
Ao fim de dois jogos do segundo set e já depois de vencer o primeiro por 6-3, a búlgara Isabella Shinikova (nº213 do ranking mundial) sagrou-se vencedora do Angogerman Oeste Ladies Open, que trouxe o ténis de alta qualidade às Caldas na passada semana.
Este foi o título mais importante dos 22 que a tenista de 27 anos já soma na carreira em singulares (aos quais acrescem 28 em pares). Isto porque nunca tinha vencido um torneio com 60 mil dólares em prémios monetários e também nunca tinha ganho em singular e pares no mesmo torneio.
À Gazeta das Caldas, Isabella Shinikova disse que estava muito feliz com a sua participação nesta prova e que espera no futuro conquistar mais torneios deste tipo. “A final estava a correr bem, eu tinha a certeza que ia fazer um bom jogo e dar tudo para vencer, estava a lutar para isso e consegui”, analisou em conversa com o nosso jornal, garantindo que no próximo ano tentará voltar a marcar a presença nesta prova. “Estava tudo perfeito em termos organizativos, mas nem sempre foi fácil, porque por vezes estava vento ou a chover à noite, ainda assim agradeço à organização e a quem veio apoiar as tenistas”.
No caminho para a final, Isabella eliminou a cabeça de série do torneio, a estónia Kaia Kanepi (que já fez parte do top15 mundial).
Na manhã de domingo, a campeã já liderava a final por 6-3 e 2-0 quando a sérvia Natalija Kostic (212ª do ranking) desistiu por lesão.
A sérvia já tinha saído do court no final do terceiro jogo do primeiro set, mas ainda regressou para continuar a jogar até não aguentar mais. Na cerimónia de entrega de prémios, triste mas bem-disposta, Natalija pediu desculpa por ter de se retirar, lembrando que “a saúde está em primeiro lugar e por isso tive de ser profissional e pensar no meu futuro”. Até porque continuar a jogar poderia levar a um agravamento da lesão, que obrigaria a uma paragem superior. “Muitos parabéns à Isabella, que conseguiu levar para casa dois títulos esta semana, foi fantástica”, concluiu a jovem tenista de 21 anos.
Pedro Raposo, vereador do Desporto da Câmara das Caldas, salientou a capacidade organizativa e a qualidade de ténis apresentado. Por outro lado, fez notar que a realização deste torneio não compete com nenhum outro evento desportivo no Oeste e “vai buscar uma raiz história ligada à cidade das Caldas”.
O autarca afirmou ainda que o evento “se relevou, sobretudo hoje, como um investimento que está completamente alinhado com o interesse do público, e foi impressionante ver as bancadas a ficarem cheias”.
Para a realização do evento foi feito um investimento na iluminação, melhoria do pavimento, pintura dos campos, aquisição de material técnico e elementos decorativos. Para o próximo ano já estão a ser pensadas outras melhorias.
A Câmara apoiou financeiramente o evento, suportando metade do prémio monetário (ou seja, 30 mil euros).
Já o presidente da Federação Portuguesa de Ténis, Vasco Costa, salientou que este “é efetivamente o melhor e maior torneio internacional feminino que se realiza em Portugal” e que “surge no seguimento daquilo que é o nosso ténis feminino, uma aposta no futuro”.
AUMENTAR O PRÉMIO OU DAR ALOJAMENTO
Nuno Mota, director de prova e membro da Capital Events, que organizou o torneio, disse que “a seguir ao Estoril Open este foi, provavelmente, o torneio internacional em Portugal que conseguiu atrair mais público durante a semana”.
À Gazeta das Caldas explicou que a organização deste evento custa, pelo menos, 120 mil euros. Para o próximo ano o objectivo é trabalhar mais na divulgação da prova, mas também há o objectivo de elevar este troféu. “Vamos trabalhar com os nossos patrocinadores para acrescentar mais-valia ao torneio e há duas formas de o fazer: ou aumentamos o prémio monetário ou acrescentamos a hospitalidade gratuita para as jogadoras, se conseguirmos ter um patrocinador para fazer uma destas opções ou as duas, conseguiremos atrair jogadoras do top100 ou próximo”.

































