Nós somos Duarte & Companhia!

0
478
Os pelicanos voltaram a festejar na Taça, competição na qual continuam sem sofrer golos

Duarte Almeida brilhou em Tondela. Sp. Braga é o próximo adversário, no Campo da Mata e o Caldas vai querer vingar derrota na secretaria de 1989

Quem (com mais de 40 anos…) não se lembra da mítica série portuguesa Duarte & Companhia, o “aventureiro detetive destemido”, que “quando o perigo acontece está onde for preciso”? Não é dessa série dos anos de 1980 que se trata,mas de futebol e de mais uma aventura épica do Caldas na Taça de Portugal, que entretanto já tem episódios suficientes para uma mini-série. Este não foi protagonizado pelo detetive Duarte, mas pelo jovem guardião Duarte Almeida, que aos 19 anos apresentou-se ao país com uma grande exibição que permitiu ao Caldas ser “tomba gigantes” e eliminar o Tondela, da 1.ª Liga, em plena casa do adversário.

A tarde/ noite tinha tudo para ser épica para o Caldas: visita ao estádio de um clube da 1.ª Liga; adversário em “crise” de resultados; cerca de 500 adeptos (quase um terço dos cerca de 1600 que assistiram ao vivo à partida no João Cardoso).

- publicidade -

O início do jogo dava asas aos sonhos dos pelicanos que faziam a festa na bancada. Um Caldas afoito a procurar surpreender um Tondela a querer fazer tudo certinho, mas – tirando as incursões do ala direito Pedro Maranhão – sem capacidade para desequilibrar a sempre bem colocada defensiva alvinegra. A primeira parte teve poucas oportunidades, mas as melhores foram do Caldas: Zé Gata (10’) e Ricky (42’), testaram a atenção e reflexos de Lucas Cañizares. Do outro lado, Duarte Almeida até começou com uma escorregadela que quase comprometia, mas que resolveu bem, depois foi aquecendo para o que viria a seguir.

O Tondela conseguiu secar o ataque do Caldas e na segunda parte, emergiu Duarte & Companhia. O guardião começou a aquecer as luvas aos 47 minutos, com uma defesa a remate de Maranhão, seguiu com intervenções aos 54 e 59. O Tondela voltou a apertar na parte final dos 90, mas a defensiva do Caldas e o seu guarda-redes estavam intransponíveis.

No prolongamento, o Caldas ‘ressuscitou’ a sua capacidade ofensiva e foi melhor na primeira parte, Pepo obrigou Cañizares a uma boa defesa. Na segunda, voltou a ser mais Tondela, com Duarte Almeida a somar mais duas boas intervenções, a última no último suspiro do encontro.

Nos penáltis, muita classe de todos os seis marcadores do Caldas, com grande destaque para a Panenka de Miguel Velosa. Duarte Almeida, que fora herói na conquista da Taça da AF Leiria pela equipa B do Caldas na época passada, ao defender dois remates, voltou a ser ao travar a tentativa de Yarlen, permitindo a Matheus Palmério colocar o Caldas nos ‘oitavos’.

José Vala apresentou-se tranquilo na sala de imprensa do Estádio João Cardoso, mas mostrou-se satisfeito com a resposta do Caldas perante um adversário da 1.ª Liga. O treinador considerou que a justiça “é sempre subjetiva”, mas destacou a organização da equipa, sobretudo nos 90 minutos, período em que sentiu o jogo “equilibrado” e com o adversário “desconfortável”. No prolongamento, admitiu que o Tondela foi superior, mas elogiou a capacidade do Caldas em resistir até aos penáltis, para, nessa fase que “não é sorte nem azar, é competência”, se superiorizar.

Sobre Duarte Almeida, sobrinho do ex-capitão Rui Almeida e que até foi apanha-bolas na mítica meia-final com o Aves, o técnico destacou que é um jovem com valor. “É um produto do clube, está cá desde os quatro anos. Tem muita qualidade e um futuro promissor”, afirmou Vala, garantindo que o guardião continuará a jogar na Taça.

Com mais um marco a acrescentar à bonita história do clube na Taça, José Vala não escondeu orgulho. “É mais um momento para nos expormos e para mostrar as Caldas da Rainha ao país”, concluiu.

Entretanto, o sorteio dos ‘oitavos’ ditou o regresso do Sp. Braga às Caldas. Em 89/90, o Caldas bateu os bracarenses por 1-0, mas perdeu na secretaria. O jogo deverá ser a 2, 3, 4; 16, 17 ou 18; ou 30 de dezembro. Quem passar, encontra Lusitano de Évora ou Fafe nos ‘quartos’.

- publicidade -