Ciclista caldense estava em bom plano quando caiu, na sexta-feira, a pouco mais de cinco quilómetros na meta, sofrendo uma fratura numa costela
O ciclista caldense João Almeida viu-se obrigado a abandonar o Tour de France deste ano, na sequência de uma queda ocorrida na sexta-feira, na sétima etapa. A pouco mais de cinco quilómetros da meta, integrado no grupo dos favoritos, João Almeida caiu sofrendo escoriações profundas e uma fratura numa costela. Ainda assim, o caldense terminou a etapa, numa imagem que fica para a memória, com a ajuda de Nelson Oliveira, da Movistar. No dia seguinte o ciclista alinhou à partida, mas em claras dificuldades para acompanhar o ritmo. Já o domingo, João Almeida voltou a sair no início da nona etapa, mas já não a terminaria, vendo-se obrigado a abandonar, cerca de 90 quilómetros após o início. “Não era esta a forma que eu tinha pensado terminar este Tour. Saio triste e desapontado com o sucedido. Dei tudo o que tinha, mas chega a um ponto em que temos de ouvir o nosso corpo”, assumiu o corredor da UAE Emirates XRG Sprint. “Resta-me recuperar agora e descansar, curar as feridas. E, depois, pensar nos próximos objetivos”, acrescentou, notando que sente que, “embora deixe já a equipa nesta primeira parte da corrida, fiz um bom trabalho e saio orgulhoso do que fiz e da equipa. Desejo-lhes toda a sorte até ao final, sei que temos capacidade para ganhar o Tour”. João Almeida foi pela segunda vez à maior prova de ciclismo do mundo para trabalhar para o líder da equipa e principal candidato à vitória na geral, Tadej Pogacar. E, durante a primeira semana, o ciclista natural de A-dos-Francos foi uma ajuda fundamental ao seu líder, que lamentou o abandono do caldense e elogiou-o, dizendo mesmo que querem ganhar a edição deste ano para lhe dedicar. “Infelizmente, não vou poder fazer parte disso até ao fim, mas acho que está tudo bem encaminhado e temos uma equipa forte para alcançar a vitória nesta Volta a França”, analisou João Almeida, que foi o melhor gregário da primeira semana de Tour.
Quando o ciclista caldense abandonou a prova, esta era já liderada pelo seu colega esloveno, que tem controlado desde a primeira etapa. O esloveno entretanto já perdeu a amarela, primeiro para Van der Poel (a quem a tinha ganho e que não é uma ameaça para a geral) e, esta segunda-feira, para Ben Healy, que integrou uma fuga bem-sucedida. São, no entanto, perdas calculadas, mantendo os principais concorrentes, Remco Evenepoel, da Soudal Quick-step, e Jonas Vingegaard, da Visma Lease a Bike, a mais de um minuto na geral.
Passeio Bota Lume
Para esta semana estava previsto o passeio Bota Lume, para apoiar o caldense no Tour de France. Na terça-feira, à tarde, cerca de 20 ciclistas juntaram-se em frente à Câmara das Caldas para pedalar até A-dos-Francos e de lá até ao ponto de partida, num passeio com 32 quilómetros. Este foi o primeiro passeio Bota Lume, organizado pelo município, com o apoio técnico da Ecosprint. A iniciativa tinha participação gratuita. O pelotão reduzido, digamos que apenas com os candidatos à geral, partiu em direção à Lagoa Parceira e de lá, pela Fanadia, até São Gregório, seguindo depois até A-dos-Francos. O caminho de volta foi o mesmo.
O primeiro a chegar ao ponto de encontro foi… Tadej Pogacar, perdão, António Cipriano que vem vestido à Pogacar! “Sou um grande fã e vim prestar homenagem a ele e ao João Almeida, é um orgulho ver dois caldenses, ele e o António Morgado, a este nível”, conta-nos, antes da partida, enquanto iam chegando mais participantes. Foi sempre amante de ciclismo, participou várias vezes no Caldas-Badajoz e no Circuito Alves Barbosa, mas também na Rota da Sopa da Pedra, por exemplo. Hoje, com 72 anos e reformado, anda todos os dias de bicicleta. Veio do Casal do Frade para fazer o aquecimento… “O João merece que façam este tipo de iniciativas”, conclui.

































