José Vala é o novo treinador do Caldas SC

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O técnico Ricardo Moura e o Caldas SC não chegaram a acordo para a renovação do contrato e o seu sucessor vai ser José Vala. É mais um regresso ao Campo da Mata do técnico que conseguiu apurar o Caldas para o então CNS (actual Campeonato de Portugal), na época 2012/13, e também um dos seus míticos capitães.

 Esta informação foi confirmada à Gazeta das Caldas pelo chefe do departamento do futebol do clube alvinegro, Nuno Ferreira, que primeiro explicou a saída de Ricardo Moura. A falta de acordo foi mútua, disse o dirigente, “havia pretensões nossas que o Ricardo Moura não podia atender e não podíamos chegar a outros pontos que ele pretendia”.
Nuno Ferreira deixou uma nota de agradecimento ao técnico e assegura que a porta fica aberta para uma eventual quarta aventura de Ricardo Moura no Caldas. O dirigente refuta a ideia de que a decisão esteja relacionada com o comportamento desportivo da equipa. Mas se por um lado o terceiro lugar era visto no início da época como um bom resultado, atendendo às equipas que constituíam a série, por outro, “depois de estarmos 16 jornadas em posição de passar à Fase de Subida, deixou um amargo de boca“.
Mesmo assim, Nuno Ferreira salientou a capacidade que a equipa teve para reagir na segunda fase e manter um bom nível, o que não aconteceu, por exemplo, com o Peniche.
A mudança técnica não significa, por isso, uma mudança de paradigma. A ideia é manter a estrutura do grupo de trabalho ao máximo. “Esperamos conseguir manter uma base sólida, porque tem competência e muita qualidade”, sublinha.
Quanto a José Vala, tem um passado que se confunde com o do Caldas. Representou o clube largas épocas, em muitas delas como capitão de equipa e várias vezes considerado o jogador mais regular. Foi adjunto de Gila na conquista do título de campeão de série na III Divisão em 2010/11 e foi o técnico do clube na ponta final do campeonato de 2012/13, que culminou com o apuramento ‘à justa’ para o CNS, na temporada em que a III Divisão foi extinta.
Desde então treinou a AE Óbidos, com uma subida à Divisão de Honra Distrital na época passada e na qual é actualmente sétimo a duas jornadas do fim.

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Quadro competitivo muda “para pior”

Para a próxima temporada a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) já anunciou mudanças, nomeadamente na segunda fase. Se à partida a ideia era dar mais competitividade à segunda fase, principalmente em relação à manutenção, a verdade é que o novo modelo pode gerar injustiças aos clubes que encararem a competição de forma séria durante toda a temporada. E também vai criar dificuldades, aumentando as deslocações nessa fase decisiva.
Mas em relação às mudanças: na fase de subida a principal novidade é que podem passar a ser quatro as equipas apuradas para a Liga Ledman Pro. Os dois primeiros classificados das zonas norte e sul sobem directamente, as segundas classificadas deixam de discutir entre si a disputa por um lugar e passam a discutir mais duas vagas adicionais com as terceira e quarta piores classificadas do campeonato profissional.
Mas é na fase de manutenção que as mudanças são maiores. Por um lado, a redução de pontos passa de 50% para 25%, o que vai anular de forma considerável a distância entre terceiro e 10º classificados da primeira fase. A título de exemplo, na época que findou o Caldas iniciou a segunda fase com 11 pontos de vantagem sobre o último classificado Crato, com as novas regras a vantagem seria de 5 pontos.
Outra alteração na manutenção é que as séries vão ser cruzadas. Os classificados entre o 3º e o 6º da séria A cruzam-se com as equipas do 7º ao 10º da Série B, e vice-versa. E o mesmo acontece com as séries C e D; E e F; G e H.
Nuno Ferreira considera que ficará mais difícil subir de divisão para os segundos classificados. E na luta pela permanência teme que sejam gerados desequilíbrios na gestão dos clubes. “Se o número de inscrições de jogadores para a segunda fase não for limitado, e actualmente não é, as equipas podem ‘guardar’ o seu orçamento para a segunda fase, o que vai desvirtuar ainda mais uma época que devia ser recompensada pela regularidade”, sustenta, acrescentando que o Caldas já fez ouvir a sua voz nesta matérias junto das devidas instâncias.
O dirigente do Caldas defende que se deveria voltar a adoptar um campeonato só com uma fase regular, com as equipas divididas em quatro ou cinco séries, como foi proposto em Abril deste ano pela AF Lisboa.
“Este formato não defende os clubes nem os jogadores, pelo contrário, pode criar mais precaridade”, acrescentou.
Outra questão que já está a causar problemas aos clubes é a demora na definição das séries da próxima época, tendo em conta que não estão ainda definidas nem as subidas dos distritais, nem todas as descidas do Campeonato de Portugal.
“Não podemos projectar um orçamento sem saber as deslocações, por exemplo à partida as equipas dos Açores vão ficar na Série F, vai ser muito diferente a esse nível ficar numa série ou na outra”, realça.

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