Futebol: Encontro de irmãos no Nazarenos-Caldas B

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Os manos Estrela, que jogaram juntos no Caldas e jogaram na 1ª Liga, vão estar em campos opostos

Wilson Estrela e Walter Estrela vão defrontar-se num jogo do campeonato que pode ainda colocar mais dois elementos da família “ao barulho”.

Este domingo o Estádio Municipal da Nazaré recebe um sempre interessante Nazarenos-Caldas B. Mas o primeiro jogo do ano é particularmente especial para… os treinadores. É que, nos bancos, os manos Wilson e Walter Estrela vão também medir forças, num duelo que pode envolver até quatro elementos da família.
Walter Estrela, de 55 anos, é o treinador do Caldas B e vai estar no banco do visitante. Defrontar o irmão “vai ser difícil”, admite. “Vamos estar a disputar um jogo, a tentar vencer algo que é parte de nós, mas temos de encarar como mais um jogo, em que no fim tudo acaba, e percebermos que a vida é muito mais do que esse jogo”, acrescenta.
A comandar o Nazarenos, Wilson Estrela, de 53 anos, não esconde que o jogo tem caráter “especial” também pela forte ligação que a família Estrela tem com os dois clubes. Ambos os técnicos representaram Nazarenos e Caldas como jogadores, tal como tinha feito o pai, João Estrela, e o irmão mais novo, Wagner.
Esta será a segunda vez que os técnicos se defrontam: em 2010/11, Wilson guiou o Nazarenos a uma vitória na visita ao G. Alcobaça (0-1), mas acabaria expulso e, no final da época, foi Walter que se sagrou campeão. Contudo, os treinadores não serão os únicos representantes da família neste encontro. Gonçalo Estrela, sobrinho dos dois treinadores, alinha no Nazarenos e Wilson Júnior Estrela, filho de Wilson, é júnior do Caldas, mas vai estar convocado para a partida e pode defrontar o pai.
“Enquanto ele estiver no banco está tudo bem”, graceja Wilson Estrela. “Se entrar, será mais um adversário e cada um terá que fazer o melhor pela sua equipa. Joguei contra os meus dois irmãos e sempre assim o fiz”, completa. Para ser perfeito, “só falta o pai na bancada”, diz Walter Estrela.
Voltando ao duelo de treinadores, Walter diz que jogar contra o irmão tem vantagens e desvantagens. “Conhecemo-nos, sabemos o que cada um pensa, há uma identificação com o método de trabalho”, diz. Mas isso também “nos vai obrigar a superar, a ser mais astutos”. “Dá aquele élan para tentar ser melhor, quanto mais não seja para depois podermos ter aquelas brincadeiras quando estamos com os amigos e com a família”, brinca.
Wilson concorda com o irmão e apesar de haver algum espaço para que um possa surpreender o outro, não acredita muito que isso possa acontecer, pelo menos a nível tático. “Estamos muito identificados entre nós, e com o que as equipas podem fazer, depois vai da inspiração dos jogadores”, refere.
E a comunicação entre bancos, como vai ser? “Picardias, no bom sentido, é algo que acaba sempre por acontecer, vamos tentar anular-nos, mas já nos defrontámos no passado e serviu para perceber que o futebol é o momento e não passa disso”, diz Walter. Wilson acrescenta que ambos já conversaram sobre isso. “Mandar uma “boca” ou outra é normal, mas o que queremos é que as nossas equipas deem um bom espetáculo, que os nossos jogadores sejam os protagonistas e que, no fim, se fale do jogo pelo jogo e não pelos treinadores”, remata.
Com arranque para as 16h00 de domingo, o Nazarenos Caldas B é o derradeiro encontro da jornada 13 da Divisão de Honra. O Caldas B chega em 11º, com 15 pontos, mais um que o Nazarenos, que é 12º.

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