O Caldas ganhou um jogo de “xadrez” com o Alverca. Depois de uma primeira parte estratégica, os alvinegros aguentaram a ofensiva dos ribatejanos, responderam à letra e chegaram ao triunfo.

Prometia o jogo entre duas equipas com folha de serviço exemplar nesta segunda volta, e não defraudou as expectativas, sobretudo na segunda parte.
A primeira mostrou duas equipas a respeitarem-se mutuamente, apostando em trocas de bola em zonas seguras, correndo poucos riscos tanto ao nível do passe, como dos desequilíbrios nas suas estruturas.
A própria forma como José Vala montou a xadrez alvinegro sugeria que essa seria parte da estratégia, colocando Leandro e Bernardo como falsos extremos, com muito trabalho de cobertura na zona central.
Com paciência, o Caldas ainda conseguiu dois lances de relativo perigo entre os 10 minutos e o quarto de hora, com cruzamentos dos seus dois laterais, mas sem sequência. E ainda um remate de Simões na cabeça da área, num lance bem preparado por André Santos.
A partir dessa fase o jogo acalmou, talvez com um pouco mais de bola do Alverca, mas sem situações de sobressalto para a baliza caldense. Excepto nos cinco minutos finais. Aí, os ribatejanos começaram a atacar. Juvenal fez um corte precioso a evitar a finalização de Tom a centro de Alex. Pouco depois, num canto, André Duarte desviou de cabeça à barra e na recarga atirou ao lado. O Alverca acabava bem a primeira parte e começaria melhor a segunda.
José Vala deixou Bernardo no balneário e lançou Farinha, procurando dar maior verticalidade ao jogo do Caldas, mas foi o Alverca que melhor explorou essa vertente numa fase inicial.
Em três lances sempre à direita do Caldas, Cascão foi providencial a impedir finalizações de Manuel Liz. A terceira foi um remate escorpião de José Semedo depois de um balão de Juvenal que, inadvertidamente, foi para a área alvinegra, mas a bola saiu na direcção de Luís Paulo.
O Caldas saía intacto daquela fase de forte assédio à sua baliza e começou a responder. Cascão voltou a dar o mote com um centro da esquerda que Silveira, em boa posição, desperdiçou, mas também estaria em posição irregular. Depois foi André Santos a colocar um livre lateral na parte superior da barra.
O Caldas crescia, bem posicionado no terreno, era muito eficaz na pressão sem bola e os lances foram-se, também sucedendo. Farinha e Silveira, em jogadas directas a partir da defesa não conseguiram marcar na cara de Miguel Lázaro. O avançado brasileiro saiu pouco depois para entrar Ednilson, que selaria o jogo a favor do Caldas. Simões ganhou uma bola no meio, André Santos lançou Farinha, que foi travado em falta por Miguel Lázaro, mas só depois de tocar a bola para a finalização de Ednilson.
Já era justa a vantagem do Caldas, que a segurou com firmeza até ao fim. Mesmo assim, o Alverca ainda pregou um susto final, num livre estudado. Manuel Liz serviu a entrada de André Duque, que devolveu para Semedo do outro lado, a bola acabou no poste e Passos completou o corte, confirmando a nona vitória do Caldas na prova.

Caldas Alverca

MELHOR DO CALDAS
CASCÃO 4
A abrir a segunda metade, foi a última guarda num lance que era um golo cantado de Manuel Liz, esticando ao limite a perna direita para impedir a finalização. E repetiu a dose a centro de Alex, com Semedo e Manuel Liz prontos para marcar. Depois de ser garante defensivo, integrou-se no ataque na melhor fase do Caldas, ajudando a criar desequilíbrios em vários lances perigosos.

Gazeta das Caldas - Caldas SC

PAULO INÁCIO, JOGADOR DO CALDAS
Fomos felizes
Foi um jogo muito bem disputado entre duas equipas que estão a fazer uma excelente segunda volta, as oportunidades não foram muitas para as duas equipas, fomos felizes na forma como conseguimos o golo, mas penso que merecemos esta vitória. A equipa vem em crescendo, os jogadores que entraram vieram dar mais equilíbrio ao plantel e estamos a subir degrau a degrau. Já estamos numa posição mais condizente com o nosso valor e jogo a jogo tentar ganhar os três pontos e continuar a subir na tabela.

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JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
Estratégia correu bem
O Alverca está perto das melhores equipas deste campeonato e começámos a ganhar o jogo durante a semana. Preparámos muito bem e os jogadores interpretaram da melhor forma. Passava por começar um pouco mais contidos, povoar mais o meio-campo, e daí começarmos sem extremos. Depois, na segunda parte, a entrada do Farinha estava mais ou menos prevista para o início da segunda parte, fazer o Alverca sentir que podíamos colocar velocidade na profundidade. Calhou certo, claro que não se ganha jogos sem sorte, o Alverca se calhar até teve mais oportunidades, foi um jogo dividido, bem jogado por duas boas equipas e a vitória assenta-nos bem.

PEDRO CAPUCHA, TREINADOR DO ALVERCA
Duas no poste
Não fomos felizes, tivemos uma bola na barra e outra no poste, perdemos uma bola no meio campo e acabámos por sofrer o golo. O Caldas entrou melhor, mas equilibrámos, tivemos oportunidades no início da segunda parte, mas não marcámos. O Caldas trabalhou para isso e é um justo vencedor.

Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro Pedro Viveiros, AF Madeira
Assistentes: Emídio Félix e Norberto Calaça
CALDAS 1
Luís Paulo [3]; Juvenal [3] (Passos [2] 84’), Militão [4], Gaio [4] e Cascão [4]; Paulo Inácio [4], André Santos [4] e Simões [4]; Leandro [4], Rafael Silveira [3] (Ednilson [3] 70’) e Bernardo Rodrigues [2], (Farinha [3] 46’)
Não utilizados: Guilherme, Januário, Marcelo, Rui Almeida
Treinador: José Vala
ALVERCA 0
Miguel Lázaro; Lucas Soares, André Duarte, Bruno Miguel e André Dias; Ibraima (Rui Reis 73’) e Rafa; Manuel Liz, Alex (Valdo Alhinho 70’) e Tom (João Gonçalo 59’); José Semedo
Não utilizados: André Marques, Hiago, Breno, Fábio Freire
Treinador: Pedro Capucha
Ao intervalo: 0-0
Marcador: Ednilson (71’)
Disciplina: amarelo a Tom (41′), Lucas Soares (57′), André Duarte (66′), Rafael Silveira (68′), José Semedo (86′)
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