Equipas femininas de Sub-18 e Sub-16 subiram ao pódio. A sénior ainda vai disputar a 1ª Divisão
Foi um movimentado mês de julho para o Clube de Ténis das Caldas da Rainha, que teve sete equipas em ação nos Campeonatos Nacionais dos respetivos escalões, e ainda falta a oitava: a equipa sénior feminina, que só entra em campo em dezembro, na 1.ª Divisão nacional. O ponto mais alto até agora foi o título de vice-campeão nacional conquistado pela equipa feminina de Sub-18, com as Sub-16 também a garantirem um lugar no pódio.
A nível regional, os caldenses sagraram-se campeões nos escalões Sub-12 mistos, Sub-14 femininos, Sub-16 femininos, Sub-18 femininos, Veteranos +35 masculinos e Veteranos +65 masculinos. Todas estas formações conquistaram o apuramento para os Campeonatos Nacionais, que disputaram ao longo de julho. A estas juntaram-se as duas equipas seniores, já com presença garantida por direito próprio. A equipa sénior masculina foi a primeira a terminar a sua participação, assegurando a permanência na 2.ª Divisão nacional, com um honroso segundo lugar no grupo. Já a equipa sénior feminina, atual presença na 1.ª Divisão, entra em prova no final do ano.
Quanto aos resultados nos nacionais, as Sub-18 foram vice-campeãs nacionais e as Sub-16 ficaram a um passo da final, terminando ainda no pódio, em terceiro. As Sub-14 e os Sub-12 foram terceiros na fase de grupos. As equipas de veteranos também ficaram pela fase de grupos.
Para Filipe Rebelo, coordenador técnico do CT Caldas/Felner Tennis Academy, os resultados agora alcançados são o reflexo de anos de investimento na formação. “Tudo isto se prende com o trabalho que fazemos com os atletas, com uma aposta mais forte na formação interna, de base”, sublinha. “Sempre fomos fortes nos escalões Sub-16 e Sub-18, porque tínhamos atletas profissionais que nos garantiam esse nível. Agora conseguimos ter competitividade desde os Sub-12, o que se deve à aposta na formação desde cedo.”
Neste escalão mais jovem, recorda o treinador, as equipas são mistas, o que exige ainda maior profundidade de plantel. “Já temos títulos em Sub-12 e Sub-14 fruto desse trabalho”, realça, destacando que só clubes de grandes centros urbanos, como o CT Porto ou a Escola de Ténis da Maia, têm uma expressão comparável à dos caldenses em termos de representação nacional.
O desenvolvimento desportivo do clube tem assentado também na melhoria das infraestruturas. Aos quatro campos de terra batida no Parque, juntam-se os seis do Complexo Desportivo, além de mais quatro campos de padel em fase final de construção. “Os campos cobertos são essenciais, porque nos permitem treinar mesmo no inverno e manter o ritmo competitivo”, frisa Filipe Rebelo. A colaboração com a Felner Tennis Academy tem igualmente sido uma mais-valia. “Ter treinadores profissionais e preparadores físicos permite-nos fazer um trabalho direcionado para o alto rendimento”, destaca o coordenador técnico.
Ramiro Martins, presidente do clube há quase 50 anos, não esconde o orgulho. “O trabalho está feito. Agora é continuar”, afirma, destacando que o clube teve 14 equipas inscritas nos regionais das associações de Leiria e Santarém.
“Estamos a falar de cerca de 100 atletas a competir por todo o país. É um orgulho enorme ver as Caldas representadas assim”, sublinha Ramiro Martins. “Não conheço muitos clubes no país com tantas equipas nos nacionais. E tudo isto é feito com esforço, trabalho e muita paixão pelo ténis”, sublinha.
O crescimento do clube é visível não só nos resultados, mas também na procura. “Quando cheguei ao clube havia dois campos e meia dúzia de jogadores. Agora temos 10 campos e uma escola cheia de vida”, conta o dirigente. “Os bons resultados trazem mais jovens e mais famílias ao ténis”, acrescenta.
O prestígio do clube também se reflete na capacidade de atrair jogadores de fora. “Tivemos há dias um torneio de veteranos com mais de 100 atletas, alguns deles antigos campeões nacionais. E temos jovens da Geórgia, Estónia, Moldávia e Angola a treinar connosco”, sublinha Ramiro Martins.
Frederico Silva, o mais ilustre dos atletas formados no CT Caldas, continua a ser o maior emblema do clube. “É o único português que venceu um torneio do Grand Slam em juniores. Continua ligado à seleção nacional e é um orgulho para nós tê-lo connosco”, refere.
Mesmo com o apoio da Câmara Municipal e da Federação Portuguesa de Ténis, manter esta máquina em movimento exige esforço constante. “A Federação ajuda agora no alojamento dos mais novos, o que é muito importante. A Câmara também tem ajudado mais nos últimos anos. Mas andar com este staff todo para cima e para baixo tem custos elevados”, refere o presidente, lembrando que, apesar do cansaço, “vale a pena”.
A notoriedade do clube vê.se ainda noutros pormenores. Na semana passada, o clube recebeu uma comitiva de jovens de Beja. “O treinador aprendeu ténis nas Caldas, tirou o curso quando cá esteve e agora trouxe os miúdos a conhecer o Parque e as nossas instalações. Isso mostra que o trabalho que fazemos aqui deixa marca”, conclui Ramiro Martins.



































