O sistema de três centrais adoptado na deslocação à Sertã voltou a dar consistência defensiva ao Caldas. Os alvinegros somaram, num terreno difícil, o 14º empate na competição e já são a equipa que mais empata na presente edição do Campeonato de Portugal.
Campo: Dr. Marques dos Santos, Sertã
Árbitro: João Afonso (Bragança)
Assistentes: Nelson Pascoal e Renato Barqueira
Sertanense 0
Leandro Turossi; Tito Júnior, Tiago Correia, Júnior Landry, Duarte Coelho e Álvaro Milhazes; Hamed Doukouré e Bruno Torres (C) (Pipo 58’); Brash (Roberto 74), Kenedy Có e Ká Semedo (Flavinho 58’)
Não utilizados: Pedro Simões, Scara, Gustavo, Cyrille Kpan
Treinador: José Bizarro
Caldas 0
Luís Paulo [7]; Ruca [7], Militão (C) [7], Yordy [7], Gaio [7] e Farinha [7]; André Santos [7], Pedro Faustino [6] (Paulo Inácio [5] 71’) e Leandro [7] (Marcelo [4] 82’); João Tarzan [7] e Bruno Eduardo [6] (Hugo Neto [5] 65’)
Não utilizados: Rui Oliveira, Bernardo Rodrigues, Passuco, Rafael Roque
Treinador: José Vala
Disciplina
Amarelo: Bruno Torres (53’) , Yordy (78’) e Tiago Correia (82’)
Na Sertã, o Caldas não foi além de um empate sem golos e da conquista de um ponto. Seria, talvez, uma forma um pouco redutora de olhar para o resultado do jogo. Mas, mais importante que o ponto, foi o regresso às exibições com confiança e alguns momentos com alegria e qualidade de jogo. Numa altura em que o 2º lugar é um ‘sonho’ cada vez mais longínquo, até era mais desse estímulo que os alvinegros precisavam do que propriamente da vitória.
A fórmula do Caldas parecia esgotada, era preciso mudar alguma coisa. José Vala começou por mudar o próprio sistema de jogo, montando a equipa sobre a base de um sistema de três centrais, com Yordy a entrar para o meio de Militão e Gaio.
Perante a falta de laterais à direita (Passos lesionado e Juvenal a cumprir um jogo de castigo), Ruca ocupou o flanco direito, com Farinha à esquerda.
À frente do quinteto, três médios, com André Santos a surgir como o mais recuado, atrás de Pedro Faustino e Leandro, que tinham a missão de servir a dupla de avançados.
Do outro lado, o Sertanense jogava num sistema idêntico, mas com três avançados.
Na fase inicial, os locais pareciam mais capazes de criar perigo, mas rapidamente o Caldas se adaptou ao sistema de três centrais e começou a dividir o jogo, procurando aproveitar espaço entre os laterais e os centrais com passes a rasgar, quase sempre por Pedro Faustino. Mais liberto em termos posicionais, o camisola 23 tinha grande influência no jogo do Caldas, procurando com insistência lançar João Tarzan.
Do outro lado, o Sertanense tentava igualmente encontrar espaços entre as linhas do Caldas, mas os pelicanos mostravam-se bem organizados no novo sistema.
Na segunda parte, o jogo aqueceu com as primeiras substituições do Sertanense, que baralharam a organização do Caldas. Kenedy Có e Flavinho tiveram grandes oportunidades, mas quem brilhou foi Luís Paulo. José Vala respondeu e o Caldas voltou a travar a equipa da casa até aos minutos finais. Nessa altura o Sertanense voltou a carregar, mas falhou na concretização.
Melhor do Caldas
Luís Paulo
Fez bem tudo o que foi chamado a fazer, mostrando-se seguro e passando confiança. Excelente a fazer a mancha a Kenedy Có (69’) e fez a defesa da tarde a remate de Flavinho (72’).
Ruca, jogador do Caldas
Respondemos bem

“O resultado aceita-se, houve oportunidades para as duas equipas. Foi um jogo diferente, penso que a equipa respondeu bem à mudança de sistema táctico. As equipas encaixaram-se, houve mais duelos individuais do que jogo colectivo, o que explica o resultado. Queríamos ganhar, não conseguindo não sofremos golos, voltámos a jogar com alegria e a estar mais próximo do nosso futebol”.
José vala, treinador do caldas
Fomos competentes
“Nos momentos difíceis é preciso fazer algo. Propusemo-nos mudar comportamentos e o sistema, para ficarmos mais equilibrados do que nos jogos anteriores. Ainda estamos muito longe do que já fizemos esta época, mas há momentos em que se perde a confiança e temos que a recuperar, foi um passo nessa direcção e os jogadores estão de parabéns nesse sentido. Fizemos um jogo competente e um resultado que nos interessa.”
Bizarro, treinador do sertanense
Mais oportunidades
“A haver um vencedor eramos nós. Não me lembro de outro jogo em que o meu guarda-redes não tenha ido ao chão, como aconteceu neste. Fizemos tudo para ganhar e se uma das três oportunidades claras que tivemos o jogo era diferente”.































