Presidente da AF Leiria diz que regras chegam “demasiado tarde” e colocam “em causa” funcionamento dos clubes

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O presidente da AF Leiria, Manuel Nunes, considera que a orientação 36 da DGS “veio demasiado tarde” e coloca “em causa o funcionamento dos clubes”. O dirigente fala num “tempo infinito” entre a resolução do Conselho de Ministros, a 31 de Julho, e a regulamentação divulgada esta semana, lamentando a “grande diferenciação” criada entre os 650 mil praticantes federados do país, já que a abertura à prática desportiva “abrange apenas um quarto” dos praticantes, deixando de fora os escalões de formação.
Além disso, advoga o antigo treinador, a regra de “manter o distanciamento físico de 3 metros nos treinos inviabiliza o regresso efectivo” da actividade desportiva federada, acrescendo a este facto a inexistência de adeptos nas bancadas. “E sem público há uma fonte de financiamento muito grande que fica em causa: a publicidade”, nota Manuel Nunes, que considera a regulamentação apresentada “muito perturbadora para todos os clubes do país”.
“Há um zelo excessivo por parte das autoridades, que, com estas regras, deixam os clubes sem receitas”, sustenta o caldense, que considera que lamenta, ainda, a “falta de apoios a nível nacional” para o futebol. “Na estrutura do futebol houve apoios aos clubes, mas sentimos que ficámos entregues a nós próprios”, refere Manuel Nunes.
O presidente do organismo que rege o futebol distrital considera, ainda, que nesta fase a prioridade da DGS deveria ser outra: “como ter público nas bancadas”.
Caso fossem “definidas as regras de higiene sanitária”, o desporto “poderia começar rapidamente a funcionar, com o apoio das autarquias”. “Estas determinações prejudicam, ainda, a Educação Física nas escolas e se, como se admite, o Desporto Escolar passar para o sábado de manhã, quando a maioria das modalidades tem jogos de escalões jovens, como será possível conjugar tudo isto?”, questiona o caldense.
Na época passada, a AF Leiria teve 125 clubes, 800 equipas e 11000 atletas inscritos, mas o futuro parece incerto.

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