Mata ofereceu uma bonita despedida ao seu capitão

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Sempre com o filho ao colo, Militão agradece à bancada o apoio deste 25 de Abril de 2025

Militão teve uma grande carreira no Caldas, foram 24 anos desde que entrou no Campo da Mata pela primeira vez, 14 anos com a camisola principal e mais de 10 entre os capitães. Uma carreira cheia de grandes momentos, desde manutenções/ subidas de divisão históricas, à campanha mítica na Taça de Portugal de 2017/18, ou a quase eliminação do Benfica, quatro épocas depois. Um jogador que marcou gerações, que construiu a pulso a sua carreira no clube e se tornou um jogador, mais do que respeitado, admirado, tanto no panorama do Caldas, como nacional.
Para a sua despedida, pediu nas páginas da Gazeta das Caldas uma Mata novamente Encantada, e teve-a. Foram cerca de 3500 os adeptos que se deslocaram ao Campo da Mata, mais que pelo jogo, para fazer uma vénia e dar um último aplauso àquele que, dentro de campo, se tornou o porta estandarte do ser Caldas. E que homenagem bonita que foi.
Ainda antes do jogo, quando as equipas entravam em campo, nas bancadas eram exibidas mensagens em cartazes e tarjas, incluindo na bancada da Académica. Depois da formação, Militão recebeu uma tela e uma placa que eternizaram a data, num momento marcante que contou com os pais do jogador. A Académica juntou-se ao momento e ofereceu ao capitão do Caldas uma camisola da Briosa.
Iniciada a partida, os momentos continuaram. Corria o minuto 6, número que Militão usou durante toda a carreira, incluindo na formação, e todos os adeptos aplaudiram de pé o capitão.
Mas o momento alto foi mesmo o da saída (ver Momento do jogo). Novamente o 6 presente, faltavam esses minutos para os 90 quando subiu a placa 6 para, provavelmente, uma das mais demoradas substituições no Campo da Mata, com direito a guarda de honra.
Só faltou o resultado ser condizente, mas aí, uma Académica a lutar pelo primeiro lugar na série, não facilitou e venceu com dois golos em cada parte.
Mas no fim, houve mais momentos. Montez (6 da Académica) recebeu o prémio de homem do jogo, mas ofereceu o troféu a Militão.
Depois do apito final, o campo encheu-se de familiares, amigos e antigos companheiros de Militão no Caldas, que, quase sempre com o filho Oliver ao colo, não conteve novamente as lágrimas quando ouviu a mensagem do antigo capitão Rui Almeida. ■

 

Momento do jogo

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Minuto 84 e era preciso ser muito insensível para não se ter qualquer tipo de reação ao momento. Quis o destino que fosse possível que Militão fosse substituído a 6 minutos do final da partida. A partir daí a emoção tomou conta e o momento não podia ter sido mais bonito. Todos os jogadores cumprimentaram o jogador do Caldas, que não conteve as lágrimas na despedida do seu palco de sempre. Ajoelhou-se e beijou a relva. No caminho para a lateral, teve direito a uma bonita guarda de honra. ■

 

 

Perde-se uma referência

“O resultado em si não interessa, mas deixa sempre alguma frustração, porque queríamos dar uma imagem diferente depois do jogo dom o Santarém e fazer com que o Mili acabasse com a vitória”, disse José Vala no final da partida, destacando, no entanto, a festa bonita e “merecida” que o capitão teve. “Parabéns ao público por conseguir proporcionar isto e à Académica pela forma como colaborou. Se o Militão imaginasse uma despedida de sonho, andava muito próximo daquilo que ele teve”, considerou. Para o técnico, o Caldas perde “uma referência do balneário, nunca escondi que para mim era muito importante, espero que o Caldas consiga encontrar outras referências idênticas, mas não vai ser fácil”, concluiu. ■

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