
Foi o Atlético dos Arcos que saiu o jogo, mas isso não impediu o Caldas de fazer aquele que deve ser, provavelmente, um dos seus golos mais rápidos. Aos 25 segundos já a bola estava dentro da malha da baliza arcoense. Rui Almeida recuperou a bola e lançou a jogada, Telmo levou-a até à linha de fundo e cruzou para a cabeça de Diego Zaporo inaugurar o marcador.
Foi o melhor que podia ter acontecido ao Caldas. O golo madrugador deu a entender que os muitos adeptos do Caldas (a excursão organizada pelo clube levou um autocarro cheio) iam ter uma tarde animada, mas nada mais errado.
O Atlético, que nem tem tido vida fácil na I Divisão de Viana do Castelo, tinha as suas armas. É verdade que o Caldas recuou, à procura de matar o jogo em contra-ataque – e até dispôs de dois ou três para o fazer no primeiro tempo –, mas os arcoenses pressionavam muito forte e não deixavam o Caldas sair tanto quanto pretenderia, chegando mesmo a encostar os pelicanos à sua extrema defesa. João Guerra não teve defesas difíceis para fazer na primeira parte, mas os impressionantes sete cantos acumulados pela equipa do distrital eram suficientes para pôr os adeptos caldenses a roer as unhas.
Na segunda parte parecia que o Caldas vinha com mais dinâmica na pressão a meio campo, mas com o andar da carruagem o Arcos voltou a dominar. E aí sim, para lá do minuto 80, João Guerra foi chamado a duas defesas difíceis, importantíssimas. Mas na resposta, numa bola perdida que ia dar um para um entre Paulo Inácio e Cesteiro, bem fora da área, os dois lançaram-se ao chão em busca da bola. Quem chegasse primeiro ia ser duramente atingido e outro provavelmente expulso. A fava calhou a Cesteiro. O Caldas ficou com mais um jogador e aí sim, controlou. E com o adversário cambaleante os golpes finais chegaram já para lá da hora.
MELHOR DO CALDAS
Rony 3
Num jogo em que a defesa do Caldas foi bombardeada com cruzamentos de todos os feitios para o interior da área, a atenção dos centrais foi fundamental e a imponência de Rony nas alturas acabou por ser determinante para o resultado positivo.
Telmo, jogador do Caldas
Coisas muito boas
Estávamos a precisar de ganhar depois dos últimos três jogos, porque esta equipa trabalha muito e merece. O primeiro golo ajudou bastante, tive a felicidade de ajudar a equipa com a assistência. Não era uma equipa fácil e deu-nos bastante trabalho, mas penso que tivemos sempre o jogo controlado, apesar de eles terem mais a bola. Com o decorrer do jogo eles arriscaram mas conseguimos matar o jogo. É o centenário e estão a acontecer coisas muito boas, é bom fazermos parte da história do clube e temos malta nova que ainda pode atingir altos voos. Agora vem o Leiria e vamo-nos concentrar nesse jogo.
Ricardo Moura, treinador do Caldas
Trabalhar e sofrer muito
Apesar de ser uma equipa de distrital já tinha eliminado o Limianos, do CNS, por isso esperávamos um jogo competitivo. Na primeira parte conseguimos ter mais bola e desgastar o adversário. Na segunda não, tivemos que trabalhar muito e sofrer. O 3-0 é enganador, mas justo pela nossa entrega. Continuamos na Taça que é uma prova interessante. Tivemos dificuldades também com o terreno, que favorecia o jogo directo do adversário.
Leandro Morais, treinador do At. Arcos
Castigo pesado
Tivemos a contrariedade daquele golo no primeiro lance do jogo que prejudicou a nossa estratégia. Fomos uma equipa forte e não merecíamos, mas depois de perder um jogador acabámos por sofrer mais dois golos, foi um castigo muito pesado.
Estádio Municipal da Coutada, Arcos de Valdevez
Árbitro: Carlos Dias, Assistentes: Rui Eiras e Bernardino Sousa, AF Porto.
Atlético dos Arcos 0
Cesteiro; Márcio, Filipe (Liças, 56’), Hélder Feijóe Pedro Rocha; Marco (Koke 84’), Guima (Serginho 66’), Amaral (C) e Ventura; Patrick Cunha e Campos
Suplentes: Bonera, Serginho, Paulo Pereira, Miguel Falcão
Treinador: Leandro Morais
Caldas 3
João Guerra [3]; Militão [3], Rui Almeida [3] (C), Rony [3] e Diogo Clemente [3]; Paulo Inácio [2], André Santos [2] e Tiago Esgaio [2]; Telmo [3] (João Rodrigues [2] 69’), Diego Zaporo [3] (André Simões [2] 90’+1) e Nuno Januário [2] (Sabino [2] 54’)
Suplentes: Luís Paulo, Marcelo Santos, Danny Rafael, Duarte Cardeira
Treinador: Ricardo Moura
Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Diego Zaporo (1’), André Simões (90’+3), Sabino (90’+4)
Disciplina: Amarelo a Diego Zaporo (10’), Filipe (13’), Pedro Rocha (26’), Nuno Januário (35’), Tiago Esgaio (73’), Militão (75’), André Santos (76’), Ventura (90’+2), André Simões (90’+2). Vermelho direto a Cesteiro (83’)
À espera de um grande
O Caldas é uma das 32 equipas apuradas para a quarta ronda da Taça de Portugal, juntamente com mais nove equipas do CN Seniores, sete da Liga 2 e 15 da Liga 1. A probabilidade de apanhar um adversário de maior dimensão é agora maior que nunca, por isso os olhos vão estar postos no sorteio que se realiza hoje, 23 de Outubro, pelo meio dia, com transmissão directa no site da Federação Portuguesa de Futebol.
Para além de ter garantido a presença nos 16 avos de final, o Caldas garantiu também um encaixe financeiro nesta prova que nunca será inferior a 14 mil euros, o que já corresponde a 16% do orçamento da equipa sénior.
Na primeira ronda o Caldas arrecadou um prémio de presença de 2 mil euros, mais 3 mil na segunda, 4 mil na terceira e 5 mil na quarta. Um ‘bom’ adversário, que para além de poder significar uma boa receita de bilheteira, pode ainda significar transmissão televisiva e esta acresce à receita de jogo 75 mil euros. Recorde-se que à receita é subtraída toda a despesa de jogo e o lucro, caso exista, é dividido pelos dois clubes e pela FPF.
Joel Ribeiro
jribeiro@gazetadascaldas.pt






























