Foi uma gala cheia de momentos altos a que o Caldas SC organizou na noite do passado dia 28 de Junho, no CCC, de comemoração do 101º aniversário. Também não era para menos, já que esta foi uma noite dedicada a quem mais se destacou ao serviço do clube na época 2016/17, que até correu de feição ao clube do pelicano. Entre os premiados da noite, destaque para Militão, considerado jogador do ano, e também para José Augusto distinguido pela sua história de dedicação ao clube.
A apresentação ficou a cargo da dupla JJ, Jorge Galeão e João Serrenho, que semana após semana transportam nas ondas da rádio os jogos do clube. A gala foi um verdadeiro espectáculo de variedades. Começou com uma das estrelas da equipa, João Rodrigues a mostrar os dotes técnicos com uma série de “embaixadinhas”, à qual se segui a actuação do freestyler nacional Rafael Couto. A Orquestra Ligeira do Monte Olivett foi a cabeça do cartaz musical, mas houve duas actuações com recurso à prata da casa. Pedro Rosa, técnico de guarda-redes da equipa de iniciados A cantou com a sua banda West Vintagem o clássico Hotel California, dos icónicos Eagle. Já a banda por um dia formada por Bruno e Diogo Fiandeiro, pai e filho, e Ricardo Pereira, os dois últimos juvenis do clube, tocaram A Casinha, na versão dos Xutos & Pontapés.
Mas as estrelas da noite foram outras. O cartaz principal da festa foi a atribuição dos Pelicanos, prémio que o clube instituiu há vários anos, e cuja atribuição é nomeada pela coordenação do futebol e a votação realizada online. Militão, um dos capitães da equipa principal, foi eleito jogador do ano. A equipa de Juvenis A, que conquistou a dobradinha nas provas da AF Leiria, foi a equipa do ano e Marisa e Aurora, directoras desta equipa, foram seccionistas do ano. Todos os elementos deste grupo de trabalho subiram ao palco, ao som do hino dos Queen “We are the champions”, receberam os troféus das mãos do presidente da AF Leiria, Manuel Nunes, e também as faixas de campeão. Vítor Ferreira foi o treinador do ano e Nuno Vicente, director dos juvenis B, foi colaborador do ano. Os elementos dos juvenis B também subiram ao palco para receber um diploma pelo feito de subir de divisão numa época em que não sofreram derrotas. O jogador revelação do ano foi o lateral esquerdo dos iniciados A, Ulisses Magalhães.
Na gala nove sócios receberam os diplomas por 25 anos de filiação, e outros quatro receberam diplomas pelos 50 anos de filiação. Foram ainda entregues os troféus aos melhores marcadores dos escalões de futebol de 11 (João Rodrigues, Bé, Diogo Fiandeiro e Gonçalo Barreiras), numa parceria do Quiosque Bernardino e da Gazeta das Caldas, e o de jogador regular da equipa principal a Paulo Inácio, numa iniciativa da Papelaria Pitau e da Gazeta das Caldas. O clube entregou ainda sete pelicanos Gratidão (ver caixa).
O momento alto foi, porém, guardado para o fim, com a distinção ao antigo dirigente José Augusto com o Pelicano Dedicação. Visivelmente emocionado, José Augusto foi parco em palavras. “Agradeço à direcção do Caldas, não esperava esta homenagem e quero pedir aos sócios que não se esqueçam: o Caldas será eternamente grande”, declarou, para ser, depois, aplaudido de pé por toda a plateia.
O clube fez ainda um agradecimento público a todos os patrocinadores e parceiros. Ao palco subiu um elemento de cada equipa com a camisola do respectivo escalão para mostrar os patrocinadores de equipamento. Foram mencionados também outros patrocinadores e parceiros, dos quais faltaram mencionar, por lapso, a LIZAUTO, concessionário Renault e Dacia, e a Easting and Northing.
A gratidão do Caldas SC… e a minha
Torna-se algo ingrato escrever um artigo sobre um evento quando o próprio jornalista é surpreendido com uma chamada ao palco para receber um prémio, ou, no caso, uma demonstração de gratidão. Sempre vi a minha função de jornalista de desporto um pouco como vejo a do árbitro em relação ao jogo, a de alguém cujo trabalho deve ser tão bem feito quanto possível, mas que deve passar despercebido, deixando o protagonismo a quem o deve ter: os artistas da bola.
Mas o Caldas SC achou que devia incluir-me num lote de pessoas e instituições que colaboram ao longo da época, de épocas, com a instituição de forma activa e directa, a quem atribuiu nesta gala um pelicano como forma de demonstrar gratidão. Figuras como o empresário, antigo seccionista, director e presidente Vítor Marques, cujo legado no clube fala por si. O médico Lucilino Ferreira, que há largos anos cuida das mazelas dos atletas, tal como o fisioterapeuta Paulo Parente. A advogada Elisa Oliveira, que há vários anos defende as causas do clube. José Caetano, que explora a cantina da Schaeffler e fornece alimentação a alguns atletas da equipa sénior. E também a instituição Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha, cuja acção despensa apresentações.
Dei por mim ali no meio daquelas seis ilustres figuras e mais não fiz que o meu trabalho de jornalista, defendendo a camisola que visto há mais de 15 anos, a da Gazeta das Caldas, ela sim responsável por existirem largos registos de praticamente toda a história centenária do Caldas SC.
O Caldas SC entendeu que devia mostrar gratidão pelo trabalho que sempre fiz com enorme gosto, de acompanhar as equipas do clube, sobretudo a principal, mas também de todos os escalões. E tenho o prazer de ter visto crescer muitos dos atletas que hoje compõem a equipa principal.
Um professor da faculdade, de nome Pedro Matos Águas, disse-me um dia que não devemos ser modestos demais, porque isso também é defeito, por isso agradeço a distinção, que muito me honra. E devo dizer que a gratidão é recíproca, porque o Caldas SC teve mais influência na minha vida do que alguma vez eu poderei ter na do clube.
Nunca fui atleta do Caldas SC – parei umas bolas e sofri muitos golos pelo Gaeirense e pelo FC Caldas. Nunca vi um jogo do clube antes do Caldas-Sanjoanense que me serviu de estreia, a 19 de Maio de 2002. Mas, em miúdo, o meu pai era um dos que fazia o que podia para conseguir ver os jogos do Caldas SC. Foi num jogo do Caldas-Feirense que os meus pais se conheceram. E quis também o destino que tenha sido o Caldas SC o elo de ligação que permitiu que eu constituísse a minha própria família. Por isso, Caldas SC, a gratidão também é minha. Joel Ribeiro































