O Caldas registou o quinto jogo consecutivo a empatar na recepção ao Loures. Depois de uma primeira parte muito táctica, na segunda as equipas foram mais ofensivas mas mantiveram-se equiparadas.

Há 15 anos que o Caldas não empatava tantas vezes seguidas, desde a temporada 2003/4, e esta época ainda não tinha estado tanto tempo sem ganhar. Mas o contraponto é que também ainda não tinha pontuado tanto de forma consecutiva.
Dizia-se antigamente, quando o totobola era um dos jogos de referência da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que alguns jogos são de tripla. José Vala disse, com razão, que este era daqueles que as maiores probabilidades eram de empate. A primeira volta dizia isso, com o jogo em Loures a ser muito equilibrado e com poucos lances de golo. Apesar da equipa visitante ter agora outro treinador e metade dos convocados nessa primeira partida já nem sequer fazerem parte do plantel, este encontro tinha tudo para ser idêntico.
E assim foi. Na primeira parte as equipas encaixaram-se de tal forma que os ataques de ambos os conjuntos foram uma nulidade. O Caldas não fez um único remate. O Loures rematou duas vezes, muito torto, e teve um outro lance em que Gonçalo Silva ficou sozinho com Luís Paulo, mas o guardião resolveu sem sobressaltos.
A primeira parte tem ainda para contar uma substituição precoce no Caldas. Leandro teve que ser substituído ainda antes da meia hora por questões físicas.
Até aí o Caldas até estava a ser mais perigoso, muito pela acção de Juvenal à direita. O lateral aproveitava o espaço que tinha na ala para subir e tirou vários cruzamentos que criaram sensação de perigo, embora sem encontrar sequência na zona de finalização.
A fraca produção ofensiva dos dois conjuntos fez ambos os técnicos mexerem ao intervalo. José Vala trocou Rafael Silveira por Hugo Neto, para dar maior mobilidade ao ataque. Sérgio Boris tirou o seu médio mais defensivo por um médio ofensivo.
Parecia que o Caldas reagia melhor às alterações. Após lance de Cascão na esquerda, Simões rematou à entrada da área, Patas Moreno ofereceu o corpo à bola e cedeu canto. O Caldas manteve-se no ataque, mas numa descida muito rápida o Loures adiantou-se. O central Diogo Silva ganhou a bola e deu-a a Marcos Dias na esquerda, este passou Juvenal e Ednilson e serviu Turé na entrada da área. O avançado tirou Rui Almeida do lance com um pormenor delicioso de calcanhar, foi buscar a bola do outro lado e bateu a saída de Luís Paulo.
O Caldas estava a perder mas não se desconcentrou e com a mesma facilidade com que se viu a perder, empatou. Januário ganhou uma falta à entrada do meio-campo de ataque, cobrou rápido para Simões, que na direita centrou para Hugo Neto fazer o empate, no seu primeiro golo pelo Caldas.
O Loures melhorava com as substituições e teve mais bola e mais oportunidades, mas Turé não foi capaz de voltar a marcar. O Caldas, com menos bola, também podia ter marcado por Ednilson e Cascão, mas parecia estar escrito que o resultado ia ser um empate.

MELHOR DO CALDAS
Caldas LouresSIMÕES 3
Continua em plano de destaque na acção da equipa no miolo. Mais recuado enquanto Leandro esteve em campo, assumiu mais o comando do jogo na segunda parte, acabando por fazer a assistência para o golo de Hugo Neto. E voltou a aparecer bem na zona frontal a rematar.

CASCÃO, JOGADOR DO CALDAS
Tudo para ganhar
Caldas LouresFoi um jogo em que se combateu muito e no fim repartiram-se os pontos e penso que é mais positivo para o Caldas que para o Loures, mas também acho que fizemos tudo para ganhar e isso tem que contar muito para nós. Estamos numa fase positiva em termos exibicionais e é continuar com o trabalho que vamos conseguir os nossos objectivos. Entrámos na segunda parte com instruções para atacar, as primeiras iniciativas foram nossas, mas sofremos o golo e reagimos bem, o que foi importante.

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JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
Apostava no empate
Se não tivesse nada a ver com os dois clubes e apostasse num resultado era o empate. O Loures defende muito bem, nós estamos a privilegiar a organização. A primeira parte foi monótona, a segunda mais aberta. Sofremos golo cedo, mas também quisemos dar maior mobilidade ao ataque com o Hugo Neto e acabou por ser um jogo mais aberto. Aceito o resultado. Não estamos na posição que queríamos mas não sinto que estejamos numa posição complicada.

SÉRGIO BORIS, TREINADOR DO LOURES
Golo não fez bem
Foi um jogo equilibrado. Na primeira parte as equipas encaixaram, mas a única e grande oportunidade de golo foi nossa. Na segunda parte voltamos a entrar bem e marcámos. O golo não nos fez muito bem, mas também há qualidade do adversário que arriscou, explorou a bola longa que nos criou dificuldades, tiveram uma boa oportunidade para fazer o empate que não entrou, mas depois empataram numa situação em que fomos ingénuos. O empate é justo, mas a ganhar alguém teria que ser o Loures.

Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Paulo Raposo, AF Santarém
Assistentes: Pedro Freire e Arlindo Crespo
CALDAS 1
Luís Paulo [3]; Juvenal [3], Militão [3], Rui Almeida (C) [3] e Cascão [3]; Paulo Inácio [3], André Santos [3] e Simões [3]; Leandro [1] (Januário 27’ [3]), Ednilson [3] (Farinha 71’ [1]) e Rafael Silveira [2] (Hugo Neto 45 [3])
Não utilizados: Rui Oliveira, Passos, Gaio, Bernardo Rodrigues
Treinador: José Vala
LOURES 1
Filipe Leão; Adilson, Diogo Silva, Fábio Marinheiro (C) e Ruben Freire;
Bruny (Emmanuel Garcia 45’), Patas Moreno e Gonçalo Silva; Lucas Klysman (Cláudio Alves 84’), Amadu Turé e Marcos Dias (Luís Carlos 64’)
Não utilizados: Bernardeco, Filipe Gaspar, Pedro Almeida, Edson Castro
Treinador: Sérgio Boris
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Amadu Turé (49’) e Hugo Neto (60’)


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