
O Caldas igualou o recorde de invencibilidade da equipa de 1977/78 com um empate a 3 golos em Santarém e manteve o 2º lugar, num jogo descontrolado que acabou por ter um resultado justo
Campo: Chã das Padeiras, em Santarém
Árbitro: Carlos Espadinha (Lisboa)
Assistentes: Vasco Marques e Carlos Bautista
U. Santarém 3
Gonçalo Filipe; Nuno Longo, Yaka Medina, Hugo Grilo (C) e Serginho; Allan Peixoto, João Martins (Stenio Santos 77) e Tiago Baptista; Bruno Mendonça, Herlander Tomé e Leo Mofreita (Ruben Gouveia85)
Não utilizados: Diogo Ferreira, Cajarana, Rodrigo Dias, Pedro Ganhão
Treinador: André Luís
Caldas 3
Luís Paulo [7]; Passos [7], Militão (C) [7], Gaio [7] e Farinha [7]; Paulo Inácio [7], Simões [7] (Bruno Eduardo [5] 66), Pedro Faustino [7] e João Tarzan [8]; Hugo Neto [7] (Ruca [3] 85) e Januário [6] (Yordy [6] 45)
Não utilizados: Rui Oliveira, Leandro, André Santos, Bernardo Rodrigues
Treinador: José Vala
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: 1-0 Tiago Baptista (13), 1-1 Hugo Neto (15), 1-2 Hugo Neto (37), 2-2 Herlander Tomé (45+2 gp), 3-2 Herlander Tomé (75), 3-3 João Tarzan (77)
Disciplina: amarelos a Yordy (57), Hugo Neto (72), Allan Santos (73) e Farinha (90)
Há 42 anos que o Caldas não mantinha a invencibilidade durante tantos jogos. Ao empatar em Santarém, os alvinegros igualaram o registo de 15 jogos sem perder da equipa de 1977/78, campeã nacional da 3ª Divisão. Para o bater, têm agora pela frente um obstáculo difícil, o líder Praiense, que visita a Mata no próximo domingo, num jogo que está a gerar grande expectativa.
Mas era o U. Santarém que interessava no passado domingo e o obstáculo foi igualmente duro de ultrapassar.
Os escalabitanos, a lutar para sair da zona de despromoção, suspreenderam na fase inicial do jogo pela extrema velocidade da sua frente de ataque. O Caldas, ainda que assente na habitual estrutura de 4 médios, não era capaz de controlar os tempos de jogo.
Após duas ameaças por Bruno Mendonça, a U. Santarém chegou ao golo ainda antes do quarto de hora. O lateral Sérgio Vieira subiu rápido pela esquerda e cruzou para a pequena área, onde o médio Tiago Baptista surgiu a encostar.
O Caldas respondeu de pronto. João Tarzan lançou Hugo Neto, que bateu a saída de Gonçalo e empurrou para a baliza deserta.
JOGO DESCONTROLADO
“Descontrolo” era a palavra que melhor definia o jogo. Nem Caldas nem U. Santarém conseguiam controlar o jogo do adversário. Começou por ser mais feliz o Caldas, que virou o marcador quando Hugo Neto bisou. Brilhante iniciativa de João Tarzan travado em falta, Januário prosseguiu o lance e isolou o camisola 7, que fez o resto. Quando tudo parecia mais controlado. Pedro Gaio fez penalti sobre Bruno Mendonça e tudo ficou empatado.
Yordy entrou ao intervalo para repor ordem, mas isso custou perda de iniciativa de jogo. José Vala voltou, então, à formula inicial com a segunda substituição e o descontrolo voltou. O Caldas carregou forte e, se há milagres no futebol, aconteceu um ao minuto 72. Só isso explica que dos 3 remates no mesmo lance nenhum tenha dado golo. Na resposta marcou a U. Santarém, de contra-ataque.
Mas João Tarzan não estava pelos ajustes e na resposta aproveitou uma hesitação de Gonçalo para repôr a igualdade.
Apesar da incerteza que se manteve até final, o empate persistiu e justificou-se.
Melhor do Caldas

Explodiu em festejos após ter feito o golo do empate e bem mereceu os festejos. Esteve nos 3 golos dos alvinegros. Fez a assistência para o 1º, teve um rasgo de genialidade que abriu uma clareira para o lance do 2º e marcou o 3º.
Paulo inácio, jogador do caldas

Muitos erros
“Foi um jogo muito bem disputado, contra uma equipa que é forte a jogar em casa. Sabíamos que eles são fortes nas transições e cometemos alguns erros. Penso que o resultado final espelha o que se passou. Foi um bom jogo para quem assistiu, mas não podemos errar tanto. Queríamos levar daqui os 3 pontos, não conseguimos, mas levamos mais um para juntar ao que temos vindo a fazer, um bom campeonato. Estava muita gente das Caldas, mesmo fora sentimo-nos em casa e tem sido assim domingo após domingo, também queríamos ter ganho por eles. Queremos continuar e dar sequência a esta série que é muito boa. A equipa está bem e os recordes existem para ser batidos. São 15 jogos sem perder e queremos continuar.”
José vala, treinador do caldas
Muito no limite
“Na primeira parte estivemos melhor, mas, pelo menos para mim, ficou sempre a sensação que estávamos a jogar muito no limite, pela mobilidade que o Santarém tem na frente. Tentámos rectificar ao intervalo, mas não resultou. Não melhorámos em termos defensivos e deixámos de ter tanta posse de bola. Com a entrada do Bruno voltámos a dificultar a construção deles e acabou por ser até ao fim o jogo igual ao que foi na primeira parte, muito repartido, ao contrário do que queríamos. Parabéns ao U. Santarém pela forma como joga ofensivamente. Nós temos que rectificar o que não fizemos bem defensivamente, porque contra o Praiense não podemos cometer tantos erros.”






























