Gabi, o DJ que se divide entre a música e o desporto, está a celebrar 40 anos de carreira

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Está a celebrar 40 anos de carreira. Anima pistas em todo o país e mantém percurso paralelo no desporto. Praticou várias modalidades e hoje em dia joga paddle e também é treinador de futsal…

O percurso de DJ Gabi, que está a celebrar quatro décadas de carreira, dava um livro. Nasceu no Barreiro, mas veio viver para as Caldas aos nove meses, ao colo do pai que veio para a cidade termal para jogar no Caldas. Gabriel Fernandes, mais conhecido por Gabi, teve uma infância feliz e começou cedo a ajudar nos programas do Rádio Clube das Caldas e a aprender a mexer nos discos, vendo o que fazia o seu irmão mais velho, Paulo Fernandes, que punha música nalguns espaços caldenses.
Aos 14 anos já acompanhava um amigo de escola que colocava música ambiente na Bonnie and Clyde, uma discoteca em São Martinho do Porto e foi lá que começou a “passar som” a partir do dia 21 de agosto de 1982. “Desde então nunca mais parei!”, disse à Gazeta das Caldas.
Seguiu-se a Dreamers (Foz do Arelho) e, ao mesmo tempo, vinha para o Hotel Malhoa (Caldas) para a discoteca Aguarela. onde trabalhava durante a semana. “Ganhava mais que o meu pai. Recebia 500 escudos por noite em 1982”, especificou Gabi, que ganhava, então, 2.000 escudos por semana, oito por mês. Já o pai, relojoeiro de profissão auferia, ao fim do mês, 7.100 escudos…
“Depressa conquistei a minha independência financeira e tinha o que queria….”, referiu o DJ, que em paralelo manteve sempre a prática desportiva. “Jogava ténis de mesa, tendo atingido os internacionais”, recorda aquele que foi um dos cinco caldenses chamados às Seleções Nacionais. Dividir-se entre a música e o desporto fez com que nunca enveredasse por álccol, tabaco ou drogas, assegura.
Além do ténis de mesa jogou futsal e ainda foi a treinos da Seleção Nacional. Com o nascimento do filho deixou de jogar, mas fez-se treinador de futsal, tendo iniciado a carreira no Nadadouro.
Nos finais dos anos 1980, foi convidado para trabalhar na Green Hill (Foz), onde foi DJ residente durante 12 anos. Seguiu-se a Casa da Música (Óbidos). Em 1999, ano em que se casou, foi convidado para o Rocks, bar junto ao Parque D. Carlos I, “numa transferência muito falada por causa dos valores”. Trabalhava de quarta a sábado e depois chegou a passar som em discotecas de Alcobaça e da Marinha Grande. Gabi ainda passou pelo Solar da Paz (Foz) com passagens pelo Badanaite (Óbidos) e Voilá (Baleal).
“Depois voltei à Green Hill e fiquei mais alguns anos”, precisou o DJ, que começou a animar festas públicas ligadas ao Carnaval ou às festas de verão. Percorreu o país com projetos como o “Remember Old Times” e ainda hoje continua a animar festas com milhares de pessoas.
Gabriel Fernandes trabalha na área do desporto na Câmara das Caldas e diz que vai continuar a dedicar-se à noite e à música “até a saúde” lhe permitir. Por ele passou toda a evolução tecnológica do vinil para o CD e deste para o computador, o que tornou a tarefa de um DJ muito mais leve, sem necessidade de transportar trolleys com discos.
“Devo ter disponíveis 25 mil músicas em mp3 e 15 mil com os respetivos vídeos e, assim, misturo as duas coisas, o que acaba por prender mais as pessoas às pistas”, disse Gabi, que hoje também faz casamentos e eventos empresariais.
“Estou satisfeito por ter chegado até aqui e ter um verão com, pelo menos, quatro festas por fim de semana”, disse o DJ, que tem agenda cheia até meados de outubro.
Apesar de não se agarrar a modas musicais faz um esforço para entender o público que tem à sua frente. E diz que um dos segredos “é uma atualização constante e não estar agarrado a nenhuma tendência”. É preciso também fazer boas misturas e passagens, algo que hoje está muito facilitado com os novos softwares.
“A única maneira de estar na música e na noite é fazer uso do rigor e do profissionalismo”, disse o DJ, que só este ano já fez perto de 20 casamentos e ainda fará mais alguns até ao final do ano. Desde cedo foi investindo em material e, por isso, hoje tem som e luz “para fazer uma festa na rua, se for preciso!”, rematou Gabi, que passa os mais variados géneros, sem esquecer a música portuguesa que passa em conjunto com verdadeiros clássicos, assim como outras canções, que estão nos tops. E ainda tem tempo para tirar selfies e treinar o Centro Social de Évora, que fez subir à Divisão de Honra distrital. ■

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