O mundo de Walt Disney recriado no Festival do Acrotramp Clube das Caldas

A edição deste ano teve como uma das grandes novidades o regresso de equipas de ginástica de grupo internacionais, neste caso os brasileiros do Colégio Guilherme Dumont Villares de São Paulo. Apesar de ser uma classe de ginástica de um grupo escolar, apresentaram um número cheio de qualidade, apesar de uma pequena falha. Foram vários os esquemas acrobáticos apresentados, alguns de dificuldade elevada, outros com uma componente estética muito apurada, sempre ao som de temas marcantes da música brasileira.
Para Rose Cerqueira, a treinadora, este foi um regresso ao festival caldense, onde já tinha estado duas vezes há mais de uma década. Vieram na segunda-feira, para conhecer a região e adianta que gostaram. Quanto ao festival, nota que por serem de uma escola só treinam duas vezes por semana, mas “como são muito dedicadas conseguimos uma boa prestação”. Treze anos passados da última presença nas Caldas, Rose Cerqueira destaca a evolução da qualidade técnica dos atletas caldenses.
Entre aos convidados, que fecharam a segunda parte do espectáculo, destaque também para uma jovem dupla de ginástica acrobática com 14 e 10 anos, com vários esquemas aéreos impressionantes.
Impressionante foi também a prestação dos vários campeões de duplo-mini trampolim, cama elástica e de tumbling que arrancaram muitos “uau” e muitos aplausos ao público que voltou a lotar a capacidade do Pavilhão Rainha D. Leonor.
Entre os convidados, assinale-se ainda o esquema de silhuetas do Sport Lisboa e Benfica e a ginástica de grupo da equipa de Sub20 da Académica de Coimbra, que recuou até meados do século passado.
Esta segunda parte marcou a estreia da classe de dança e demonstração do Acrotramp no sarau. Esta classe era um objectivo do clube que Stélio Lage já tinha revelado na edição do ano passado e que vai representar o clube nos espectáculos para os quais é convidado. Tem como professora Cristina Correia, que lecciona na Escola Vocacional de Dança.
Esta escola também apresentou o seu espectáculo Pop Out, com uma série de coreografias bem ensaiadas e coordenadas. A professora disse que a apresentação da escola nestas apresentações é positiva porque “mostra o nosso trabalho num local onde estão muitas pessoas a ver”.
Em relação à nova classe do Acrotramp, diz que é importante haver sinergias. “Aprendemos uns com os outros, professores e alunos, esta fusão é muito importante, é inédita cá mas noutros locais já existe”, afirmou. Nesta classe faz-se uma junção de ginástica com técnicas de várias danças. Este foi um ano piloto e Cristina Correia considera que correu bem.
Para Stélio Lage, presidente e treinador do Acrotramp, esta nova classe tem futuro. “Estão a começar, mas dentro de dois ou três anos terão um nível técnico muito bom”, considera. No próximo ano lectivo deverá ser reforçado o horário de treinos.
Na primeira parte do espectáculo evoluíram todas as classes do Acrotramp, desde a iniciação até à alta competição. Este ano o tema foi o mundo de Walt Disney e foram interpretados vários dos filmes mais emblemáticos, que emprestaram ao festival um toque de fantasia.
Stélio Lage considerou o festival “muito positivo” e encerra “um ano de ouro para o clube. Tivemos a sorte e o mérito de ganhar nas três áreas [duplo-mini, tumbling e cama elástica] e isso é muito raro, para o nosso clube e para os outros”.
Stélio Lage considera que o clube está a trabalhar bem e elogia o seu corpo técnico, que conta com oito técnicos e quatro monitores. “A nossa ambição é sempre crescer, com mais qualidade e mais miúdos, não é fácil mas vamos tentar tudo”, sustenta.
O ano de ouro, contudo, ainda não acabou e pode melhorar. É que o clube caldense tem quatro atletas a trabalhar no apuramento para os Campeonatos do Mundo por Idades e dois deles podem garanti-lo já na próxima prova (terceira de quatro) em Santarém.