No passado sábado o Casal Velho realizou uma cerimónia de encerramento de época que ficou marcada pela entrega de prémios e por momentos de dança, malabarismo e humor, com Natacha Rodrigues e os palhaços Jojó e Bebé. O pavilhão encheu para brindar um clube que sem patrocínios consegue proporcionar a prática de futsal a cerca de 130 atletas. Os séniores conseguiram a manutenção na segunda divisão nacional e os infantis foram campeões distritais, o que quer dizer que, numa história que começou há 11 anos, nos últimos dez, o Casal Velho conquistou sempre títulos distritais.
Foi um fim de tarde que serviu para distinguir os “trabalhadores” do clube, desde os jogadores às cozinheiras, passando por treinadores, seccionistas e motoristas.
Foram entregues as faixas de campeões aos infantis, cabendo a tarefa aos presidentes de Junta de Alfeizerão e Cela e ao vice-presidente da AF Leiria.
João Camacho, presidente da associação, anunciou a contratação de um gestor para o centro que será também o novo chefe da secção de futsal.
Fez um balanço positivo de “uma época que sabíamos que ia ser difícil”. A filosofia de não pagar vencimentos a jogadores manteve-se, comparticipando ainda assim o transporte dos atletas. “Isso limita-nos em termos de aquisição de atletas, mas atingimos os objectivos”, explicou. Ao nível dos seniores A, há prémios por objectivos. No caso de o Casal Velho ser a equipa mais goleadora ou a menos batida, ou ainda no caso de passar à segunda fase, cada atleta ganha um montante.
Destacou o facto de os infantis se terem sagrado campeões nacionais, que representa “a primeira vitória de uma equipa da zona sul do distrito em infantis”. Além disso, o Casal Velho “é a equipa com mais atletas inscritos na AFLeiria na modalidade futsal, e em termos nacionais é a 16ª”.
Um ano de futsal para centena e meia de atletas custa cerca de 80 mil euros. É que tendo em conta que esta é “uma aldeia que não é central em nenhum concelho e é equidistante de Caldas e Alcobaça”, é preciso ir buscar os atletas às escolas para treinarem. Isso e as deslocações para jogos representam uma despesa anual (nove meses) de combustível de 20 mil euros.
Os doze treinadores recebem subsídios de 150 euros durante nove meses. E temos um coordenador do futsal. Depois existem as inscrições, taxas de jogo, policiamento.
Tudo isto é suportado sem patrocínios. O Casal Velho recebe um subsídio da Câmara de Alcobaça à luz do Plano de Incentivo ao Desporto, cifrado em cerca de 9 mil euros por ano. O resto é a estrutura empresarial do Casal Velho que suporta através da produção e venda de pão, chouriço e pastelaria caseira, do bar da associação, entre outros projectos.
O Centro tem um funcionário no futsal, três no café, três na padaria e um na cozinha, existindo um sistema de rotatividade. Por exemplo, no dia do corte da carne, vem um funcionário do café e outro da padaria para ajudar o da cozinha. Depois do dia de trabalho, pegam na carrinha e vão buscar os atletas. No Casal Velho existe ainda um conjunto de uma dezena de senhoras reformadas que ajudam na produção de pão e de chouriças.
Existem projectos para abrir este ano a churrasqueira, que representa mais dois funcionários e, provavelmente, também a quinta agrícola, que permitirá criar mais um.
A terminar João Camacho disse que “é justo reconhecer que a Gazeta das Caldas acompanha e informa mais e melhor acerca de um clube que não é das Caldas da Rainha do que alguns jornais do concelho de Alcobaça”.
Artur Morais “Xá”, coordenador do futsal do Casal Velho, explicou que iniciaram a época com 117 atletas inscritos, terminando a época com 132 distribuídos por nove equipas, de traquinas a seniores, existindo nesta última categoria, duas equipas.
“O balanço da época é positivo, porque alcançámos os objectivos, mas achamos que podíamos ter feito mais e melhor”, afirmou. “Para o ano vamos tentar ser melhores”, assegurou.
A equipa técnica no seniores mantém-se. Em termos de jogadores, Pedro Sineta, Rui Castelhano, Tiago Costa, Marco Oliveira e Xalinho, são reforços confirmados para colmatar as oito saídas.
No próximo ano o objectivo volta a ser a manutenção. Recordando que a história do Casal Velho no futsal é muito recente, fez notar “este é o segundo ano em que conseguimos manter-nos na segunda divisão” e que o principal objectivo é colocar o clube estável nesta divisão.
“Formamos para a equipa senior que é a referência para os escalões de formação”, concluiu, salientando não só a conquista do título em infantis, como “a grande envolvência dos pais e o espírito que se viveu ao longo da época”.
Já Manuel Nunes, vice-presidente da AFLeiria salientou a presença do Casal Velho em finais distritais e agradeceu, em nome da associação, o trabalho desenvolvido por este clube.
Durante o evento foram também entregues os cartões da associação aos jogadores dos vários escalões. No final da cerimónia, que foi apresentada por Jorge Galeão e Carolina Camacho, houve jantar de porco no espeto.
PRÉMIOS:
Atleta do ano:
Infantis – João Coutinho
Iniciados – Bernardo Siopa
Juvenis – Miguel Couto
Juniores – João Dinis
Sub23 – João Fialho
Séniores – Flávio Rodrigues
Assiduidade:
Infantis – João Coutinho, Pedro Esteves, Eduardo Marques, Duarte Arcanjo, Miguel Filipe e Luís Lopes. Seniores – Flávio Rodrigues
Mais jogos pelo clube na presente época: Miguel Couto – 35 jogos nos juvenis e juniores
Melhor marcador: Leandro Santos – 30 golos pelos juvenis
Guarda-redes do ano: Luís Lopes (infantis) e João Mendes (juvenis)
Prémio revelação: Diogo Nunes – infantis
Jogador do ano: Kiko – seniores
Seccionista do ano: Nuno Duarte
Treinador do ano: Simão Ramos
Mérito desportivo: Simão Ramos
10 anos Casal Velho: Ângelo Lourenço e Élsio Fonseca
Prémio dedicação: Jesus Camacho
Prémios Carreira: Tiago Vieira e Élsio Fonseca
Aos que venderam mais de 100 rifas: João Félix – Benjamins; Pedro Esteves, Duarte Alexandre e Diogo Nunes – Infantis; José Siopa – Juvenis
Agradecimentos: Paulo Eusébio; Seccionistas; Motoristas
































