Lisboetas venceram com um golo solitário de Nico ao minuto 69
O Caldas somou a terceira derrota consecutiva na Liga 3 ao perder em casa diante do Atlético (0-1), num encontro muito dividido e decidido num único lance aos 69 minutos. Perante 1570 espectadores no Campo da Mata, a equipa de José Vala entrou melhor, teve as primeiras ocasiões, mas voltou a revelar dificuldades no último terço.
O início foi prometedor para os pelicanos. Pipo obrigou Fábio a uma defesa atenta num livre desviado pela barreira, logo aos 2’, e pouco depois, num canto, o guardião voltou a estar atento num canto traiçoeiro do camisola 4 do Caldas, depois de Gonçalo Chaves ter ameaçado de cabeça após centro de Ewandro.
O Atlético respondeu prontamente, com um lance de Nico a ser travado por Wilson na primeira grande aproximação visitante. Herrera também criou perigo aos 25’, obrigando Duarte Maneta a um corte providencial, numa altura em que o Atlético já tinha equilibrado as operações.
O perigo só voltou a rondar uma das balizas já perto do intervalo, ao minuto 42. Na sequência de um livre, Duarte Maneta, após uma carambola na área, atirou em balão, Fábio defendeu com o auxílio da barra.
O 0-0 ao intervalo premiava o rigor defensivo de ambas as equipas.
Na segunda parte, o Caldas voltou a entrar melhor. Aos 55’, Tarzan encontrou Chaves em zona frontal, mas o remate saiu ao lado.
Aos poucos a equipa caldense foi perdendo ‘gás’, mas pareceu revitalizar-se com as substituições. No entanto, os alvinegros foram surpreendidos ao minuto 69. Uma bola batida longa por Wilson só encontrou jogadores do Atlético. Herrera lançou Joãozinho, este cruzou rasteiro com a bola a atravessar a área do Caldas, Caio amorteceu e Nico, de primeira, fez o 0-1.
Até ao final, o Caldas carregou. David Lopes serviu Tarzan, que cabeceou ligeiramente ao lado, e o próprio David obrigou Fábio a boa defesa junto ao poste aos 90’. Já em cima do apito final, Miguel Velosa ainda viu o seu remate ser bloqueado na área.
O Caldas terminou a dar tudo, mas o Atlético, muito sólido e organizado, levou mesmo os três pontos.
Ficha de Jogo
Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro Humberto Teixeira (AF Porto)
Assistentes Tiago Loureiro e Luís Meira
Caldas Wilson Soares; Zé Ricardo (Matheus Palmério 75’), Duarte Maneta e Rui Carreira; Ricky (Januário 74’), Pipo, Clemente e Farinha (David Lopes 74’); João Tarzan (C), Gonçalo Chaves (Gonçalo Barreiras 75’) e Ewandro (Miguel Velosa 74’)
Suplentes Duarte Almeida, Yordy, Tiago Catarino, Zé Gata
Treinador José Vala
Atlético Fábio; Paulinho (C), Fran, Duarte Henriques e Dinamite (Vicente 56’); Cesar (Caio 56’), Ricardo Dias e Caleb (Catarino 72’); Joãozinho, Nico Souza (Bruno Almeida 86’) e Herrera (Okoli 72’)
Suplentes Rodrigo Dias, Délcio, Rodrigo Pereira, Renato Santos
Treinador Ricardo Correia
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: 0-1 Nico Souza (69)
Disciplina: amarelo Farinha (42), César (47), David Lopes (71), Ricardo Dias (83), Rui Carreira (87), Caio (90+6)
José Vala: “qualquer equipa queria estar na posição do Caldas”
O treinador do Caldas, José Vala, pediu tranquilidade após a derrota frente ao Atlético e garantiu que a equipa não pode deixar que a ansiedade de “dar o passo em falta” condicione aquilo que tem feito na Liga 3. Apesar do desaire, o técnico sublinhou que o percurso dos pelicanos continua acima das expectativas traçadas no início da época.
“Sabíamos que o Atlético é uma das melhores equipas da nossa série. Controla bem o jogo com bola, pressiona muito e era um jogo de tudo ou nada para eles”, começou por analisar o técnico pelicano. O plano passava por ser “muito organizado sem bola” e aproveitar os espaços nas costas, mas o Caldas “teve dificuldade em sair” e acabou por sofrer no pior momento: “Recebemos o golo num canto a nosso favor, numa recuperação defensiva deficiente. Estávamos equilibrados e não permitíamos perigo…”
Depois do 0-1, o Caldas reagiu, mas sem a serenidade necessária para inverter o resultado. “Fomos à procura mais com o coração do que com a cabeça. Estamos numa fase em que a sorte também não aparece e a equipa sente isso.”
José Vala reconhece que o grupo está a carregar o peso das ambições criadas pela excelente primeira metade da época. “Por muito que o discurso interno diga o contrário, estamos a sentir a responsabilidade de dar o passo que falta. Mas qualquer equipa que nos ganhou nos últimos jogos queria estar na nossa posição. Se nos dissessem que na 12.ª jornada estaríamos em terceiro lugar e ainda estaríamos na Taça, assinávamos por baixo.”
O treinador pediu, por isso, foco e realismo: “Só nós é que estamos a dizer que estamos mal. Temos de nos abstrair disso, aumentar os níveis de confiança e trazer novamente para o jogo aquilo que já fizemos bem”, concluiu.































