Leandro esteve em vários lances de perigo do Caldas.

Pepo voltou a ser carrasco do Caldas ao abrir o marcador ao minuto 58. Na partida em que o pelicano celebrou um ano da presença na meia-final da Taça, houve bom espectáculo, faltou ser mais eficaz.

Um ano volvido do jogo que movimentou toda uma região – a meia final da Taça de Portugal com o Aves – o Campo da Mata voltou a ser centro de atenções. Por um lado, os caldenses responderam ao repto dos alvinegros para uma festa a assinalar a data, por outro havia um jogo marcado pela rivalidade entre a capital do distrito e uma das suas cidades mais importantes. Havia ainda outro aspecto a puxar pelo interesse na partida, o facto de os leirienses estarem no primeiro lugar e a lutar pela fase de subida, com quatro caldenses no plantel (Pepo, Denis, Ricardo Campos e Pedro Luís).
O Caldas procurava manter o seu registo caseiro recente, sem derrotas nos últimos sete desafios, os três deles com vitórias. O que também se mantinha no Caldas era onda lesões que condiciona as escolhas de José Vala há algumas jornadas e que fez de André Santos a “vítima” mais recente.
Com escolhas limitadas (embora não tanto como na jornada anterior), José Vala surpreendeu com o regresso de um sistema de três centrais e o início de jogo pareceu marcado por isso, com as duas equipas a demorarem um pouco a encaixar uma na outra. Com o Caldas a fechar muito o jogo por dentro, com Leandro e Bernardo novamente a actuar como falsos extremos, era pelos flancos que poderia estar o segredo para chegar ao golo. Num livre lateral, o Caldas foi o primeiro a criar perigo, com Bernardo a acertar na barra. A U. Leiria respondeu com um centro de Cerveira para Kah atirar por cima diante da baliza.
O Caldas voltou a criar perigo com dois lances protagonizados por Leandro. Primeiro, servido por Simões e em esforço atirou à figura. Depois assistiu Rafael Silveira, mas o avançado levantou demais a bola. O próprio avançado brasileiro tentou depois de longe um remate de surpresa que saiu ligeiramente ao lado.
Do outro lado, Ulisses não ficou atrás e atirou ao lado ao desviar um canto, e não chegou a um centro perigoso de Kah. A primeira parte ainda acabava com Valerio a fazer uma grande defesa a remate de Silveira, mas havia fora-de-jogo.
Era uma primeira parte à altura dos pergaminhos da partida. Mas a segunda não começou da melhor forma para os alvinegros. Ernest e Pepo lançaram duas ameaças pelo corredor esquerdo. E foi por aí que surgiu o golo de abertura. Um lance travado em falta deu a Pepo um livre batido de forma exímia, com a bola a descrever um arco pronunciado e a entrar ao segundo poste, surpreendendo Luís Paulo. O médio caldense já tinha marcado no jogo da primeira volta.
O Caldas respondeu, mas a U. Leiria pôde trabalhar sobre a vantagem, baixando as linhas e jogando em transições rápidas. O Caldas, mesmo assim, conseguiu em duas ou três ocasiões furar a organização defensiva dos líderes, mas não conseguiu finalizar com êxito. Já a U. Leiria conseguiu numa das suas descidas conquistar uma grande penalidade, que Carlos Daniel converteu para fechar o resultado.

MELHOR DO CALDAS
Militão 3
A equipa mais concretizadora da série não conseguiu marcar ao Caldas em lances de bola corrida e boa parte desse dado se deve à actuação do central, com mais um jogo pelo de entrega e determinação.

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JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
Pormenores
Foi um grande jogo, com oportunidades repartidas para as duas equipas. A U. Leiria faz o golo de livre, reagimos bem e logo a seguir podíamos ter feito o empate. Contra estas equipas não se pode falhar, porque os pormenores fazem a diferença. Durante a semana falámos que era bom ter muita gente para recordar um ano sobre a meia-final da Taça, agradecemos a todos os que vieram e à direcção que fez para que isso acontecesse. Jogar com tanta gente torna os jogos mais emotivos e joga-se com mais intensidade, era bom que fosse sempre assim.

MILITÃO, JOGADOR DO CALDAS
Não tivemos eficácia
Queríamos mostrar o nosso valor verdadeiro contra uma equipa à qual não ficamos a dever nada. Eles na segunda parte foram duas vezes à nossa baliza e fizeram dois golos, nós tentámos e não conseguimos, não tivemos eficácia. Estamos tranquilos e sabemos o nosso valor, queremos os três pontos em Vila Franca para arrumar a questão da manutenção. No ano passado veio muita gente acompanhar o Caldas, este ano mais de metade dessas pessoas não vieram. Sabíamos que hoje estaria mais gente e faço um apelo para não desistirem do Caldas. É um clube especial, que faz falta ao futebol, mas é preciso apoio. A moldura humana que esteve hoje devia ser em todos os jogos em casa.

FILIPE CÂNDIDO, TREINADOR DA U. LEIRIA
Melhores oportunidades
No conjunto dos 90 minutos tivemos as melhores oportunidades. Fomos à procura da felicidade e acabámos por tê-la num lance de bola parada e se tivéssemos definido melhor nalgumas transições podíamos ter resolvido o jogo mais cedo.

Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: José Gorjão, AF Setúbal
Assistentes: Rui Ramos e João Lisboa.

CALDAS 0
Luís Paulo [3]; Militão [3], Rui Almeida
3 e Gaio [3] (Ednilson [2] 63’); Juvenal [3] (Cascão [2] 70’), Paulo Inácio [3], Simões [3] e Farinha [3]; Leandro [3] (Januário [1] 86’), Rafael Silveira [3] e Bernardo Rodrigues [3]
Não utilizados: Guilherme, Marcelo, Passuco, Mark Coito
Treinador: José Vala

U. LEIRIA 2
Valerio; João Dias (C), Rukas (Nikolaesh 45’), Nailson e Cerveira; Helinho (Denis 58’) e Pepo; Kah (Olímpio 80’), Ulisses e Carlos Daniel; Ernest
Não utilizados: Wilson, Anilton, Caminata, Renato
Treinador: Filipe Cândido
Ao intervalo: 0-0
Marcadores Pepo (58’), Carlos Daniel (84’ gp)
Disciplina: amarelo a Rukas (20’), Tiago Cerveira (38’), Gaio (40’), Rafael Silveira (43’), Ulisses (43’), Nailson (45’), Pepo (62’), Rui Almeida (83’), Simões (90’+1)

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