O Centro Cultural, Desportivo e Social do Casal Velho encerrou a 12ª época de futsal na qual contou com 130 atletas em nove equipas. Foi a melhor época a nível sénior, com a disputa da fase de subida à I Liga com a equipa A e o segundo lugar na 1ª distrital com os Sub23. O Casal Velho é um exemplo de colectividade pela dinâmica e união de voluntários que garante o montante necesário para a prática desportiva dos jovens da região. O “Grupo da Chouriça” foi este ano distinguido.
Este ano o Casal Velho não conquistou nenhum título distrital na formação, mas alcançou os melhores resultados nas duas equipas séniores: A e Sub23. A primeira venceu a série D e disputou a fase de subida à primeira divisão nacional. A segunda ficou em segundo no seu grupo da primeira divisão distrital.
No total das nove equipas (duas de iniciados e duas de séniores) o Casal Velho contou com 130 atletas. Num ano foram percorridos 111 mil quilómetros num total de 250 jogos que redundaram em 106 vitórias, 27 empates e 77 derrotas, sem contabilizar os resultados dos escalões sem competição. Os atletas do clube marcaram 724 golos e sofreram 663.
Segundo João Camacho, presidente da colectividade, o objectivo para a próxima época é “consolidar o clube na 2ª divisão nacional e aí avaliar as condições para subir”. Isto apesar de saber que vai lutar com projectos com outro poderio financeiro. “Vai ser uma época extremamente difícil, até porque já não somos desconhecidos, somos a equipa que ganhou a série D com a melhor defesa e o segundo melhor ataque”, fez notar. Além disso, houve saídas de jogadores importantes que deram o salto para a primeira divisão (casos de Kiko e Luís Fialho).
A equipa técnica, liderada por Artur Morais “Xá”, mantém-se e o clube conta com dois jogadores que por lesão este ano não jogaram um minuto: Sineta e Safão.
O Casal Velho não paga salários, ajuda os atletas no transporte e paga prémios por objectivos. Este ano pagou cem euros por ponto conquistado na primeira fase (foram 40 pontos), sendo que esse valor duplicava em caso de manutenção. A isso acresciam prémios de 200 euros por melhor defesa (que foi conseguido) e melhor ataque (ficaram em segundo), bem como 200 euros por atleta pela subida.
Prémios pela qualidade, dedicação e esforço
Rafael Fonseca recebeu uma homenagem por ter alcançado 10 anos ao serviço do Casal Velho e Ruben Silva recebeu o prémio carreira, que distinguiu os 25 anos de dedicação, dos quais os últimos cinco ao serviço do clube alcobacense.
O melhor jogador do ano foi Diogo Nunes, dos Iniciados. Já na baliza, Fábio Couto (Juvenis) foi o melhor guarda-redes e o prémio revelação foi para Pauleta (Sub23). Leandro Dionísio (Juniores) foi o jogador do clube que mais jogos realizou, num total de 35.
Em termos de assiduidade, foram premiados aqueles que não faltaram a nenhum treino: Gabriel Sineiro, Diogo Nunes e Flávio Rodrigues. Realce-se que este apenas num ano não recebeu o prémio de assiduidade, porque faltou a um treino.
Os atletas do ano foram os que se descaram pela postura e dedicação: Duarte Arcanjo, Diogo Nunes, Rafael Batista, Miguel Couto, Paulo Borralho e Diogo Careca.
As acrobacias de Natália Rodrigues abriram e fecharam a gala de encerramento da época do Casal Velho, que serviu também para entregar os cartões da AFLeiria aos jogadores.



O grupo da chouriça que faz o clube viver
Há um grupo de dez voluntários (que em tempos foram trinte) que desmancha porcos e produz chouriças para vender e angariar receitas para proporcionar a prática do futsal a estes 130 atletas. É que uma época desportiva traduz-se num valor superior a 80 mil euros e o Casal Velho tem apenas um patrocinador e o apoio camarário (que este ano aumentou de nove para 11 mil euros). Tudo o resto é a estrutura empresarial da colectividade que reúne, com as chouriças, o pão com chouriço, o bar da associação e a venda de pastelaria diversa.
Cada vez há menos pessoas dispostas ao voluntariado o que leva a que o presidente afirme que “o futuro do futsal do Casal Velho tem de se adaptar a essa realidade”.
“Este ano tivemos gastos maiores porque disputámos a fase de subida que incluiu uma viagem aos Açores, que implica, além de parte dos bilhetes de avião, o alojamento e refeições”, explicou João Camacho, revelando que pouparam nos combustíveis.
Ainda assim, os 111 mil quilómetros percorridos pelas carrinhas do clube representam mesmo o maior gasto, além de que o Casal Velho tem um inconveniente: as carrinhas por serem de apenas nove lugares, não podem abater o IVA do gasóleo.
Actualmente o clube conta com oito funcionários (três na padaria, três no café, um na cozinha e outro no futsal). Os treinadores recebem um subsídio de 150 euros. Para o futuro há planos para criar uma churrasqueira e uma quinta agrícola.
































