
Na época passada o Caldas cumpriu quatro prolongamentos e passou em três. As horas extraordinárias nesta edição da Taça de Portugal começaram mais cedo, mas até pode ser um bom presságio. Gafanha é o adversário que se segue, a 30 de Setembro.
Campo do Cevadeiro, Vila Franca de Xira
Árbitro: João Bernardo, AF Setúbal
Assistentes: Luís Pinhal e David Carreira
VILAFRANQUENSE 0
Nelson Pinhão; Marco Grilo, João Freitas, Daniel Almeida e China; Izata (C) e Luís Pinto; Pedro Garcia (Paulo Antunes 120’+1), Stehb e Ragner (Winson 68’); Janú Silva
Não utilizados: Rodrigo Moura, Anta, Gerson, Fred, Labbak
Treinador: Vasco Matos
CALDAS 0*
Luís Paulo [3]; Militão [3], Rui Almeida [3] (C) (Bernardo Rodrigues [1] 120’+2) e Pedro Gaio [3]; Juvenal [3] (Flávio Passos [3] 94’), Paulo Inácio [3], Simões [3], Marcelo [3] (Araújo [2]) e Farinha [3]; Januário [3] (David Silva [3] 65’) e Ricardo Isabelinha [3]
Não utilizados: Rui Oliveira, Tomás Meneses, João Passuco
Treinador: José Vala
Disciplina: amarelo a Izata (21’), Paulo Inácio (42’), Daniel Almeida (62’), Marcelo (68’), Farinha (75’), China (79’), Rui Almeida (82’) e Wilson Santos (90’+3). Vermelho directo a Janú Silva (105’+1)
*Grandes Penalidades (2-4): 0-1 Flávio Passos; Wilson (defendido); Araújo (defendido); 1-1 Luís Pinto; 1-2 David Silva; João Freitas (ao poste); 1-3 Militão; 2-3 Stehb; 2-4 Simões
Os caldenses habituaram-se a fazer da Taça de Portugal uma festa e levaram-na até ao Campo do Cevadeiro, em Vila Franca de Xira, com cerca de 300 pessoas que ajudaram os pelicanos a sentirem-se em “casa”, num ambiente efusivo.
O Vilafranquense tomou alguma iniciativa em termos de posse de bola, consentida por um Caldas de tracção traseira. Mas uma iniciativa cautelosa, sem grandes aventuras por parte dos jogadores mais recuados na criação de desequilíbrios que pudessem ter resultados inversos.
O Caldas, aos três centrais, juntava numa segunda linha próxima os dois pivots defensivos do meio campo, o que garantia uma impermeabilidade assinalável do reduto defensivo, mas também não permitia grandes aventuras no ataque.
Nos primeiros 25 minutos a bola só se acercou das balizas em lances de bola parada. E só num livre frontal cobrado por Pedro Gaio surgiu remate à baliza.
Para ver uma jogada de princípio, meio e fim, foi preciso esperar meia hora e surgiu pelos homens de alvinegro, num lance em que Farinha e Juvenal subiram em conjunto. O remate do lateral saiu a “queimar” o poste.
Já o Vilafranquense precisou de aproveitar uma perda de bola do Caldas na primeira fase de construção para criar perigo. Simões, depois de um corte bem executado, foi desarmado, Janú Silva seguiu para a área, mas Militão evitou o remate, dando mostras do bom posicionamento defensivo do Caldas.
O intervalo chegava sem golos, algo que não surpreendida por aí além.
Para a segunda parte a grande mudança era mesmo o lado para o qual as equipas atacavam. Até ao final do primeiro quarto de hora. Uma jogada de Pedro Garcia com Ragner, parecida com a de Farinha e Juvenal na primeira parte, deixou o Caldas em alerta, que passou a assumir maio controlo do jogo. O meio campo começou a encurtar linhas para as linhas avançadas e o jogo foi mudando. Farinha respondeu com um remate cruzado que obrigou Nelson Pinhão a uma primeira defesa difícil. E o Caldas continuou a crescer com a entrada de David Silva, que agitou o jogo com um remate de longe que rasou o poste.
O jogo foi mesmo para prolongamento e continuou o Caldas a crescer, ganhando novamente ritmo com a entrada de Flávio Passos. Na sequência de dois cantos, o Caldas teve dois remates enquadrados e beneficiou de uma grande penalidade. Nelson Pinhão brilhou a grande altura. O mesmo não se pode dizer de Janú Silva, expulso depois de falhar isolado diante de Luís Paulo, e de lhe ter depois acertado com os pitons na perna. Flávio Passos foi o único que teve oportunidade, de cabeça, para evitar as grandes penalidades, mas viu a bola rasar o poste.
E da marca dos 11 metros o Caldas foi mais competente, merecendo a festa no final. O Vilafranquense acabou ser repescado.
Entretanto já se realizou o sorteio da segunda eliminatória. O Caldas recebe a 30 de Setembro o Gafanha, já no Campo da Mata.
MELHOR DO CALDAS
Simões 3
Quando foi chamado a cobrar o quinto castigo, com a missão de fechar o desempate, todos os caldenses presentes tiveram por certo uma sensação de déjà-vu, acentuada pela forma exímia como a cobrou: para a gaveta. Exibição de gala em conjunto com Paulo Inácio no meio campo, a defender a lançar o ataque.
RICARDO ISABELINHA, JOGADOR DO CALDAS
UNIÃO É A FORÇA
Queremos continuar este ano o que o Caldas fez na época passada. O objectivo era ganhar e todos unidos conseguimos concretizá-lo. Os adeptos têm sido incansáveis desde o primeiro momento da época, isso conta muito para nós, assim como a união que temos no grupo, porque dessa forma somos melhores que qualquer equipa. Merecemos ganhar e por isso vamos estar na próxima ronda. Esta experiência no Caldas está a correr muito bem. É o meu primeiro ano de sénior, fui muito bem recebido por todo o grupo, estou a adorar e não estaria mais feliz em qualquer outro clube.
JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
TEMOS CRÉDITOS NA TAÇA
Tínhamos que melhorar muito o nosso desempenho e atitude em relação ao último jogo, trabalhámos para isso e resposta mais positiva era difícil. Mostrámos muita organização e é um resultado justo. Mais do que passar a eliminatória precisávamos de fazer uma boa exibição, porque ainda não tínhamos feito um jogo ao nosso nível. Temos créditos na Taça, acho que esta gente sabe as emoções que podemos vir a sentir se passarmos algumas eliminatórias e apanharmos adversários de outros campeonatos. É uma motivação e vamos à procura disso a cada ronda.
VASCO MATOS, TR. DO VILAFRANQUENSE
BOA RESPOSTA
Jogo bem disputado por duas excelentes equipas. Estamos a construir uma equipa nova e estamos no caminho certo. Demos uma boa resposta, não conseguimos ganhar, mas criámos oportunidades. No prolongamento não fomos bafejados pela sorte no lance do Janú.






























