Empate sem golos premiou organização defensiva a toda a prova do Oleiros. O Caldas teve uma actuação em crescendo, mas durante a maior parte do tempo faltaram melhores ideias para chegar ao golo.
Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Hélder Carvalho, AF Santarém
Assistentes: Rafael Escudeiro e Rui Ferreira
CALDAS 0
Luís Paulo [6]; Juvenal [7], Militão (C) [6], Gaio [7] e Farinha [8]; André Santos [6], Yordy [6] e Pedro Faustino [6] (Ruca [3] 82); Januário [5] (Passos [6] 46), Bruno Eduardo [6] e Hugo Neto [5] (Ricardo Isabelinha [4] 60)
Não utilizados: Francisco Vieira, Marcelo, Paulo Inácio, Karim
Treinador: José Vala
OLEIROS 0
Norbert; André Farinha, Fábio Gaião, Samir Banjai, Luís Martins e Jardel Nazaré; Guilherme Campos e Jimmy (C) (Michael Santos 84); Iago, Duvan Guerra (Flavinho 77) e Matheus Silva (Dentinho 90+2)
Não utilizados: Pedro Dias, Tiago Gomes, Iaia Coma, Arilson Camati
Treinador: Natan Costa
Disciplina
Amarelo: Militão (29), Yordy (73), Duvan (76)
O Oleiros chegou ao Campo da Mata apresentando no seu cartão de visita apenas quatro golos sofridos, o melhor registo não só da série, mas de todo o campeonato e melhor em todas as competições nacionais só mesmo o Benfica.
O desenrolar da partida depressa se encarregou de demonstrar porquê. A formação visitante assenta o seu jogo nesse desempenho defensivo, com uma linha bem definida de cinco defesas que nunca se desposicionou. À frente desta linha, dois jogadores no centro do meio campo e depois três na frente.
Na primeira parte o Caldas teve, provavelmente, mais de 70% de posse de bola, fazendo o que lhe competia, empurrando a linha de pressão o mais para cima possível da defensiva do adversário. No entanto, faltava maior dinâmica nas trocas de posicionamento e na troca de bola para tentar forjar uma linha de ruptura na defensiva visitante. Os dois laterais, Farinha e Juvenal, foram o que melhor o tentaram, mas com pouco sucesso. A melhor chance chegou já nos descontos. Bruno Eduardo conseguiu o tal movimento e Juvenal conseguiu colocar-lhe a bola, mas Samir ocupou o espaço e bloqueou o remate.
Para a segunda parte José Vala lançou Passos para a esquerda, fazendo subir Farinha na esquerda, procurando justamente aproveitar a capacidade de Farinha para agitar o jogo.
Contudo, o Oleiros também começou a subir as suas linhas e a dividir mais a posse de bola, afastando o jogo mais tempo do seu terço defensivo e, ao mesmo tempo, passando também mais tempo no ataque, provocando mesmo alguns momentos de perigo na baliza de Luís Paulo, com remates de André Farinha e Jardel próximos do alvo.
No entanto, esta postura poderia ser benéfica caso o Caldas conseguisse aumentar a velocidade do seu jogo. Juvenal foi o primeiro a tentar tirar esse partido, num lance em que rompeu para a área, mas viu Jardel desarmá-lo in extremis. Depois foi quase sempre Farinha a assumir os melhores momentos ofensivos do Caldas. Atirou para a melhor defesa do jogo, acertou no poste, serviu Bruno Eduardo e depois Ruca, mas nada resultou em golo. E no lance que resultou, Yordy estava fora-de-jogo.

Melhor do Caldas
Farinha 8
Já na primeira parte foi responsável pelos (poucos) momentos em que o Caldas tentou imprimir mais velocidade ao seu ataque. Na segunda, a jogar adiantado, inscreveu o seu nome em praticamente todos os lances que tiveram potencial para desfazer o nulo, servindo companheiros e ao finalizar ele mesmo.
Quisemos mais
É uma equipa que defende muito bem, o objectivo eram os três pontos, não conseguimos mas trabalhámos para isso. Ainda conseguimos o golo, não sei se estava ou não fora-de-jogo, mas era merecido porque quisemos mais ganhar. O nosso objectivo é jogo a jogo, temos equipa para ir buscar os três pontos a qualquer campo, mas não vamos esconder que queremos estar nos dois primeiros e vamos fazer de tudo para que aconteça. Sou totalista até agora, o que me deixa contente, tenho trabalhado muito para que isto esteja a acontecer. Estou numa posição nova mas não desgosto, dá-me profundidade com bola, menos sujeito a marcação.
JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
Demonstrámos ambição
A primeira parte foi lenta, mal jogada e não conseguimos encontrar soluções. Na segunda procurámos dar mais imprevisibilidade na frente e penso que foi uma segunda parte mais aberta, demonstrámos ambição que podia ter saído cara, porque ficámos em várias situações no um para um defensivo, mas é o que está incutido no grupo. Lutámos até ao fim e tivemos duas situações incríveis para finalizar, o Oleiros também teve, mas merecíamos ganhar.
DAVID FACUCHO, TR. ADJUNTO OLEIROS
Fechámo-nos bem
Faz parte do nosso modelo de jogo a estrutura defensiva bem vincada e trabalhada não só desta época. Fechámos bem os caminhos na primeira parte, sabíamos que só concentrados, com boas coberturas e bom posicionamentos podíamos anular as peças mais influentes do Caldas. Na segunda parte conseguimos ser mais perigosos e na fase final o golo podia ter surgido para qualquer um dos lados, embora com mais lances do Caldas.































