A quatro meses das eleições no Caldas SC, Rodrigo Amaro faz o balanço do mandato
Quando esta direção tomou posse pairava sobre o clube uma nuvem de dificuldades, sobretudo a nível financeiro. Avançar para a presidência foi um sonho e um desafio, que balanço faz deste mais de ano e meio à frente do clube?
Começou por ser um sonho e acabou por se revelar um enorme desafio, especialmente pelas dificuldades financeiras que o clube enfrentava. O balanço é positivo. Conseguimos não só estabilizar as finanças do clube, como também reforçámos a estrutura interna. Estes resultados são fruto de um trabalho de equipa. Acho que todos merecem esse mérito.
Hoje pode-se dizer que o Caldas já é um clube diferente, quais as medidas e projetos implementados que destacaria, quer ao nível da orgânica do clube, quer na relação com os sócios e adeptos?
Demos passos importantes, nomeadamente com a possibilidade de compra de bilhetes online, desenvolvimento do merchandising, a presença em eventos no concelho e as fans-zones em dias de jogo. Tudo isto são exemplos de ações que considerávamos urgentes e que conseguimos executar. O clube estava datado numa série de dinâmicas e sabemos que em algumas continua a estar. Não é possível executar tudo o que gostaríamos porque, face às limitações do clube, é um processo de demora. Mas é imprescindível não desviar o foco perante as adversidades. Pode demorar, mas temos de chegar lá.
Um dos pontos do programa passava por trazer profissionalização à estrutura do clube, o que foi concretizado. Que diferença fez essa mudança e o que se projeta para o futuro?
Enquanto direção, temos uma noção clara das limitações do clube e de como isso nos baliza em termos de progresso. Mas não podemos deixar de ambicionar mais. A profissionalização passa, em primeiro lugar, por dignificar a atividade dos atletas. Há pouco falávamos em sonhos, que é o que faz muitos deles vestirem a camisola. O clube tem de corresponder com condições que dignifiquem esse trabalho. Esse é sem dúvida um dos nossos focos.
O sucesso dos projetos no futebol fica sempre ligado aos resultados. A equipa sénior está com o melhor desempenho de sempre na Liga 3. Se se concretizarem as expectativas do grupo e dos adeptos, que Caldas estará na segunda fase?
É cedo para fazer essa projeção. Até porque a evolução do Caldas é um “work in progress” em qualquer momento. A nossa ambição é tornarmo-nos num clube cada vez mais completo, sustentável – desportiva, financeira e social – e que corresponda às expectativas dos adeptos, seja na Liga 3 ou noutra divisão.
Na última assembleia-geral foi apresentada aos sócios a existência de negociações com empresários interessados em investir no clube. Já houve avanços, ou recuos, nesse processo?
Conforme foi partilhado na Assembleia Geral, estivemos, de facto, em negociações, mas não avançaram. Estes são processos complexos, que envolvem uma análise minuciosa e a salvaguarda dos interesses do clube a longo prazo. É fundamental agir com a máxima ponderação e responsabilidade. Não estamos numa corrida contra o tempo.
A cerca de quatro meses das eleições, já pensou numa eventual recandidatura?
Seria irresponsável da minha parte não ter pensado nessa hipótese. Estou em reflexão, ainda não tomei uma decisão.































