Caldense venceu emocionante torneio

Primeira prova sem a figura que durante anos dinamizou as setas na região marcado por momentos de grande emoção e vitória de Bruno Nascimento

O 17º Open Nacional de Setas, que se realizou no passado fim-de-semana na Expoeste, ficou marcado por momentos de bom nível de jogo, convívio e muita emoção. Emoção porque era o primeiro torneio desde a partida, no último ano e por doença prolongada, do grande dinamizador desta atividade na região, Nelson Fernandes, depois porque na final estava o caldense Bruno Nascimento, que disputou até à última seta o título e, depois de vencer, apontou para o céu, numa dedicatória especial. Entre o público havia lágrimas, abraços, gritos, felicidade… Um ambiente emocionante junto ao palco montado na Expoeste.

Uma história de superação
Bruno Nascimento joga setas há quase duas décadas e tem participado em vários torneios nacionais. “Foi especial pela simbologia, foi uma força suplementar para chegar à vitória, porque o Nelson sempre acreditou em mim”, conta.
Depois de ser campeão nacional de pares mistos e vice-campeão nacional, entre outros, sofreu de dartismo, que lhe impedia de atirar as setas. Esteve quatro anos parado e só no ano passado é que voltou. “Com dedicação consegui voltar a este nível, mas não foi fácil”, explica. Apesar de já ter vencido outros torneios, nunca tinha passado dos quartos de final no Open das Caldas, mas admite que na final “o público a apoiar foi uma força extra”. Atualmente, com 42 anos (celebrados no dia anterior), tem a sua própria empresa de jardinagem. As setas surgiram num bar, em ambiente descontraído, quando notaram que atirava bem.

Modalidade em crescimento
Rui Duarte, presidente da Associação de Setas da Zona Oeste, considerou que “a missão foi cumprida no primeiro evento sem o nosso mentor, porque independentemente de eu ser o presidente, quem nos fazia ir atrás dele de uma forma incrível era o Nelson Fernandes”.
“Este foi o Open com mais participantes”, fez notar, salientando o nível de jogo que foi possível observar durante estes dois dias na Expoeste. O dirigente frisou ainda o crescimento da modalidade na região. “Neste momento temos 20 equipas na região, quando no ano passado eram seis”, esclareceu, explicando que são cerca de 120 atletas, com provas quase todas as semanas. “Temos crianças a aderir à modalidade, o que me enche de orgulho, e a atingir bons resultados, com a campeã nacional junior feminina e o vice-campeão nacional junior masculino, o que me faz crer que o trabalho está a ser bem feito”, acrescentou. A importância do desenvolvimento também a nível da Matemática é uma das mais-valias.
Neste torneio, os prémios monetários atingiram os 4600 euros. Sandra Faria, da Associação de Setas do Porto, foi a vencedora no quadro feminino.
Em clima de homenagens, também Vítor Conchacha, antigo dirigente do clube, foi homenageado.
“Temos crescido e temos que crescer em estrutura porque a que temos já é muito pequena para a quantidade de pessoas que temos a jogar todas as semanas a nível de rankings”, salientou Rui Duarte, notando que sentem necessidade de “um espaço digno, para dar continuidade a este trabalho”. O dirigente frisa que não seria necessário um pavilhão, mas uma sede, que pudesse servir também para a realização de treinos, que atualmente ocorrem em bares. “Está a ser trabalhado com a Câmara e vamos ver se dá frutos, porque neste momento é o que nos poderia ajudar a evoluir”, notou.
Em setembro, Caldas vai receber a final da Taça de Portugal. “Já estamos a pensar o que vamos fazer, porque terá que estar a este nível”.
O evento contou com participantes de todo o país e não só. Joaquim Gonçalves, do Porto, participa neste torneio desde 1994 e, este ano, fez 2400 quilómetros, vindo de Dortmund, na Alemanha, para prestar uma homenagem “ao amigo Nelson”. ■