Futebol: Quando as mães herdam a paixão… dos filhos

0
347
A boa disposição reina nos treinos do grupo

Equipa composta em maioria por mães de jovens jogadores do GDC A-dos-Francos está a dar os primeiros passos, literalmente, mas quer crescer

E se um grupo de mães que assistem juntas aos treinos de futebol dos filhos formasse também uma equipa? A ideia surgiu a Mena Carvalho e foi bem acolhida pelas colegas. A equipa nasceu no seio do GDC A-dos-Francos, há cerca de dois meses, e conta já com 15 jogadoras. O objetivo não é competir oficialmente, mas já há ideia de organizar um torneio.
“Tenho aqui os meus dois filhos a treinar e ainda tenho uma filha que vem treinar noutros dias da semana. Quando estamos ali nas bancadas a assistir aos treinos e aos jogos, começamos a entusiasmar-nos e a gostar do futebol”, conta Mena Carvalho, impulsionadora do projeto. O tema surgiu em conversa, havia meio campo disponível às sextas, à mesma hora do treino da equipa de formação do A-dos-Francos, e a ideia também foi bem acolhida pelo clube. Tão bem que é o próprio presidente, Fernando Rasteiro, quem dá os treinos!
“Recebi como uma ideia muito interessante”, conta Fernando Rasteiro. “É uma forma de elas se entreterem, mas também de fazerem alguma atividade física e, quando as coisas se proporcionarem, vão fazer uns jogos com outras equipas que se arranje”, completa.
Grande parte das jogadoras nunca teve contacto com o futebol. “Temos uma colega inglesa que até veio jogar para a nossa equipa sénior, mas como já tem 38 anos achou que o ritmo já era um bocadinho forte para ela e, quando viu esta oportunidade de vir só por diversão, começou a vir”, conta Mena Carvalho. Há também uma antiga jogadora do A-dos-Francos, mas que deixou de jogar há alguns anos. E depois há casos de quem nunca tenha feito, antes, um treino de futebol.
O melhor desses casos é Filipa Neto, que além de mãe de um jovem atleta do A-dos-Francos, é também dirigente do clube. “Achei a ideia muito boa”, conta, e não se inibiu pelos 52 anos nem pela falta de experiência na modalidade. “Aproveitamos o facto de os nossos meninos estarem aqui a treinar e mostramos-lhes que nós, enquanto mães, também promovemos o desporto e a atividade física, é uma mais-valia para toda a gente”. É claro que a falta de experiência traz limitações em termos de jogo, “mas com cautela e vontade tudo se faz”, afirma. E o mais importante acaba mesmo por ser o convívio aliado à atividade física. “Convivemos e depois isto irá também dar outros frutos, nomeadamente as amizades”, salienta.
Nos treinos, Fernando Rasteiro não é demasiado exigente, “tenho que as deixar rir e brincar um bocado, porque é esse o espírito”, sublinha.
Competir não está nos horizontes da equipa, até porque, para isso, há a equipa sénior do clube, mas querem fazer jogos com outras equipas amadoras e até realizar um torneio, o que poderá acontecer em breve.
Já Mena Carvalho tem outros objetivos. A paixão pelo futebol que ganhou ao ver os filhos jogar, fê-la tirar o curso de treinadora e, antes de treinar uma equipa sua, quis, também passar por esta experiência de sentir o jogo por dentro. “Também foi por isso que tentei arranjar colegas para virem treinar comigo”, realça.
Já agora. Como é que estão os filhos a reagir ao ver as mães a jogar futebol? “Estão super felizes e acham muita graça por estarem a treinar daquele lado do campo e terem as mães também a treinar deste lado”, remata a mãe-jogadora. ■

- publicidade -