“Queremos dar continuidade e melhorar o protocolo com a academia”

0
1319
Michel Thiran tem 54 anos, foi atleta do clube até aos 28 e integrou a direção com Ramiro Martins

Michel Thiran junta-se a Miguel Silva na ‘corrida’ presidencial ao Clube de Ténis das Caldas da Rainha, como solução de continuidade

O que levou o Michel Thiran a apresentar esta candidatura?
Tenho 54 anos e sou sócio do clube há 45 anos. Comecei a jogar ténis aos 10 anos, participei em todos os campeonatos nacionais até aos 18 anos e representei o clube nas equipas. Trabalhei no clube, dei aulas de ténis e, mesmo a estudar fora, continuei a jogar e a representar o clube até aos 28 anos.
Ao longo deste percurso fiz muitas amizades e sinto muito orgulho em tudo o que o ténis me deu. Sempre estive ligado à direção, nomeadamente com o presidente Ramiro Martins. A dele de não se recandidatar foi fundamental para eu avançar com esta candidatura. Nunca iria concorrer contra ele. O lema da candidatura é: “Honramos o passado, construímos o futuro.”

Quais são as vossas propostas para o clube?
Honrar o passado é ser grato e respeitar o que pessoas como Ramiro Martins, Jorge Sales, Rafael Batista e muitos outros deram ao clube. Nós, a geração que jogou depois deles, queremos honrar esse legado.
Ao mesmo tempo, queremos olhar para o futuro e criar uma dinâmica de modernidade. O objetivo não é fazer grandes alterações na estrutura, mas sim avançar na digitalização: deixar de trabalhar em papel, implementar plataformas online para reservas de campos e atividades, atualizar os sócios e facilitar os pagamentos.
Queremos um regulamento mais digital e uma secretaria mais informatizada para melhorar o funcionamento do clube.

- publicidade -

Tem uma equipa com pessoas com forte ligação ao ténis, quer apresentá-los?
Quando fui desafiado por um conjunto de sócios para esta candidatura, constituí a equipa baseada no conhecimento que cada um traz.
A Catarina Silva tem experiência como árbitro internacional de ténis e vai apoiar na organização dos torneios, das equipas e no funcionamento diário do clube. A experiência internacional que traz é fundamental.
O Pedro Baptista é jurista e terá um papel importante na parte dos protocolos – com a Câmara, o Complexo Municipal, o Padel e a Felner Tennis Academy. Também será tesoureiro e dará apoio na ligação com a Câmara e na parte financeira do clube.
A Mariana Fonseca Esteves é engenheira civil e tem forte ligação ao clube através da família. Escolhi-a pelo apoio que pode dar em infraestruturas. Temos vários desafios. O Padel tem 4 campos feitos mas falta concluir a obra com os equipamentos de apoio, nomeadamente bar, receção, equipamentos para aulas. A Mariana também apoiará na reabilitação dos campos mais antigos, que têm mais de 50 anos e sofrem problemas de drenagem quando chove. No complexo desportivo, queremos melhorar principalmente os cobertos.
O Caetano Perez ficará com a informatização, digitalização e marketing. Queremos criar publicidade com qualidade e regulamentada, tanto aqui como no complexo desportivo, convidando patrocinadores para apoiar as equipas em troca de espaço publicitário. O Caetano também cuidará da comunicação com os sócios. Há uma falta de informação que os sócios sentem, nós identificámos isso e queremos melhorar. Queremos também que os sócios participem através de grupos de trabalho para determinadas ações.

Um dos temas neste ato eleitoral é a renovação do protocolo com a Felner Tennis Academy. A vossa proposta é manter esta parceria?
Sim, queremos claramente dar continuidade ao protocolo e melhorá-lo. O protocolo termina este mês, portanto será um dos primeiros atos que a próxima direção terá de tomar.
Para nós este não é um problema, é dos assuntos que menos nos preocupa. Apoiamos totalmente a decisão que a direção do clube tomou há 15 anos, quando convidou o Pedro Felner a apresentar um projeto que, 15 anos depois, se verificou muito bem sucedido.
Foi bem sucedido em várias vertentes, especialmente na desportiva. A academia foi construída fora dos dois grandes centros – Lisboa e Porto – e não vejo nenhuma cidade com representação tão forte fora desses polos. Foi um projeto inovador que o Pedro desenvolveu com o clube.
Na região, somos de longe o clube com mais títulos, e aqui à volta não há nada que se chegue aos resultados obtidos.
A nossa missão é não só dar continuidade, mas criar condições para que a academia consiga mais e melhor. Temos alguns pontos identificados que não correram tão bem ao longo destes anos e que queremos melhorar, em conjunto com a academia, os seus treinadores e funcionários.
Queremos tornar este clube mais forte, mais capaz e com melhores condições para os atletas se sentirem confortáveis a treinar aqui.
Para nós não há qualquer rutura, é um processo de continuidade e melhoria daquilo que foi feito até agora.

Um dos pontos é fazer com que o ténis chegue a cada vez mais jovens?
O ténis e o padel, esse é um dos nossos objetivos. O ténis está enraizado, tem o seu caminho feito, mas gostávamos de trazer algumas escolas para o Parque. Achamos fundamental voltar a ter essa dinâmica e vivência. Foi aqui que todos nós crescemos e nos identificámos com isto.
Existe um problema: o inverno não permite treinar ao ar livre. Isso cria dificuldades porque quem organiza as escolas tem que transferir os alunos para o complexo, que tem apenas dois campos cobertos. Sempre que se tentou fazer isto no passado, não resultou por esta razão, e cria problemas aos pais e encarregados de educação.
Sei que é cómodo ter as aulas aqui no Parque. Quando se veem miúdos a jogar, outros querem experimentar e convidam os pais a treinar. O complexo não está muito longe, mas não é uma organização fácil.
Vamos ver com a academia como criar aqui uma dinâmica, o pode passar, por exemplo, pelos sábados de manhã. Os protocolos com as escolas e o colégio já existem, mas temos que ser mais incisivos nessa procura e abrir mais o ténis à sociedade.
Queremos dar oportunidade a todos os que queiram vir experimentar e jogar. A partir daí, cada caso é um caso. Há pessoas que vão precisar de mais apoio para continuar, e o clube cá estará para lhes dar a oportunidade que merecem.

No padel, o clube tem os campos praticamente prontos, qual é a visão para a modalidade?
Queremos claramente dinamizar o padel e fazer um trabalho mais incisivo junto das escolas. O padel vai ficar da nossa responsabilidade direta, portanto vamos ter que constituir uma equipa e desenvolver a modalidade.
O nosso objetivo é criar uma escola de padel e desenvolver os atletas desde pequenos, um processo tal como foi feito no ténis: formação primeiro, depois competição.
Não queremos que o padel seja uma vertente puramente comercial, como a maior parte dos clubes que existem nos arredores, mas sim um clube que se foque na formação e na competição, disponibilizando obviamente também essa possibilidade aos sócios.

O funcionamento do clube no dia a dia baseava-se muito no presidente Ramiro e na sua esposa. Quais são os planos nesse particular?
O Sr. Ramiro está de saída e a Sofia também já nos informou que não vai continuar. Já passaram a idade da reforma e deram muito ao clube. Tomaram essa decisão e está na altura.
O nosso objetivo é contratar um assistente de direção que nos dará apoio em cada pelouro e no processo de digitalização. O clube vai ter novos regulamentos com marcações de campos online e uma dinâmica diferente de pagamentos, muito mais rápida e ágil.
Também queremos ter alguém no complexo. Até agora tínhamos o apoio da academia, mas queremos ter uma equipa dedicada, principalmente ao padel, que também dê apoio necessário ao clube.
Com os programas online vai ser muito mais fácil porque estará tudo interligado. Os sócios poderão fazer marcações pelos telemóveis, ou telefonar para a secretaria, e quem estiver no complexo também pode atender e usar a plataforma.

Isso reforça a presença do clube nos dois sítios?
Exatamente. Há um vazio claro, principalmente no complexo, que tem que ser alterado. Há pessoas que fazem questão de se dirigir ao clube e não à academia, e têm toda a razão. Temos que dar essa resposta a quem quer saber do clube e da sua atividade.

O ténis é uma modalidade muito forte nos países de origem em comunidades de estrangeiros que estão a vir para esta região. Já existe uma ligação com essas comunidades, existem planos para que sejam integradas e participem mais na vida do clube?
De facto, o clube tem uma forte integração de várias comunidades e passam por aqui atletas de praticamente todo o mundo. Essa área é mais de intervenção da academia, porque se trata de desenvolvimento e competição a vários níveis, e são eles que fazem essa captação.
Na parte social e da angariação dos sócios, isso vai acontecer naturalmente, porque o padel vai trazer mais sócios, muitas pessoas vão querer ser sócias do clube para jogar padel. O padel é claramente o desporto emergente no momento.
Temos aqui uma comunidade estrangeira muito presente no clube, pessoas que vieram reformar-se aqui, gostam de jogar ténis, são sócios e praticam a modalidade. Tenho conhecimento, porque jogo padel, que há uma forte comunidade que também participa e gosta de jogar.
Estou certo que o número de sócios desta comunidade de estrangeiros que existe na região vai fazer aumentar o número de sócios do clube.

Quer deixar alguma mensagem aos sócios para as eleições do dia 27?
Nada, talvez apelar só aos sócios que participem nestas eleições. São umas eleições importantes para o clube. Temos um clube muito rico e têm que ser os sócios a puxar pelo futuro do clube, por isso espero que participem, nas eleições e no dia a dia do clube.

- publicidade -