
Os três atletas olímpicos apadrinham a unidade da escola Rafael Bordalo Pinheiro, vão ser mentores e exemplo para os alunos-atletas da escola
Os atletas olímpicos João Almeida, do ciclismo, e João Pereira, do triatlo, e a paralímpica Beatriz Monteiro, do badminton, foram empossados na passada segunda-feira como embaixadores da Unidade de Apoio ao Alto Rendimento Escolar (UAARE) da Escola Rafael Bordalo Pinheiro, na sessão que marcou o início do ano letivo daquela unidade com essa simbologia especial.
Este é o oitavo ano que a escola caldense tem a funcionar o programa que garante melhores condições aos alunos-atletas para conciliarem a vida escolar com o treino e a competição desportiva, não só ao nível da flexibilização dos horários de aulas e calendário de testes, mas também no apoio ao estudo e também psicológico.
Jorge Pina, diretor do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro, lembrou que o programa nasceu na escola em 2017 e está hoje “perfeitamente consolidado no agrupamento, tem permitido apoiar os alunos-atletas e o sucesso do agrupamento é o sucesso deles”. “É com muito orgulho que iniciamos mais um ano letivo, este mais especial pela indigitação dos nossos embaixadores”, a quem agradeceu terem aceitado o repto, “não só pelo que representam enquanto atletas, mas também pelo que acreditamos seriamente serem mais um incentivo no que tem que ser a resiliência e determinação dos nossos alunos-atletas para terem sucesso nas duas vertentes”.
O ciclista João Almeida, que foi aluno da Escola Rafael Bordalo Pinheiro e que foi um dos casos que motivou o professor Manuel Nunes e a direção da escola a procurar uma solução para os jovens atletas estudantes, foi o primeiro a assinar a carta de compromisso de embaidor UAARE, um dia depois de ter estado a competir no Campeonato do Mundo de ciclismo de estrada. João Almeida disse sentir orgulho naquele momento, tal como sentiu “sempre orgulho nesta escola, na forma como os professores facilitaram de forma que pudesse estudar e seguir a minha carreira desportiva”. O corredor da UAE Emirates, que é uma das grandes referências do ciclismo português da atualidade acrescentou estar “disponível para contribuir da forma que for necessário”.
João Pereira, atleta que nasceu nas Caldas da Rainha e tem um quinto lugar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, disse ser “um orgulho fazer parte da UAARE, fui pioneiro do programa enquanto aluno na escola de Montemor-o-Velho”, o que afirmou ter contribuído para “conseguir bons resultados”. O triatleta disse que será com prazer que estará presente nas iniciativas que forem necessárias, “é o nosso papel como atletas poder ajudar os jovens”.

Para Beatriz Monteiro, e para a própria UAARE Rafael Bordalo Pinheiro, a indigitação como embaixadora é duplamente especial, uma vez que é a primeira atleta paralímpica a receber esta missão. A atleta, que não é natural das Caldas da Rainha, mas está atualmente radicada na cidade e foi aluna UAARE até ao ano letivo passado – ingressou este ano na Escola Superior de Desporto de Rio Maior -, disse ser “uma honra embaixadora em conjunto com o João Pereira e o João Almeida, estive muito tempo nesta escola, com muitos torneios internacionais, muitas dificuldades para resolver, passei a maior parte dessas dificuldades com a professora Alexandra Sampaio, mas conseguimos superá-las”.
Na cerimónia de abertura, o presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Vítor Marques, destacou que o programa UAARE “é um grande projeto, que promove atleta de eleição que fazem um trabalho diferenciado enquanto jovens desportistas na difícil conciliação com os estudos”. Um trabalho que a escola caldense faz com distinção, “com médias bastante elevadas de aproveitamento escolar”.
De resto, este é um projeto educativo que “é exemplo de boas práticas a nível internacional”, sublinhou o secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias. O membro do governo realçou que este ano está em marcha a fase piloto das UAARE no ensino superior em seis unidades, incluindo os politécnicos de Leiria e Santarém.
A UAARE caldense tem como nova professora acompanhante Michelle Pimenta, que salientou que, no ano letivo passado, foram dadas 418 faltas por motivos de desporto, que geraram 435 apoios curriculares, foram dados 366 apoios psicopedagógicos. Os alunos tiveram uma taxa de desempenho académico de 96,8%, e todos os que concluíram o 12º ano estão colocados em cursos superiores ou TESP. Em termos desportivos, o grupo de atletas alcançou 7 lugares de pódio mundial e 17 europeu, 93 lugares de pódio nacional e 79 chamadas à seleção nacional. Este ano, o grupo tem 19 alunos-atletas. ■






























