
Faltou golo
Não entrámos bem na primeira parte, não estávamos a ganhar a segunda bola. A segunda parte foi toda nossa, eles quebraram muito o ritmo de jogo, nós tentámos criar oportunidades de golo mas não conseguimos marcar. Queremos sempre a vitória, mas um ponto é um ponto na nossa caminhada neste campeonato difícil. Esperava jogar um pouco mais, mas tenho que aceitar e trabalhar para responder quando as oportunidades surgem. Acreditamos que vamos sair felizes no final do campeonato.
JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
Muitas quebras de ritmo
Não foi uma boa primeira parte, mérito na forma como o Alcains entrou, na segunda fizemos tudo para ganhar e, sinceramente, o Alcains pareceu satisfeito com o empate, com muitas quebras de ritmo, mas tínhamos obrigação de fazer mais. Quando as equipas jogam com o bloco mais baixo é difícil explorar a profundidade, mas tínhamos que fazer mais pelas alas, principalmente na primeira parte quando houve espaços nas costas da defesa. Entravamos bem na primeira fase mas perdíamos a bola. Faltou mais largura, mais tranquilidade e objectividade nas bolas paradas.
LEANDRO MONTEIRO, TR. ALCAINS
Empate justo
Há quatro meses que esta equipa não estava com a baliza inviolada e esse era o primeiro objectivo e conseguimos. Temos vários jogadores lesionados e outras condicionantes, nem guarda-redes suplentes tínhamos. Temos um plantel jovem, inexperiente. Entrámos bem, depois não soubemos reagir a alguns comportamentos previsíveis que tínhamos diagnosticado à equipa do Caldas. Na segunda parte o jogo ficou muito mais equilibrado, houve oportunidades dos dois lados e até acabámos mais acutilantes, mas o empate é justo.































