O lateral Cascão na jogada que acabaria no golo do Caldas | Joel Ribeiro
Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Hugo Silva, AF Santarém
Assistentes: Rui Cabeleira e Francisco Pereira
CALDAS 1
Luís Paulo [3]; Juvenal [3], Militão [3], Rui Almeida [3] (C) e Cascão [4]; Paulo Inácio [4], Felipe Ryan [3] (Januário [1] 85’) e Marcelo [3] (Odair [2] 74’); Farinha [3] (Rony [1] 90’+2), Pedro Emanuel [4] e João Tarzan [3]
Não utilizados: Natalino, Vítor Tarzan, Cruz, Araújo
Treinador: José Vala
VILAFRANQUENSE 0
Carlos; Ruben Freitas, João Freitas (Fábio Freire 90’+2), Izata e Tiago Cerveira; Carlos David (C) e Balú (Marocas 75’); Luquinhas, Luís Pinto e Ragner (Jacinto Monteiro 71’); Rui Varela
Não utilizados: Rodrigo Moura, Bernardo Carlos, Danny Henriques, Miguel Lourenço
Treinador: Vasco Matos
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Pedro Emanuel (72’)
Disciplina: amarelo a Pedro Emanuel (41’), (Ragner 61’), Odair (90’+3). José Vala e Vasco Matos expulsos dos bancos (41’)
A matemática diz que ainda não, mas após a vitória com o Vilafranquense o Caldas ficou com a questão da manutenção resolvida. É que só mesmo uma grande conjugação de improbabilidades poderá agora empurrar o Caldas para baixo da linha de água, com quatro jornadas por disputar.
Uma tranquilidade que chega numa altura crucial, uma vez que na passada segunda-feira os alvinegros deixaram de poder utilizar o relvado da Mata (que entrou em manutenção a pensar no jogo com o Aves a 18 de Abril). E mesmo José Vala, no final do encontro, revelou que este resultado permite aos pelicanos começar a preparar esse encontro decisivo da Taça de Portugal.
Ganhar ao Vilafranquense era, então, da máxima importância para o Caldas. Mas quem pensou que isso seria obtido com uma postura claramente ofensiva, enganou-se bem. Nem mesmo a jogar a primeira parte a favor do forte vento isso aconteceu.
O Caldas teve uma abordagem inteligente ao jogo, provavelmente num plano idêntico ao que será seguido nessa tal partida com o Aves. Muito à imagem do que fez em São Pedro de Sintra, os alvinegros recuaram o bloco, dando falsa impressão de controlo ao adversário. A eficácia nas zonas de pressão, na ocupação de espaço defensivo e nas saídas ofensivas fizeram o resto.
No ataque, o Vilafranquense pouco mais ganhou que pontapés de canto (muitos) e livres, nos quais só por duas vezes conseguiu finalizar – Rui Varela cabeceou contra um defesa e Carlos David, de livre directo, obrigou Luís Paulo a uma defesa atenta. Ambos os lances já na segunda parte.
Muito mais perigosas foram as incursões dos alvinegros. Na primeira parte, Farinha e João Tarzan foram as referências, mas não conseguiram chegar ao golo.
Na segunda parte Cascão juntou-se ao rol e ele sim, foi capaz de decidir o jogo. Num primeiro lance, em combinação com João Tarzan, atirou para a defesa de Carlos. Quinze minutos depois a dupla voltou a entender-se à esquerda, Cascão levou até à linha de fundo e, quando parecia que o lance estava perdido, num carrinho tocou a bola para a pequena área, onde Pedro Emanuel só teve que encostar. Já ninguém esperava aquele passe e Carlos, em quem a bola ainda tocou, nem teve tempo de reacção.
MELHOR DO CALDAS CASCÃO 4
Decidiu o jogo ao acreditar numa bola em que mais ninguém acreditou, nem o defesa que parecia ter a bola controlada para sair pela linha de fundo. Em esforço colocou a bola ao jeito de Pedro Emanuel só teve que encostar. Já antes, numa combinação com Tarzan, tinha mostrado que podia decidir o jogo.
| D.R.
Pedro Emanuel, jogador do Caldas POSIÇÃO TRANQUILA
Sinto alegria pela vitória, que nos coloca numa posição mais tranquila. Foi uma boa jogada entre o Cascão e o João, ele fez o cruzamento e eu desviei, normal. Tenho trabalhado bastante para os golos aparecerem, não tem acontecido, mas o importante é a equipa. A posição em que estamos não reflecte a nossa qualidade, trabalhámos para chegar lá acima, as coisas não correram como queríamos no campeonato, mas vamos continuar. Temos ainda o objectivo da Taça, que é real, difícil, mas possível. [Devido às obras no Campo da Mata] vamos ter que fazer um sacrifício mas é por uma boa causa, é melhor andar com a casa às costas numa posição mais favorável, por isso esta vitória foi muito boa.
| D.R.
José Vala, treinador do Caldas DISPUTADO NO LIMITE
Foi um jogo muito intenso, agressivo, disputado no limite. Não tivemos a posse de bola que costumamos ter, mas tivemos um controlo sem bola muito bom, fomos eficazes a defender e soubemos sair em transições rápidas. Acabámos por ter oportunidades e justificámos a vitória. Agora podemos trabalhar com outra tranquilidade e até começar a pensar no Aves.
Vasco Matos, treinador do Vilafranquense FALTOU-NOS O GOLO
Fizemos uma excelente primeira parte, faltou-nos fazer o golo. A partir do momento em que sofremos o golo deixámos de ter tanto a bola e de ligar o jogo como queremos. J.R.