Carlos Delgado torna-se no quinto treinador mais jovem de sempre a orientar a U. Leiria

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Nazareno iniciou a temporada como técnico-estagiário, mas assumiu a equipa após a saída de Filipe Cândido e conseguiu segurar o barco, quando ocorreu a debandada do plantel. Passado o período mais complicado, conseguiu reconstruir a equipa e, aos 29 anos e na primeira experiência como treinador principal já atingiu um registo importante: é o quinto mais jovem de sempre a orientar os leirienses.

A U. Leiria está arredada dos grandes palcos desde 2011/12, mas continua a ser o clube do distrito com maior palmarés. Desde há pouco mais de um mês, é o nazareno Carlos Delgado quem assume as funções de treinador principal, apesar de ainda ter o estatuto de estagiário. Um desafio “muito difícil”, mas que o treinador, que se tornou no quinto mais jovem de sempre a dirigir a União, decidiu agarrar com as duas mãos.
Após a debandada de jogadores e treinadores, o técnico-estagiário… segurou o barco, juntou juniores aos atletas que permaneceram em Leiria e, aos poucos, viu chegar reforços que permitem encarar de outra forma o que resta da temporada.
“Quando assumi a equipa, sabia que tinha perdido cerca de 80% do plantel, pelo que era, à partida, uma tarefa complicada. Ainda assim, colocámos as mãos à obra e conseguimos formar um plantel equilibrado e de valor”, assegura Carlos Delgado, de 29 anos, que assumiu uma equipa sénior pela primeira vez e aponta a mira à manutenção.
“Penso que o plantel tem qualidade para atingir essa meta. Passámos por imensas dificuldades, isso é público. Os jogadores foram enormes, mas o processo de venda da SAD está praticamente resolvido e isso dá-nos esperança para o futuro”, nota o técnico, que orientou temporariamente os juvenis do Nazarenos em 2014/15, e foi adjunto em vários clubes, nomeadamente na U. Leiria, onde já tinha trabalhado nas camadas jovens.
“É a minha segunda passagem pela União e não escondo que sou unionista. Sonhei ser treinador da União de Leiria e sei o que tudo isso representa”, nota Carlos Delgado, frisando que o clube “tem uma particularidade muito interessante”. “Deve ser um dos únicos clubes do mundo que teve nos seus quadros três treinadores que ganharam as competições continentais da Europa (José Mourinho), África (Manuel José) e América do Sul (Jorge Jesus). Obviamente que me sentar na mesma cadeira destas referências para mim é motivo de grande orgulho e não escondo que sonho em levar este clube ao sucesso, nota.

Lugar na história

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Para além dos treinadores referenciados, a União projectou muitos outros treinadores, como Domingos Paciência, Manuel Cajuda, Vítor Oliveira ou Paulo Duarte. E a verdade é que Carlos Delgado, conhecido pelos amigos como Carlão, já entrou na história do clube, ao tornar-se no quinto mais jovem de sempre a dirigir a equipa principal dos leirienses.
O recorde continua a pertencer a Orlando Santos, que foi treinador-jogador da União em 1973/74, com 25 anos. Seria substituído no cargo por Catinana, então com 27 anos, que também faria 11 jogos pelos leirienses.
Em 1993/94, Luís Campos, hoje diretor-desportivo dos franceses do Lille, tinha 28 anos quando assinou contrato como treinador do clube, tendo feito 26 jogos.
Por fim, Luís Correia Pinto, ex-adjunto de Rui Amorim, iniciou a época passada ao leme dos leirienses, com 28 anos, mas acabaria por deixar a equipa logo à 2ª jornada.

PRÉ-ÉPOCA EM CURSO

Com o campeonato em curso, o treinador – que procura o primeiro triunfo ao serviço da União, após um ciclo de jogos com as equipas do topo da tabela, entre os quais o Caldas (1-1) -, assume que tinha desenhado “uma espécie de pré-época em competição” e que os jogadores “estavam a começar a sentir que estavam bem e a equipa a ter qualidade de jogo”. A crise do Covid-19 travou o processo.
“Estas semanas têm sido difíceis, sobretudo a controlar a ansiedade dos jogadores. Fizemos planos de treino individuais e alimentares que os atletas estão a cumprir”, sublinha o treinador, que acredita que quando a União retomar os treinos “os jogadores, que são muito profissionais, estarão com bons índices físicos para rapidamente retomar o trabalho feito”.

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