Onze estudantes de uma escola de artes em Chestochowa (Polónia) – que durante três semanas permanecem no Cencal, onde frequentam uma formação em cerâmica – viram o jogo Portugal-Polónia do Euro 2016, no dia 1 de Julho, numa esplanada da Praça 5 de Outubro. Em clara minoria, fizeram ouvir o apoio à sua selecção e, no final, nem a derrota beliscou a alegria dos jovens.
Onze estudantes e quatro professoras da Zespol Szkol Plastycznych im. Jacka Matczeewskiego – uma escola artística em Chestochowa (Polónia) -, que durante três semanas se encontram a frequentar uma acção de cerâmica no Cencal, assistiu ao jogo entre a selecção do seu país e a do que agora visitam numa esplanada na praça dos bares.
Com bandeiras da Polónia pintadas na cara e vai tomando as suas posições. A bola já rola há um minuto. Os estudantes ainda se estão a instalar quando notam a repetição do golo de Lewandowski.
Foi um balde de água fria no mini-estádio, que era, obviamente, constituído por uma larga maioria portuguesa, mas foi uma festa para os jovens polacos, que festejaram, e bem, o golo da sua selecção.
Na esplanada os portugueses estranharam e olharam para ver quem estava a festejar.
Quando Renato Sanches marcou o golo do empate as pessoas saltaram da cadeira a festejar. Notaram-se algumas atitudes menos próprias dos portugueses. Já os estudantes polacos não deixaram o golo afectar a sua alegria.
Aproveitamos para falar com Michal Szumlas, um jovem de 18 anos, que elogiou a simpatia dos portugueses. “As pessoas aqui são felizes e são amigas”, afirmou.
Sobre o mini-estádio na esplanada, disse que “a atmosfera é boa”. Ainda assim, questionou: “porque estão tão quietos a apoiar a vossa selecção?” E explicou a pergunta: “é que nós lá levamos tambores para os cafés e as pessoas dançam e cantam”.
Aos poucos, os portugueses vão começando a entrar na disputa por quem grita mais alto e a sua superioridade é evidente. Mas nem a defesa de Rui Patrício tirou a fé ao onze de Chestochowa. Foi Quaresma quem acabou com a esperança e sentenciou a partida, para festa da multidão portuguesa, que desde o momento em que o jogador português havia entrado na partida, o havia aplaudido.
No final, cumprimentos de ambos os lados e imperou o fair-play. Os polacos voltaram às suas instalações, no Cencal, tristes pela derrota, mas contentes pela prestação e pela passagem por Portugal, onde elogiam a hospitalidade, a simpatia e a felicidade deste povo.
Os portugueses festejam e depois dispersam, alguns para a rotunda da Rainha, onde festejaram a passagem à meia-final.
Uma das professoras, Joanna Przygoda, disse que “foi muito bom ver o jogo com os portugueses, porque são muito simpáticos, mas fiquei chateada por perder e acho que foi um bocadinho injusto”. A terminar afirmou que “agora que a Polónia saiu do Europeu, torcemos por Portugal”.
Recriar formas portuguesas alterando formas e funções
A professora Ewa Ciosek, explicou que os projectos em que estão envolvidos são de “design contemporâneo” e que decidiram “usar formas criadas no Cencal nos trabalhos para recriá-las à nossa maneira, alterando formas e funções”.
São nove estudantes de cerâmica e dois de design gráfico. Estes últimos têm como missão criar um filme sobre a estadia em Portugal e registar os projectos dos colegas em formato 3D.
Elogiou os professores do Cencal, salientando que esta é uma parceria que começou em 2000 e que se tem realizado todos os anos. “Podemos conhecer novos designs, ganhar inspiração, aprender novas técnicas e experimentar novos materiais”, salientou.
Por outro lado, estas formações permitem “melhorar as capacidades linguísticas e ganhar algum conhecimento acerca da cultura portuguesa”.
Já a estudante Weronika Chrzastek elogiou as Caldas e a simpatia, hospitalidade e disponibilidade para ajudar dos portugueses. “É uma cidade adorável e os edifícios com azulejos de cerâmica são muito lindos”, afirmou.
“No dia em que passeámos pela cidade, percorremos a Rota Bordaliana e gostámos muito”, contou, defendendo a importância de cada sítio ter algo de único e explorar isso mesmo.
A terminar afirmou que o Cencal é diferente da escola que frequentam. “Aqui é quase tudo sobre cerâmica”, fez notar, chamando ainda a atenção para o facto de este centro de formação ter um laboratório. “É muito interessante que também tenha esta vertente de pesquisa e investigação”, concluiu.































