Treinador destaca aspectos diferenciadores do projecto formativo do clube, o único das Caldas da Rainha a merecer a distinção como entidade formadora por parte da FPF nesta temporada. Objectivos desportivos de subida aos nacionais jovens estão nos horizontes
O coordenador da formação da AD Alvorninha considera, em entrevista, que o clube está no bom caminho e que a recente classificação como entidade formadora de três estrelas pela FPF é a recompensa pelo trabalho desenvolvido.
GAZETA DAS CALDAS (GC): A AD Alvorninha foi o único clube de futsal do concelho a ser distinguido como entidade formadora pela FPF. É o reconhecimento do projecto?
RICARDO OLIVEIRA (RO): É o culminar de duas épocas de trabalho. Em 2018/2019 iniciámos o processo, mas não o submetemos, pois não reuníamos todas as condições para alcançar o objectivo. Poderíamos ter terminado o processo e garantido algum patamar, no entanto regemo-nos por condições e ensino de qualidade, tendo como objetivo as 3 estrelas. Assim, desde cedo começámos a trabalhar para a candidatura desta época. Sentimos que estamos no caminho certo, com maior organização, maior dinâmica e mais exigência.
GC: Sendo um clube tão recente, como foi possível atingir este nível de classificação?
RO: Com trabalho e empenho de todos os envolvidos, desde direcção, treinadores, delegados, atletas e encarregados de educação. Apesar de sermos um clube recente, somos unidos e trabalhamos todos no mesmo sentido, conduzindo todas as nossas forças para o sucesso dos atletas e do clube. Esta classificação é fruto de muita exigência e trabalho, daquilo a que chamamos projecto Alvorninha Futsal. Só com exigência e rigor poderemos continuar a fomentar o projeto ADA. Assim estaremos mais próximos do sucesso.
GC: E qual o aspeto mais diferenciador da AD Alvorninha?
RO: O conceito família. É assim que temos crescido ano após ano. Caracterizam-nos muito pela família ADA e isso orgulha-nos. Na mensagem dos 10 anos do clube que o selecionador nacional Jorge Braz enviou foi assim que nos descreveu. Além disso, a nossa dinâmica, através de uma boa organização, e também de uma grande divulgação, com iniciativas nas redes sociais. Outros aspectos que nos diferenciam é a nossa organização e a implementação da área da psicologia. Somos o clube desportivo de Alvorninha, uma freguesia próxima das Caldas da Rainha, o cariz afectivo da identificação à terra está presente em todos os que representam a ADA. Cada vez temos mais atletas das Caldas e arredores, fruto da união e ambição que os atletas ADA demonstram, mas também do nosso trabalho no que diz respeito às captações.
GC: Como se caracteriza o jogador-tipo formado no clube?
RO: O jogador à ADA é, essencialmente, apaixonado pela modalidade, pelo jogo, ama o símbolo por que joga e dá tudo pelas cores do Alvorninha. Têm amor à camisola, bons valores humanos, criam laços de companheirismo e, cada vez mais, seguindo as etapas do desenvolvimento dos atletas com princípios e fundamentos de futsal, vão-se diferenciando no jogo em si. O trajecto tem sido bom, estreámos na época passada quatro juniores nos seniores, além das meninas que, no fim da idade de juvenis, integram o plantel sénior feminino. Dou o exemplo do Diogo Ribeiro, que é júnior de 1º ano e fará a sua 9ª época de formação, sendo um exemplo dentro e fora de campo. Mas há outros casos, como a Beatriz Santos, que foi formada seis anos connosco e está num patamar nacional, chegando já as seleções nacionais, o que nos orgulha e dá força para continuar a formar bem.
GC: Em termos desportivos, para quando a subida de uma equipa de formação aos nacionais?
RO: Essa é uma das nossas metas. Nesta última época tivemos todos os escalões da formação a competir, sendo que as equipas de iniciados e juvenis estiveram e estão na Divisão de Honra, com prestações positivas. Vivemos daquilo que formamos, e acreditamos que as gerações mais novas, mais ano menos ano, lutarão por essa meta. Não quer dizer que já na próxima época não possamos chegar a esse patamar. Estamos a trabalhar para conseguirmos formar de maneira completa os nossos atletas, não só enquanto atletas, mas principalmente como seres humanos. Se por este caminho for possível alvejar essa meta, sem dúvida que será um grande orgulho para todos nós.
GC: Ser jogador dos seniores e coordenar a formação é uma mais-valia para o projeto?
RO: O gosto pelo projecto e a garra de o fazer crescer e desenvolver é enorme. É um trajecto de muitos anos, desde quando apenas existia só um treinador, uma equipa. Olhando para a história, é um orgulho estar estes oito anos na formação. Ser jogador, treinador e coordenador acarreta-me mais responsabilidade. Acredito que seja bom para o projeto, pois sinto-me uma das referências para os nossos atletas da formação.
GC: A covid-19 vai mudar a forma como o clube se relaciona com atletas e famílias? O que está a ser preparado para a nova época?
RO: Neste tempo, aprendemos muitas coisas, e tivemos e temos de nos adaptar ao que aí vem. Temos feito reuniões através das plataformas digitais, o pavilhão já tem um plano de contingência com circuitos criados, bem como estamos a criar procedimentos de utilização para os nossos atletas.































