Os dois golos sofridos em momentos chave esmoreceram a moral ganha nos últimos dois encontros e o Caldas voltou a perder em casa, agora com o Vilafranquense. Após o segundo golo nem as substituições devolveram a alegria.

Este era mais um jogo complicado para o Caldas, dos tais contra equipas a lutar directamente pelos lugares do topo da tabela. Mas o Caldas 2018/19 tinha no currículo um empate em Vila Franca de Xira que até conduziu à passagem da primeira eliminatória da Taça de Portugal, pelo que os vilafranquenses – que nos oito jogos anteriores só contavam com duas vitórias e não ganhavam fora desde a jornada seis – também não poderiam contar com facilidades.
Mas cedo as coisas se começaram a complicar para o Caldas. Decorria o minuto sete, Luís Paulo bate um livre a punir fora de jogo, o Vilafranquense ganha duas bolas no ar e lança o ataque, Stehb coloca a bola entre Gaio e Cascão e Luís Pinto aparece a finalizar.
A equipa ribatejana estava como queria no jogo: em vantagem, podendo potenciar a sua capacidade defensiva e explorar as transições. Luís Pinto teve nova oportunidade a fechar o quarto de hora, Luís Paulo estorvou-lhe a acção e Wilson não conseguiu aproveitar a boa posição para chegar ao segundo golo.
O Caldas começou a crescer após um remate de meia distância de André Santos, para uma boa defesa de Rodrigo Moura. Tentando pendular o jogo entre os corredores laterais e o central, os alvinegros foram-se aproximando da baliza, embora a forte defensiva visitante – a menos batida da série – fosse controlando as operações, mesmo nos lances de bola parada. Contudo, no último canto da primeira parte o Caldas teve a sua melhor oportunidade para chegar ao empate. Canto de Iuri à direita, após dois ressaltos, Militão atira com estrondo à barra.
Ao intervalo José Vala manda a jogo Rafael Silveira e tira Paulo Inácio, numa clara aposta de ataque. O Caldas mantém a iniciativa de jogo e continua a jogar no meio campo adversário e uma boa combinação entre Silveira e Leandro merecia remate mais expedito do camisola 78.
O Caldas tinha mais a bola, mas faltava conexão aos sectores. Os ataques saíam quase sempre em verticalidade, muitas vezes directos dos centrais para a frente, o que facilitava a vida a quem jogava de frente para a bola.
Já o Vilafranquense não precisou de ir muitas vezes à área do Caldas para marcar. Num lance em que os ribatejanos interceptaram com facilidade um passe de Gaio para a frente, com cerca de uma dezena de passes curtos o Vilafranquense colocou a bola em Stehb na esquerda e este cruzou de forma perfeita para o desvio de Luís Pinto de cabeça, novamente entre Gaio e Cascão, para o segundo golo.
Este deitou abaixo o Caldas em termos anímicos. Só nos descontos, num remate de longe de Leandro, o golo voltou a estar perto para o Caldas, mas Rodrigo Moura e Izata não o permitiram.

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MELHOR DO CALDAS
Caldas VilafranquenseLEANDRO 2
Num exibição globalmente cinzenta, tentou duas vezes a meia distância e quase marcou na segunda parte, num lance em que Rafael Silveira não conseguiu emendar na recarga. Tentou dar alguma velocidade ao jogo quando tinha a bola, talvez tivesse sido útil ter pegado no jogo um pouco mais atrás.

FARINHA, JOGADOR DO CALDAS
Caldas VilafranquenseGolo daria alento
Voltámos a sofrer golo logo no início da partida, como tinha acontecido em Leiria. Se tivéssemos conseguido empatar antes do intervalo teria sido um alento para toda a equipa e teríamos mais força para dar a volta na segunda parte. Há que salientar a vontade que tivemos de dar outro rumo ao resultado. Há que levantar a cabeça e virar a página, pensar no Anadia, trabalhar e querer mais, porque temos qualidade e condições para muito mais. Em termos de golos e assistências não tem sido um ano muito bom para mim, as oportunidades têm surgido mas o golo não está a aparecer, é continuar a trabalhar porque eles vão aparecer e as coisas vão correr bem.

JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
Saiu tudo ao contrário
Tínhamos que entrar fortes e não sofrer golo primeiro, porque o Vilafranquense é uma equipa muito forte a defender. Correu tudo ao contrário do que tínhamos planeado e do que pretendíamos. O golo que marcaram cedo foi importante, tentámos equilibrar e acabámos a primeira parte com infelicidade no último lance, que podia ter dado o empate. Na segunda parte tentámos arriscar um pouco mais mas acabámos por sofrer o segundo golo. A partir daí a equipa baixou os braços.

VASCO MATOS, TREINADOR DO VILAFRANQUENSE
Rigor e critério
Fomos muito rigorosos e criteriosos e no final fomos premiados com os três pontos. É um campeonato muito duro em que todas as equipas podem perder pontos em qualquer campo e nós quando estamos no limite do rigor e da concentração somos uma equipa forte. Quando não o somos fica mais complicado.

Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Dinis Gorjão, AF Setúbal
Assistentes: Rui Ramos e João Lisboa
CALDAS 0
Luís Paulo [2]; Juvenal [2], Militão [2] (C), Pedro Gaio [2] e Cascão [2] (David Silva [1] 63’); Paulo Inácio [2] (Rafael Silveira [2] 45’), André Santos [2] e Simões [2]; Farinha [2], Leandro [2] e Iuri Gomes [2] (Januário [1] 71’)
Não utilizados: Rui Oliveira, Rui Almeida, Marcelo, Passuco
Treinador: José Vala
VILAFRANQUENSE 2
Rodrigo Moura; Jorge Bernardo, Izata (C), João Freitas e Paulo Antunes; Morelatto, Ragner (Frederico Duarte 77’) e Igor Vilella (Tiago Mota 65’); Wilson Santos, Luís Pinto e Stehb (Marco Grilo 70’)
Não utilizados: Rodrigo Moura, Anta, Janú Silva, China
Treinador: Vasco Matos
Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Luís Pinto 7′ e 62′
Disciplina: amarelo a Stehb 36’, Ragner 37’, André Santos 42’, Militão 50’, Wilson Santos 76’

 

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