Clubes repudiam adiamento dos jogos do Campeonato de Portugal

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O Caldas é um dos 42 clubes do Campeonato de Portugal que assinam uma nota de repúdio pelo adiamento dos jogos do Campeonato de Portugal agendados para este fim-de-semana.

As partidas agendadas para este fim-de-semana foram suspensas no âmbito das medidas de combate à pandemia de covid-19 emitidas pelo governo, entre as quais se inclui a proibição de circulação entre concelhos entre as 0h00 de 30 de outubro e as 6h00 de 3 de novembro.

Os clubes não concordam com a medida e querem que os jogos sejam realizados nos dias 3 e 4 de novembro, logo após o levantamento das restrições de circulação.

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Na nota de repúdio, os clubes servem-se das palavras do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que defendeu que “as medidas do Governo devem ser levadas apenas como recomendações e não como obrigações”.

Os 42 signatários dizem-se “aterrorizados com as decisões levadas a cabo contra o futebol em Portugal, indústria que tem dado o exemplo quer ao nível das medidas praticadas pela situação pandémica vivida, quer pelas precauções e testes que têm feito aos seus profissionais”, tendo como contraponto a presença de “milhares de pessoas” quer no Grande Prémio de Portugal em Fórmula 1, quer na Nazaré para assistir ao surf de ondas gigantes.

Os clubes dizem-se revoltados e afirmam mesmo que se está “a acabar com o desporto que é um direito constitucional!”.

Segue o comunicado na íntegra:

“NOTA DE REPÚDIO:

Ponto prévio: Agradecemos à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e às Associações Distritais e Regionais todo o esforço levado a cabo para que os jogos de futebol da jornada deste fim de semana se realizassem.
Fomos informados a altas horas da madrugada, através do Comunicado Oficial da FPF n.º 178, que as competições não profissionais não iriam competir por indicação expressa do Governo e da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Tal como referido ontem pelo nosso Presidente da República, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, as medidas do Governo devem ser levadas apenas como recomendações e não como obrigações. Tendo mesmo a figura máxima do nosso país levantado sérias questões sobre a constitucionalidade das medidas apresentadas.
Depois de nos termos deparado nos últimos dias com cerca de 30 mil pessoas no Grande Prémio de Fórmula 1 no Algarve e ainda ontem milhares de pessoas a assistirem ao surfar das ondas do Canhão da Nazaré, juntando a isto a inconstitucionalidade das medidas governamentais, ficamos aterrorizados com as decisões levadas a cabo contra o futebol em Portugal, indústria que tem dado o exemplo quer ao nível das medidas praticadas pela situação pandémica vivida, quer pelas precauções e testes que têm feito aos seus profissionais.
Nada nos move contra os desportos automobilísticos nem contra as ondas da Nazaré, mas sim contra a tomada de posição escandalosa do Governo com a conivência da DGS. É uma autêntica discriminação sem paralelo na história do desporto nacional e uma falta de respeito para com os atletas, dirigentes, sociedades desportivas e centenas de patrocinadores que num ano delicado reuniram esforços para fomentar o desporto.
Temos assistido a um tomar de medidas completamente avulsas e que colocam em causa o futuro do desporto em Portugal. Não falamos apenas de futebol, mas sim de desporto. Ainda está na memória de todos quando a DGS nos disse taxativamente, no dia 22 de março de 2020, que não recomendava o uso de máscaras porque transmitiam uma falsa sensação de segurança e hoje, 30 de outubro de 2020, somos obrigados a usá-las por lei, podendo mesmo ser multados. Somos ainda confrontados com quarentenas obrigatórias tendo apenas um caso positivo de COVID-19 e diariamente assistimos a situações bem mais preocupantes que têm tratamento diferenciado. Ninguém se entende e, sobretudo, ninguém entende.
Estamos a acabar com o desporto que é um direito constitucional!
Ninguém calará a nossa revolta. O futebol não merece ser tratado desta forma quando tem sido um exemplo para a nossa sociedade e quando ano após ano tem levado o nome do nosso país ao topo do Mundo.
Será determinante que o Governo e a DGS oiçam a FPF e as Associações e que terça e quarta-feira (3 e 4 de novembro, respetivamente) seja possível realizar todos os jogos adiados.
Somos centenas de clubes, milhares de profissionais e milhões de apaixonados. Estamos preparados para ir até às últimas instâncias para defender os nossos direitos e exigimos que estas datas sejam cumpridas, os clubes, esses, lá se apresentarão para jogar.

Subscritores:
CF Estrela da Amadora
Amora FC
FC Alverca
Lusitânia Lourosa FC
Vitória FC
SC Olhanense
Louletano DC
S Benfica e Castelo Branco
Caldas SC
Juventude Pedras Salgadas
Valadares Gaia FC
Sporting Clube Ideal
GS Loures
SC Maria da Fonte
AR São Martinho
Sertanense FC
Clube Condeixa ACD
CF Canelas 2010
AD Fafe
Moura AC
SCU Torreense
CD Trofense
Gondomar SC
SG Sacavenense
Berço SC
AD Sanjoanense
CD Pinhalnovense
GD Fabril Barreiro
RD Águeda
Anadia FC
GD Bragança
LGC Moncarapachense
GD Vitória Sernache
CA Pêro Pinheiro
CD Cerveira
UD Santarém
C Oriental Lisboa
Lusitano GC Évora
ARC Oleiros
CDC Montalegre
Leça FC
Mortágua FC”
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